O sumiço de uma moradora bastante conhecida pela alta sociedade carioca causou preocupação dos vizinhos do tradicional Edifício Chopin, situado ao lado do famoso hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Viúva e sem filhos, Regina Lemos Gonçalves é herdeira da família à frente da marca de baralhos Copag, e proprietária de dois apartamentos no prédio Chopin. Segundo o jornal O Globo, a moradora deixou de ser vista pelos vizinhos desde o fim do ano passado.
Com o desaparecimento, a ex-deputada estadual e empresária Alice Tamborindeguy, lançou uma pergunta em suas redes sociais: “Quero muito saber cadê a Regina“. Tamborindeguy disse que Regina, atualmente com 88 anos, é uma “pessoa de alma elegante”. A mãe da ex-deputada, Alice — que morreu há 10 anos —, era amiga e vizinha da idosa.
“Regina e minha mãe conversavam bastante. Regina sempre recebia bem os amigos, uma pessoa muito social e agradável. Era comum vê-la com o motorista, saindo de carro. De repente, ela sumiu, ninguém soube mais dela. Parece que a família a blindou. Perdemos o contato do telefone dela. Ficamos com medo aqui no prédio de que algo acontecesse com ela. Rogo a Deus que ela esteja bem. O Chopin é uma família, por isso a nossa preocupação“, disse a empresária.
Após a repercussão do desaparecimento, o jornal conseguiu falar com o empresário João Chamarelli, que disse representar a família de Regina. Ele confirmou que a socialite foi vítima de um golpe do motorista, que a manteve em cárcere privado por meses. Regina, entretanto, conseguiu escapar, em janeiro deste ano, após um descuido dele. Segundo Chamarelli, o caso foi registrado na polícia e o inquérito corre em segredo de justiça.
“Ela está se recuperando gradativamente, ficando bem disposta. Está com a família, na casa do irmão em Copacabana, com a cunhada e o sobrinho. Ela havia perdido muitos quilos. Conseguiu fugir dele no Edifício Chopin, por um descuido. Ele se distraiu, ela desceu, conseguiu abrir o elevador e fugiu para a casa desse irmão em Copacabana“, contou o representante.
O empresário ainda falou sobre o que o suspeito teria levado da viúva. “Os cofres da casa foram arrombados, mais de cinco. Ela tinha uma coleção de joias. Houve a venda de uma das mansões na Rua Capuri, em São Conrado, local de alto padrão. Inclusive, a principal mansão, onde tem a nascente de água que fornece para todo o condomínio“, revelou. De acordo com o Diário do Rio, o suspeito teria se casado com Regina e roubado ao todo, mais de 10 milhões de reais em joias e outros itens.
A idosa confirmou o ocorrido à publicação e disse ter sido dopada por horas, e forçada a constituir união estável sob regime de separação de bens. Chamarelli contou que ela foi afastada aos poucos dos amigos e familiares pelo motorista. “De repente, não conseguíamos falar com ela pelo telefone fixo. Era só no celular dele. Depois, nem no celular dele. Ninguém imaginava que isso poderia acontecer ali. Aquele edifício é quase um anexo do Copacabana Palace. A atenção fica por ali. Nunca passou pela nossa cabeça que alguém teria a ousadia de praticar níveis de assédio e violência num local tão observado“, lamentou.
Depois que conseguiu escapar do “cárcere”, Regina detalhou à família o que aconteceu. Segundo o empresário, o motorista virou uma espécie de mordomo, de faz-tudo. Após ganhar confiança da socialite, foi dispensando os funcionários mais antigos, alegando que a casa não precisava de uma equipe tão grande. “Até que ela se deu conta que não tinha mais ninguém: só ela e ele. Ela lembra e relata os episódios, das pequenas, médias e grandes maldades“, disse ele, ressaltando que, quando Regina se sentir melhor, contará os detalhes.
“A partir da próxima semana, a família e ela mesmo vão começar a preparar e limpar o apartamento. Foi feita uma vistoria. Ela vai fazer uma pequena recepção, para familiares e pouquíssimos amigos. O pior já passou, é uma fase de superação e a família confia plenamente na justiça“, finalizou.