Pedro Ricardo Conceição da Rocha foi preso pela Polícia Civil do Rio de Janeiro nesta terça-feira (4), apontado como o principal suspeito de criar e administrar um grupo no Discord para ameaçar, agredir e estuprar crianças na plataforma. Em conversa com emissoras de TV, o jovem de 19 anos aparece debochando dos agentes no momento de sua prisão e da imprensa ao chegar na delegacia.
O garoto, conhecido como King na rede, disse que já imaginava ser alvo do mandado de busca e apreensão, mas ficou surpreso ao descobrir que também seria detido. Na residência onde ele estava, foram retidos um computador e outros dispositivos que serão analisados pela polícia. A ação faz parte da segunda fase da Operação Dark Room, deflagrada nos municípios de Cachoeiras de Macacu e Teresópolis.
A prisão aconteceu enquanto Pedro estava jogando uma partida online. “Já estava esperando vocês. Inclusive, mãe, a mensagem que eu te mandei era justamente para avisar isso. Eu já sabia do mandado de busca e apreensão que eu ia levar. Mas vocês vão me conduzir até a delegacia?”, quis saber.
“Você tá preso. Tem um mandado de prisão contra você”, reforçou um agente. “Eu estou preso? Por que? Isso não faz sentido”, rebateu o jovem. “Deixa eu te dar uma ideia. Vou te levar para a delegacia, a gente vai conversar, vai explicar toda a sua situação lá”, encerrou o policial. Enquanto estava sendo conduzido até a viatura, Pedro caçoou dos profissionais, além de bocejar e assobiar.
“Isso demonstra a personalidade dele, personalidade fria e que inclusive alegou que estava aguardando a chegada da polícia, como se já soubesse que uma medida cautelar judicial seria cumprida naquele dia”, analisou o delegado Luis Henrique Marques, da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV). Assista:
A Polícia Civil prendeu nesta terça-feira (4) um jovem suspeito de criar e administrar um grupo que praticava estupros virtuais e outros crimes pelo aplicativo Discord: https://t.co/sC432UKmS2 #Hora1 pic.twitter.com/plCMLzBUGS
— Hora 1 (@hora1) July 5, 2023
De acordo com o g1, após a divulgação da matéria e sua repercussão na internet, uma outra vítima registrou queixa na delegacia de Itaperuna, no Norte Fluminense, por estupro de vulnerável contra Pedro Ricardo.
Em uma reportagem do SBT, o suspeito aparece debochando do caso e da imprensa ao chegar na delegacia. Ao ser questionado pelos jornalistas sobre o que fazia no Discord, Pedro respondeu: “Coisas. Mas eu não aliciava, não. Deixando claro. Xingava um povo”. “Não foi isso que os vídeos da investigação mostram, né? Pedofilia, zoofilia, automutilação”, rebateu um repórter. “Mas eu não tenho nada a ver com isso”, argumentou.
Pedro ainda negou todas as acusações de abuso infantil, e de que teria cometido estupro virtual. “Tem algum arquivo que mostre eu estuprando alguma criança?”, ironizou ele. “Quem diz isso é a Polícia Civil”, afirmou o jornalista. Um outro profissional acrescentou: “Mas armazenar pornografia infantil é crime, você sabia disso?”. “Eu não tenho pornografia infantil no computador”, ressaltou o suspeito.
Ao ser indagado novamente sobre o que era feito no grupo do Discord, Pedro Ricardo tentou contornar o assunto. “Coisas. Como é que eu posso explicar? [Tem] vários grupos. E o grupo que tem mais indícios dessas coisas não é meu. Eu só estou sendo preso porque meio que estou envolvido nisso”, disse.
“Eu não fiz nada do que vocês acham que eu fiz. Eu xinguei pessoas. Calma, porque eu não fui racista ou nazista. Mas xinguei, sabe, pessoas, homens, garotas”, continuou. Por fim, ele declarou que não induziu nenhuma criança a se automutilar e que não é o programador do grupo na plataforma que está sendo investigado pela polícia.
“Você está sendo preso por vários crimes. Como é que você consegue debochar dessa situação ainda?”, quis entender um repórter. “Eu não estou”, declara Pedro. “Você é uma vergonha para a família, Pedro Ricardo?“, questiona o jornalista de novo. “Profissionalismo, gente!”, repreende o suspeito ao final. Assista:
🚨 VEJA: Jovem que criou grupo de ódio no Discord que aterrorizava meninas e compartilhava z*ofilia e p*dofilia debocha durante prisão. pic.twitter.com/q01hC3xNbA
— POPTime (@siteptbr) July 5, 2023
Outros quatro rapazes suspeitos de integrar um grupo que ameaçava e estuprava meninas menores de idade que conheciam através do aplicativo também foram presos. Eles tinham entre 19 e 22 anos. Após o caso ganhar grande visibilidade na mídia, um porta-voz do Discord se pronunciou durante reportagem do “Fantástico” feita no dia 25 de junho. Saiba todos os detalhes, clicando aqui.