Tiktokers causam revolta com vídeo em que entregam banana e macaco de pelúcia para crianças negras

Nancy e Kérollen somam mais de 14 milhões de seguidores nas redes sociais

As tiktokers Kérollen e Nancy foram acusadas de racismo após publicarem vídeos entregando um macaco de pelúcia e uma banana para duas crianças negras como parte de um “conteúdo de humor” para o perfil da dupla. Os vídeos repercutiram nesta terça-feira (30), devido a uma denúncia feita pela advogada Fayda Belo em suas redes sociais.

Nas imagens, Nancy aparece perguntando para as crianças o que elas preferem ganhar, dinheiro ou um presente. Em ambas as ocasiões, os menores optam pelo embrulho. No primeiro vídeo, um menino recebe uma banana e fica chateado com a brincadeira. “Só isso?”, pergunta ele. “Gostou?”, questiona a mãe de Kérollen. Ao receber uma resposta negativa, ela dispara: “Mas foi você que escolheu”. Já no outro trecho, uma menina parece contente ao ganhar um macaco de brinquedo.

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Depois da postagem chamar a atenção da web, Fayda afirmou que as influencers estavam praticando “racismo recreativo”, que ocorre quando alguém usa de “discriminação contra pessoas negras com intuito de diversão”.

“Vocês conseguem dimensionar o nível de monstruosidade que essas duas ‘desinfulenciadoras’ tiveram ao dar um macaco e uma banana para duas crianças e ainda postar nas redes sociais para os seus mais de 13 milhões de seguidores? Para ridicularizar duas crianças negras, para incitar essa discriminação perversa que nos tira o status de pessoa e nos animaliza como se fosse piada”, disse a especialista em Direito antidiscriminatório.

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Segundo Belo, mãe e filha, que somam mais de 14 milhões de seguidores, cometeram um crime e podem receber uma pena de quase oito anos de cadeia. Além disso, a profissional ressaltou infrações contra o Estatuto da Criança e do Adolescente. “O artigo 17 do Estatuto da Criança e do Adolescente diz que é inviolável a integridade moral do menor, bem como a sua imagem deve ser preservada. O [artigo] 18 diz que é proibido expor menores de idade a constrangimento, a vexame, a humilhação, a ridicularização em público”, concluiu, exigindo uma resposta do Ministério Público do Rio de Janeiro. Assista:

Por enquanto, as tiktokers não se manifestaram; contudo, os vídeos foram apagados das redes sociais. Nos stories, elas postaram um versículo bíblico: “Mas sou eu, eu mesmo, que apago os seus pecados por amor de mim, e que nunca mais se lembra deles”.

Mãe e filha ainda não vieram a público para comentar o caso (Foto: Reprodução/Instagram)
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