Tio Paulo: Justiça realiza 1ª audiência do caso sem a sobrinha da vítima e advogada explica o motivo de ausência

Érika já era investigada por vilipêndio de cadáver e tentativa de furto mediante fraude

Nesta terça-feira (12), o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro deu início ao julgamento de Érika de Souza Vieira Nunes, de 43 anos, acusada de levar o corpo de seu tio já falecido, Paulo Roberto Braga, até uma agência bancária para realizar um saque de R$ 17 mil. A ré, no entanto, não esteve presente na 2ª Vara Criminal de Bangu para a audiência. De acordo com o “Jornal Hoje”, ela está internada em uma clínica psiquiátrica desde o dia 24 de outubro, devido a uma piora em seu quadro psiquiátrico.

Os advogados de Erika argumentam que ela sofre de depressão, pensamentos suicidas e alucinações auditivas, o que tem sido parte significativa da defesa. A advogada Ana Clara Corrêa, que representa a ré, contestou as acusações de estelionato. A defesa pediu a nulidade da denúncia do estelionato e aguarda uma resposta do Ministério Público, que terá que se manifestar antes que o juiz possa tomar uma decisão. “No que tange o estelionato, não houve representação da vítima, que estava morta, de nenhum de seus familiares ou do banco. O dinheiro não foi sacado. Foi aberto um prazo para o MP se manifestar e depois irá a apreciação do juiz”, disse ao jornal O Globo.

Érika tirou uma selfie com Paulo na UPA de Bangu. (Foto: Reprodução/CBN Rio de Janeiro)

Ainda segundo o veículo, a Justiça ouviu depoimentos de oito testemunhas, incluindo funcionários do banco onde foi atestada a morte de Braga, além de um mototaxista e um motorista de aplicativo que transportaram Erika e o tio, médicos que atenderam Paulo em seus últimos momentos, e os policiais militares que responderam ao chamado no banco.

A próxima sessão do julgamento foi agendada para fevereiro de 2025, quando serão ouvidas as últimas testemunhas tanto de acusação, quanto de defesa. Enquanto isso, Erika permanece sob custódia médica.

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Relembre o caso

Erika de Souza Vieira Nunes foi presa em flagrante no dia 16, após levar o cadáver de Paulo Roberto Braga, de 68 anos, em uma cadeira de rodas em uma agência bancária de Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Os funcionários suspeitaram do comportamento da mulher e da aparência do idoso, e acionaram a polícia.

De acordo com informações de agentes que trabalham na investigação, o idoso foi levado duas vezes ao banco pela sobrinha, após receber alta hospitalar. Ele estava internado em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro, no dia 15.

Enterro do corpo de Tio Paulo. (Foto: Rafael Nascimento/g1)

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O laudo de exame de necropsia foi divulgado no dia 17, pelo IML. De acordo com o documento, Paulo morreu em decorrência de uma broncoaspiração de conteúdo estomacal e falência cardíaca, compatível com a de um homem previamente doente. Contudo, os peritos ainda aguardam os resultados dos exames toxicológicos para confirmar se fatores externos podem indicar homicídio, como alguma droga que pode ter sido ingerida pelo idoso.

O laudo não confirmou se o idoso morreu antes de chegar ao banco ou no local. No entanto, uma testemunha ouvida pela polícia afirmou que Paulo estava vivo momentos antes de ser filmado dentro agência.

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