Romero Xavier foi preso, na noite desta quarta-feira (24), sob suspeita de ser o mandante do assassinato de sua ex-esposa, Raquel Cattani, em Mato Grosso. O irmão dele, Rodrigo Xavier, acusado de ser o executor, também foi detido. Filha do deputado estadual Gilberto Cattani, a empresária foi encontrada morta no dia 19 de julho, com pelo menos 30 facadas.
Ao g1, a Polícia Civil informou que algumas evidências na casa levaram à conclusão de que um suposto roubo no local teria sido encenado. A suspeita é de que Rodrigo também teria montado uma cena para que parecesse um crime patrimonial. Segundo o delegado Edmundo Félix, a atenção foi voltada a Romero após a informação de que ele possuía comportamento possessivo e não aceitava o término da relação.
As autoridades também descobriram que o cunhado da vítima tinha diversas passagens por furtos e outros crimes; além disso, era ex-usuário de entorpecentes. A Perícia Oficial e Identificação Técnica do estado (Politec) também realizou a extração de eventuais impressões digitais no local do crime, após um investigador notar que a janela do quarto dos filhos da vítima estava arrombada.
Um televisor com marcas de pegadas também foi apreendido. “Questionamos por que alguém tentaria levar uma televisão em uma motocicleta. Tal evidência sugeriu que aquele televisor foi deixado de forma proposital para fora da casa com o intuito de complicar a investigação“, declarou Félix.
Ainda, o delegado afirmou que um dos pontos investigados foi que Romero, até antes do término do relacionamento, se mantinha distante do irmão. No entanto, após o fim do casamento, eles passaram a se encontrar e trocar mensagens. Em seus depoimentos, o ex-marido também se esquivou por várias vezes e apresentou inconsistências em sua versão, expôs Félix.
De acordo com a polícia, Romero levou Rodrigo no próprio automóvel e o deixou escondido nas proximidades do sítio PH, que pertencia a Raquel. Ao longo do dia, ele teria almoçado com o ex-sogro, e levado os dois filhos – um menino de 6 anos e uma menina de 3 – com a vítima para Tapurah, a fim de criar o álibi e afastá-los do crime planejado.
Choro em velório
A investigação apontou ainda que, no dia 18 de julho, o homem chamou algumas pessoas com quem nem tinha muita convivência para beber e assar carne. No período da noite, foi a três boates em Tapurah. Segundo o delegado, o comportamento evidenciou a tentativa de formar o álibi de que estaria da cidade e, assim, não ser considerado o principal suspeito.
Durante o velório da empresária, Romero se mostrou bastante abalado e permaneceu ao lado do caixão junto ao deputado e seu ex-sogro, Gilberto. Veja:
⏯️Suspeito por morte de Raquel Cattani, ex chorou no velório
Romero Xavier, suspeito de ser mandante do crime, chegou a prestar depoimento, mas na época foi liberado e participou do velório. Depois, foi preso pic.twitter.com/RDFtLj2UuY
— Metrópoles (@Metropoles) July 25, 2024
O caso
O assassinato brutal aconteceu no dia 19 de julho, em Nova Mutum, a 269 km de Cuiabá. O corpo de Raquel Cattani, de 26 anos, foi encontrado com perfurações de facadas e sinais de violência. A moto e o celular da vítima foram levados da casa, localizada em em um sítio no Assentamento Pontal do Marape.
Filha do deputado estadual Gilberto Cattani (PL), a mulher era empreendedora e atuava na produção de queijos artesanais em Nova Mutum. A polícia informou, ainda, que a vítima foi achada sozinha, dentro de um dos quartos da residência onde vivia. A prisão do ex-cunhado de Raquel também foi registrada e compartilhada nas redes sociais. Confira:
Prisão de Rodrigo Xavier, cunhado de Raquel Cattani e executor de seu assassinato. pic.twitter.com/DXO7BHAxM3
— Leiagora Portal de Notícias (@leiagorabr) July 25, 2024