Hugo Gloss

Vídeo: Filho de homem morto em tiroteio no RJ chora e desabafa ao vivo na TV: “Faleceu sem saber, estava dormindo”

Um tiroteio na Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, resultou na morte de três pessoas nesta quinta-feira (24). Entre as vítimas, estava Renato Oliveira, de 48 anos, que foi alvejado na cabeça enquanto dormia no ônibus a caminho do trabalho. Em entrevista ao “Encontro”, nesta sexta-feira (25), o filho de Renato, Renan, não conseguiu conter a emoção ao falar da trágica perda do pai.

Renato foi atingido por uma bala durante o trajeto e, mesmo sendo socorrido e levado ao Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), não resistiu após passar por uma cirurgia.

Durante a entrevista com o matinal da TV Globo, Renan, filho da vítima, se mostrou desolado. “É algo inexplicável. Meu pai, meu herói, meu amigo. Infelizmente, perdeu a vida em busca do pão”, lamentou ele.

Na frente do Instituto Médico Legal (IML), para onde foi levado o corpo de Renato, ele expressou sua revolta. “Tem que ser feita a justiça, porque não existe essa possibilidade de fazer uma operação em meio horário de trabalho, sem comunicar ninguém. E o que resta agora? Agora ficou a família, o pessoal sofrendo, o cara amigo, camarada, nunca negou ajuda a ninguém, entendeu? Eu só peço a justiça, só isso só”, declarou.

A operação policial no Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio, ocorreu entre 5h40 e 6h da manhã de ontem. A porta-voz da Polícia Militar, tenente-coronel Claudia Moraes, explicou que a corporação “procura realizar essas operações em horários que causem menor impacto”. Ela acrescentou: “Eu não posso precisar qual foi o horário específico, só o comandante pode dizer. Mas eu garanto que a operação não começou 7h, não começou 8h. Mas, por conta da forte resistência desses criminosos, essa situação se estendeu”.

Ainda durante seu desabafo, Renan, visivelmente abalado, lembrou os ensinamentos do pai: “Tô sem palavras, sem ação, sem chão. Todo mundo batalhador, meu pai ensinou o caminho correto para eu e meu irmãos seguirmos, honestamente, respeitando todo mundo e sem querer ganhar vantagem em cima dos outros. Ele foi um herói. Infelizmente, faleceu sem nem saber, ele estava dormindo”. Antes de embarcar no ônibus, Renato havia comprado mortadela e refrigerante para um café da manhã com colegas do trabalho.

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