O homem preso por matar o aposentado Cesar Fine Torresi, de 77 anos, com uma “voadora” no peito, participou da reconstituição do crime feita pela Polícia Civil nesta quinta-feira (13). No local, Tiago Gomes de Souza, de 39 anos, se jogou no chão e chorou, enquanto explicava à equipe de investigação como ocorreu a agressão.
O trabalho contou com a presença de Tiago e do advogado dele, além de um promotor do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e autoridades policiais. O filho da vítima, Bruno Cesar Fine Torresi, também participou.
Imagens feitas por testemunhas da reconstituição mostram o suspeito diante do corpo de um homem caído no chão, simulando o idoso. É possível ver Tiago levando as mãos à cabeça, em um gesto de desespero, e erguendo os braços na direção da multidão, como se estivesse pedindo desculpas. Assista:
Preso por matar idoso com “voadora” chora durante reconstituição do crime pic.twitter.com/omzvsdhRAb
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) June 14, 2024
Cesar Fine Torresi foi atacado após atravessar a Rua Pirajá da Silva, em Santos, litoral de São Paulo, de mãos dadas com o neto, de 11 anos. De acordo com boletim de ocorrência, Tiago dirigia o carro e freou bruscamente, momento em que o idoso apoiou as mãos sobre o capô do veículo. O motorista saiu do automóvel e o chutou no peito. Cesar foi socorrido na UPA Zona Leste, sofreu três paradas cardíacas e teve a morte constatada.
“Ele [Tiago] nem estacionou o carro. Simplesmente desceu, deixou a chave ali e foi atrás do senhor. Ele diz que houve uma discussão. O neto diz que não“, explicou a delegada Liliane Lopes Doretto, do 3° Distrito Policial da cidade.
Durante a reconstituição do caso, o suspeito alegou ter sofrido um “ataque de fúria” diante da atitude da vítima em adverti-lo por ter avançado com o carro contra ela e o neto. Tiago relatou à polícia que não teve a percepção se havia machucado ou não o idoso quando avançou com o veículo. Ainda de acordo com o suspeito, a vítima e o neto continuaram a caminhar após a “discussão”.
De acordo com a delegada, Tiago disse sofrer transtornos psicológicos, não conseguiu se controlar e por isso agrediu o idoso. “Disse que na hora se arrependeu e até fez manobras de ressuscitação na vítima“, afirmou Liliane.
Segundo ela, ainda não foram identificadas imagens que tenham registrado o crime. Além disso, apenas uma testemunha prestou depoimento. “Houve um idoso que até tirou a chave do carro do Tiago, segundo fontes informais, para ele não fugir na ocasião. Essas pessoas não se solidarizaram em ir à delegacia para prestar depoimento e isso é muito importante para que a gente tenha a busca real dos fatos”, disse a delegada.
Dezenas de pessoas ficaram reunidas ao redor de onde ocorria a reconstituição, ao lado do Shopping Praiamar, um dos mais movimentados da cidade. Para a delegada, o procedimento foi “bastante tenso” por se tratar de um crime “impactante” e “revoltante”. Apesar disso, ela afirmou que o trabalho foi essencial para o inquérito.