A trancista Thais Medeiros de Oliveira, que foi internada em fevereiro do ano passado após cheirar um frasco de pimentas, teve uma piora no quadro de saúde. A jovem chegou a ficar internada por meses e até recebeu alta em agosto. No entanto, nesta quinta-feira (4), a família de Thais usou as redes sociais para atualizar seu estado de saúde.
Desde que sofreu uma parada cardiorrespiratória devido a uma grave reação alérgica ao cheiro do condimento, Thais tem vivido acamada. Seu diagnóstico foi de edema cerebral, com lesões irreversíveis, o que fez com que a família compartilhasse boletins sobre sua condição, em busca de auxílio financeiro para o tratamento.
Nos últimos meses, a trancista tinha apresentado avanços em seu quadro, o que, infelizmente, mudou na última semana do ano. Agora, ela vem enfrentando picos de febre e preocupando sua mãe. “Hoje eu estou aqui, mas tô um pouco angustiada. A Thais teve um momento muito difícil da semana passada pra cá. Ela tem dado uns picos de febre, que preocupam muito a gente porque é sinal de algo. Deu uma bactéria no intestino”, relatou Adriana em um vídeo no Instagram.
Apesar das dificuldades, a mulher garantiu que acredita que a filha vá ultrapassar essa fase complicada. “A gente quer a Thais em casa logo pra ela fortalecer e a gente continuar a neuromodulação que tá tendo um resultado muito bom. Ela relaxou muito. É um pouco difícil, às vezes, levá-la todos os dias, mas a gente tá aqui na luta. Voltar com as fisioterapias dela, com a fono, pra gente ter um resultado melhor. Mas, pra isso, a Thais precisa fortalecer e melhorar essas bactérias. A gente vai conseguir, eu tenho a minha fé, eu não vou perder a minha esperança e vou cuidar da minha filha”, concluiu. Veja:
Atualmente, a família administra uma vaquinha virtual para ajudar com os gastos médicos e outras despesas.
Relembre o caso
Em 17 de fevereiro, Thais Medeiros de Oliveira foi internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em um hospital de Goiás, após cheirar pimenta bode. Segundo relato do namorado da jovem, Matheus Oliveira, Thais estava almoçando com ele quando começou a perder forças. “Ela estava na cozinha e entraram em assunto de pimenta. Então ela passou a pimenta no nariz e cheirou. A garganta dela começou a coçar e, logo em seguida, ela já foi perdendo as forças. E a levamos para o hospital”, contou o rapaz.
Thais, que tem asma, sofreu uma parada cardiorrespiratória. A jovem ficou cerca de sete minutos sem pulso e 15 minutos sem oxigênio. Adriana Medeiros, mãe de Thais, contou ao g1 que os problemas de respiração da filha são genéticos, e que a menina “nunca fumou, bebeu ou usou qualquer tipo de droga”. Medeiros apontou que a trancista nunca teve um quadro grave de reação alérgica antes do incidente.
No dia 21 de fevereiro, Thais passou por um exame que mostrou um edema cerebral – um inchaço de uma região cerebral ou de todo o cérebro, resultado do acúmulo de líquidos no tecido, aumentando o volume e consequentemente a pressão intracraniana. No dia 4 de março a sedação foi retirada, mas ela não apresentou qualquer resposta neurológica aos estímulos. No dia 23 do mesmo mês, foi divulgado que ela teve uma lesão irreversível no cérebro.
Em entrevista ao g1, Segundo Rubens Dias, médico da UTI da Santa Casa de Anápolis, explicou que a lesão foi causada pela falta de oxigenação no cérebro de Thais após uma parada cardíaca. “O que ela teve foi um período que o cérebro não tem oxigenação devida, porque o coração não estava bombeando sangue para o corpo. E ele gera uma lesão que é irreversível e tem um potencial de gravidade muito grande”, afirmou.