Em 28 de setembro, uma mulher de 48 anos teria jogado suco contra uma atendente do Mini Kalzone, no Shopping Iguatemi, em Porto Alegre, após ser informada de que o estabelecimento não fornecia canudos. Após investigação da Polícia Civil, a mulher — que não teve sua identidade divulgada — foi indiciada por injúria real.
O caso repercutiu depois que a vítima, a atendente Odara Gomes, de 19 anos, relatou o episódio em um vídeo nas redes sociais.
“Eu acabei de ser totalmente humilhada por uma cliente. A gente não fornece canudo, eu disse para o marido dela tomar o suco com a boca e ela jogou o suco dizendo para eu tomar com a boca. E essa é a minha situação agora”, contou ela, mostrando a camiseta toda molhada.
Atendente chora após cliente lhe jogar suco no rosto pic.twitter.com/tuU4tFI0By
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) October 15, 2024
O momento também foi registrado por câmeras de segurança. Assista abaixo:
⚠️ Veja o momento em que a cliente joga um copo de suco na atendente do Mini Kalzone do Shopping Iguatemi
A Polícia Civil indiciou por injúria real uma mulher de 48 anos que jogou suco em uma atendente de uma lanchonete após ser informada de que o local não fornecia canudo.
— Porto Alegre 24 Horas (@portoalegre24h) October 15, 2024
Odara foi afastada do trabalho após receber uma licença médica e deve retornar nesta terça-feira (15). No dia 4 de outubro, a vítima prestou depoimento, enquanto a acusada optou por permanecer em silêncio, sem dar sua versão sobre o incidente.
Segundo informações do g1, a mulher foi indiciada pelo crime de injúria real, que “consiste em violência ou vias de fato que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes”.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Alexandre Vieira, o crime também depende da representação da vítima — ou seja, a atendente precisou manifestar o interesse de levar o caso à Justiça.
“[Injúria real] se dá quando o agressor, através de suas atitudes, causa vergonha e procura humilhar a vítima, atingindo sua honra”, explicou o delegado. “Não trata-se de crime de ação pública”, destacou. O Código Penal aponta que a pena para tal crime é de três meses a um ano de prisão.
Lanchonete se manifesta
Após a repercussão do caso, a Mini Kalzone emitiu uma nota, revelando que prestou assistência jurídica e psicológica à colaboradora. Leia a nota na íntegra:
“A Mini Kalzone lamenta profundamente o incidente ocorrido no dia 28 de setembro de 2024, em uma de nossas unidades franqueadas em Porto Alegre, onde nossa colaboradora foi vítima de uma agressão e humilhação inaceitáveis por parte de uma cliente. O fato teve origem na insatisfação da cliente com a política de não fornecermos canudos, adotada em estrito cumprimento à legislação local.
Desde o momento do ocorrido, nossa equipe atuou prontamente para prestar suporte necessário à colaboradora, oferecendo recursos para que ela pudesse retornar para casa em segurança e ser acolhida no ambiente familiar. Além disso, de imediato, foram tomadas as providências cabíveis ao contatarmos as autoridades competentes e segurança do empreendimento para auxiliar na identificação da agressora.
Em menos de 8 horas após o ocorrido, foi registrado um Boletim de Ocorrência, anexando as imagens de segurança da loja.
Desde o ocorrido, permanecemos colaborando ativamente com as autoridades para garantir que os responsáveis sejam identificados e que a justiça seja feita, agindo com transparência e respeito aos trâmites legais. Esclarecemos que, em conformidade com as disposições da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), as imagens de segurança não podem ser compartilhadas publicamente, estando disponíveis apenas para as autoridades competentes.
A Mini Kalzone disponibilizou apoio jurídico e psicológico à colaboradora, reafirmando nosso compromisso em garantir seu bem-estar e segurança. Para nós, este não é apenas um caso isolado de violência, mas uma afronta aos valores e princípios que defendemos. Não mediremos esforços para proteger nossa equipe e buscar a responsabilização pelos atos cometidos.
Agradecemos a compreensão e o apoio de todos. Seguiremos empenhados para que essa situação seja resolvida com justiça e transparência, defendendo sempre o respeito e a integridade de nossos colaboradores”.