Câmeras de segurança mostraram os momentos antes e depois da morte do empresário Igor Peretto, de 27 anos, no dia 31 de agosto em Praia Grande, São Paulo. De acordo com as investigações da Polícia Civil, o crime ocorreu após a vítima descobrir que sua esposa, Rafaela Fontenelle, mantinha um relacionamento extraconjugal com Mario Vitorino da Silva Neto, seu sócio, melhor amigo e marido de sua irmã.
Marcelly Peretto, irmã da vítima, e Rafaela Costa, a viúva, se entregaram e estão presas desde então. Elas são suspeitas de envolvimento no assassinato. O marido de Marcelly, Mario Vitorino, é considerado foragido.
Nos registros divulgados pelo g1 nesta quinta-feira (12), Marcelly, Rafaela, Mario e Igor aparecem chegando no apartamento da irmã, onde ocorreu o crime. As duas sobem no elevador por volta das 4h30, mas Rafaela deixa o prédio dez minutos depois. Em seguida, às 5h42, Igor e Mario são vistos discutindo.
Após 25 minutos, às 06h05, as gravações mostraram Marcelly e Mario saindo às pressas do prédio. O casal desceu pelas escadas, foi até o subsolo e deixou o local a pé pela garagem.
Assista:
O g1 acrescentou que Marcelly e Mario seguiram até o apartamento dele, chegando ao prédio 6h11. Cinco minutos depois eles saem segurando bolsas e objetos. Os dois são casados, mas não moram no mesmo imóvel.
Investigação
De acordo com o “Balanço Geral Manhã”, da Record TV, Igor e a irmã, Marcelly, saíram juntos com os companheiros, Rafaela e Mario, no fim de semana do crime. O quarteto sempre compartilhava fotos lado a lado nas redes sociais. Naquela noite, a vítima acabou descobrindo mensagens comprometedoras no celular de seu cunhado durante uma balada. As autoridades informaram que após a descoberta da traição, os quatro se reuniram no apartamento onde moravam Marcelly e Mario, na Avenida Paris, no bairro Canto do Forte.
A Polícia Militar foi acionada pela síndica do prédio, que relatou ter ouvido gritos e barulhos no imóvel durante a noite. Ela, por sua vez, teria tentado contato com os moradores diversas vezes, mas não obteve retorno. O corredor também apresentava sinais de sangue. Diante das informações, um chaveiro foi chamado para abrir a porta do apartamento.
Igor foi encontrado caído dentro de um dos quartos, próximo à janela, com cerca de 20 facadas pelo corpo. Segundo a polícia, a residência estava toda revirada. A faca foi encontrada no banheiro e apreendida para perícia. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado e constatou a morte do empresário no local.
Após o assassinato, a Polícia Civil abriu um inquérito para investigar as circunstâncias da morte de Igor. Segundo informações do UOL, a família acredita que o crime tenha sido motivado pelo affair entre a esposa e o cunhado da vítima. A polícia trabalha com a hipótese de que Rafaela e Marcelly também mantinham um relacionamento amoroso. Fato que o advogado de Marcelly confirmou. Segundo ele, as duas tiveram um envolvimento no local antes da chegada de Igor e Mario no apartamento.
Defesa se manifesta
Com a repercussão do caso e novas descobertas da polícia, a defesa da viúva, Rafaela, se manifestou. Em nota, o advogado Marcelo Cruz ressaltou que ela já havia deixado o apartamento quando Igor e Mario chegaram. “Ela infelizmente confessa que houve um adultério, muito embora estivesse relativamente separada dele [Igor]. Mas o ponto principal é que, lamentavelmente, a vítima pegou uma ligação que ela [Rafaela] tinha feito para o autor do crime [Mario] e, em face disso, desencadeou a confusão dentro da residência. Mas, ela não participou de nenhum ato dentro daquela residência”, explicou o representante.
“Ela recebeu uma ligação do autor do crime [Mario] dizendo que teriam dopado efetivamente ele [Igor] e não que teriam matado”, ele continuou, afirmando que Rafaela seguiu as instruções de Mario, que disse para ela partir em direção a São Paulo antes que Igor acordasse.
Enquanto isso, o advogado Leandro Weissmann, que representa Marcelly, disse que ela foi pressionada pelo marido a deixar o imóvel após o crime. Ele acrescentou: “De acordo com a Marcelly, elas estavam muito bêbadas e Rafaela já tinha investido algumas vezes para cima dela. Nesse dia, que ela estava muito bêbada, a Rafaela a agarrou […]. Deu um beijo e passou a mão no corpo dela. A Marcelly sabia que a Rafaela se relacionava sim com outras mulheres, mas com ela foi a primeira vez”.
Carro localizado
Uma apuração feita pela TV Tribuna, afiliada da Globo, revelou que o carro usado por Mário foi encontrado por policiais civis no interior de São Paulo. O veículo estava perto de uma agência dos Correios em Pindamonhangaba e foi levado para a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) no dia 5 de setembro.
As imagens gravadas pelo repórter Matheus Croce, mostram que o câmbio e o banco tinham marcas que, aparentemente, são de sangue. Uma garrafa com marcas parecidas também foi encontrada jogada no chão do veículo.