Hugo Gloss

Vira-lata é resgatada após ser enterrada viva no RS, e desfecho da história é emocionante; assista

Fotojet (7)

Vira-lata é resgatada após ser enterrada viva e será adotada por policial que a socorreu. (Foto: Reprodução/ GauchaZH)

A “esperança” de um final feliz! A vira-lata apelidada de Hope começa a se recuperar, após viver momentos de horror nesta terça-feira (13). A cachorrinha foi retirada viva de um buraco, a meio metro do chão, em Canoas, no Rio Grande do Sul. O animal estava enterrado, mas ainda respirava, quando foi resgatado por agentes do 15º Batalhão de Polícia Militar. 

A cadela tinha uma ferida profunda e necrosada no pescoço, e já estava com o corpo gelado. Após ser resgatada, ela foi levada às pressas ao Hospital Veterinário da Ulbra. “Ela estava debilitada, com baixa consciência, quase que em estado de coma. Com fome e subnutrida, sinal de que deve ter ficado alguns dias sem comer. O termômetro nem marcou na primeira medição, de tão baixa que estava a temperatura”, relatou a médica-veterinária residente Anna Carolina Marques.

Segundo o jornal GZH, Hope chegou ao centro veterinário com a corda que servia de coleira amarrada com força em volta do pescoço. A investigação policial apura se a vira-lata teria sido enforcada, antes de ser jogada em uma vala no pátio da casa do próprio autor do crime, no bairro Guajuviras, em Canoas.

Hope começa a se recuperar após o resgate dramático. (Foto: Reprodução/ GauchaZH)

Mas o que era uma história de desespero e maus-tratos acabou virando um período de acolhimento. Enquanto a cachorrinha se recuperava do primeiro atendimento, a equipe do hospital decidiu, em conjunto, chamá-la de Hope, nome em inglês que significa “esperança”. Na UTI, Hope foi cercada de amor e virou o xodó das médicas, que acompanham a recuperação, considerada acima da média, visto que a cachorrinha foi resgatada há apenas 24 horas. “É inesperada a evolução da nossa princesa”, comemorou Anna Carolina.

Hoje (14), a cachorrinha reencontrou os policiais responsáveis pelo seu salvamento e autores da prisão em flagrante, o sargento Rodibeldo Ohlweiler e o soldado Lucas Camara Goldani. E o final feliz de Hope poderá começar agora, pois o soldado deseja adotar a vira-lata resgatada. “Eu abri o buraco e vi a cachorrinha ainda se mexendo. Não tem como não se comover ao lembrar da cena. Liguei pra minha esposa e ela concordou em adotar. Foi o que aprendi com a minha mãe, resgatar os animais da rua”, afirmou Lucas. 

O soldado Goldani se comoveu com a situação da cachorrinha e pretende adotá-la assim que o inquérito terminar. (Foto: Reprodução/ GauchaZH)

As médicas-veterinárias estimam que a cadela tenha menos de um ano de idade. Sob os cuidados da equipe, Hope já está limpa e se recupera com uma pomada aplicada na ferida aberta no pescoço, além de um curativo na pata direita. Se o quadro da cachorrinha continuar estável, ela deverá receber alta nos próximos dias, e poderá ir para o seu novo lar.

Não demonstra espanto ou qualquer reação contrária a chamegos — fica no colo pelo tempo que a pessoa quiser. Me apaixonei. Mas aí o policial fez contato comigo e disse que também queria adotar”, apontou a médica-veterinária Marthyna Schuch, que morreu de amores por Hope, mas cedeu a guarda para Goldani.

Toda a equipe responsável pelo resgate e pelos cuidados de Hope se apaixonou pela vira-lata. (Foto: Reprodução/ GauchaZH)

O soldado poderá prover um lar temporário para a cachorrinha, enquanto o caso corre na Justiça. Segundo a delegada Tatiana Bastos, da 4ª Delegacia da Polícia Civil de Canoas, o inquérito deverá ser concluído em aproximadamente 10 dias. O responsável pelo crime poderá ser indiciado por crueldade contra animais, na forma qualificada. Se a decisão judicial optar por retirar a guarda do tutor, o processo de adoção poderá ser oficialmente iniciado.

O autor dos crimes é um homem de 27 anos que não teve o nome divulgado. O responsável pelos maus-tratos agora aguarda a audiência, que pode converter a prisão em flagrante em prisão preventiva. Ele ainda poderá ser liberado. O acusado alegou que o animal parecia estar morto, no momento em que abriu a cova e o enterrou vivo.

Sair da versão mobile