Hugo Gloss

Vizinhos descrevem comportamento de anestesista preso por estuprar grávida no RJ: “Extremamente vaidoso”

Anestesista RJ

O médico Giovanni Quintella Bezerra foi flagrado estuprando a paciente durante o trabalho de parto. (Foto: Reprodução / Redes Sociais ; TV Globo)

O caso do anestesista Giovanni Quintella Bezerra, preso em flagrante no Rio de Janeiro após estuprar uma paciente em trabalho de parto, continua se desenrolando. Nesta quinta-feira (14), vizinhos contaram ao Jornal O Globo, como era o comportamento do médico fora do trabalho. Segundo a reportagem, os pais de Bezerra também estão enfrentando as consequências.

Giovanni morava sozinho em um apartamento na Barra da Tijuca, Zona Oeste da capital carioca. Após a repercussão do caso, o dono do imóvel teria pedido aos pais do anestesista para desocupar o local. De acordo com as testemunhas, o casal chega sempre cedo, com um semblante sério e sem falar com ninguém.

Ainda, de acordo com as fontes, o jovem era vaidoso, cuidava da aparência, mas sempre muito reservado e não dava abertura para aproximação. “Era extremamente vaidoso, às vezes ficava na academia até o último horário. Treinava com um personal trainer e nunca batia papo com mais ninguém”, disse a testemunha, que não quis se identificar.

Giovanni Quintella Bezerra se especializou em anestesia há dois meses (Foto: Reprodução / Redes Sociais)

Na vizinhança e na academia, todos teriam ficado chocados com o horror e a frieza do crime cometido pelo médico. “Todos ficaram chocados. A gente via o Giovanni diariamente. É bem estranho pensar que ele fez aquilo. Ele parecia normal”, afirmou uma pessoa.

Ainda segundo as testemunhas ouvidas pelo jornal, Giovanni não costumava receber visitas no apartamento, mas estava sempre acompanhado de mulheres: “Ele era rico, tinha uma condição boa, uma namorada linda. Ele tinha tudo, não dá pra entender”.

Investigação e Novas denúncias

A delegada Bárbara Lomba, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti (RJ), falou nesta terça-feira (12) sobre a prisão em flagrante do anestesista Giovanni Quintella Bezerra. Segundo ela, indícios apontam que o médico teria cometido crimes em série antes do estupro a uma paciente em trabalho de parto.

Em entrevista ao “Estúdio i”, da GloboNews, Lomba revelou a suspeita de que o anestesista já teria um padrão para a repetição desses atos criminosos. “Tudo indica que ele seja um criminoso em série realmente, porque há muitos indícios de repetição desse tipo de crime, até pelo procedimento dele, a atuação dele, ele já tem uma desenvoltura. Ele não mostra muita preocupação na hora de executar o crime. Então, isso indica que ele já vem praticando há algum tempo. Ele se aproveita realmente daquela situação da vítima”, afirmou.

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Nesta quinta-feira (14), ao g1, ela afirmou que as autoridades já identificaram novas possíveis vítimas do anestesista: “São relatos ainda. Precisamos investigar. São 30 já identificadas como possíveis. Toda essa ação criminosa é repugnante, é algo que não imaginávamos que pudesse acontecer”.

Duas delas são esperadas para prestar depoimento hoje, na delegacia especializada. “Nós aguardamos duas possíveis vítimas. Elas foram operadas no dia 10 de julho, antes daquela vítima nas imagens. Já temos informações de que elas foram sedadas também, possivelmente desnecessariamente”, afirmou Lomba.

Grávida descobre sobre estupro

A mulher que aparece no vídeo, sendo violentada pelo médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, soube apenas nesta quarta-feira (13) que foi vítima de um estupro durante o parto. Com a ajuda do marido da paciente, a delegada Bárbara Lomba conversou com a ela por telefone e contou sobre o caso. “Ela chorou muito. Ainda está muito abalada. A família toda está abalada”, disse a delegada.

Ativo nas redes sociais, Giovanni dividia seu dia a dia com seus seguidores (Foto: Reprodução / Redes Sociais)

Giovanni Bezerra foi preso em flagrante e indiciado por estupro de vulnerável, podendo pegar pena de 8 a 15 anos de prisão. Aos 32 anos, ele se especializou há dois meses em anestesiologia e trabalhava em mais de dez hospitais das redes públicas e privadas do Rio de Janeiro.

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