A carioca Renata Protta, de 26 anos, surpreendeu ao mostrar os itens que estão sendo colocados para as doações com destino ao Rio Grande do Sul. Em um vídeo que repercutiu nas redes sociais, a voluntária contou já ter encontrado algemas de pelúcia de sex shop, fantasia de presidiário e até um gorro de Papai Noel. Nesta terça-feira (28), ao UOL, ela expressou sua indignação e listou o que realmente deve ser doado.
Durante a triagem, Renata também encontrou uma árvore de Natal, um colar havaiano, uma carteirinha de plano de saúde, moedas, nota fiscal, fralda mofada e uma mala com senha. Apesar do bom humor usado na gravação, a carioca fez uma crítica com a postagem em seu perfil do Instagram.
“Então é Natal, e o que você fez? Doei o que era lixo, e vacilei outra vez”, cantou ela, de forma irônica. Na legenda, a voluntária também escreveu: “Seria engraçado se não fosse trágico! Decidi compartilhar com vocês algumas das bizarrices que achei fazendo triagem para as doações pro Rio Grande do Sul!”.
A situação deixou os internautas indignados. “Tem que mostrar mesmo esses vídeos e não vai desestimular nada. A gente tem que saber o tipo de situação que as pessoas são capazes de fazer. Cada dia o mundo mais perdido”, comentou um perfil. “Meu Deus, até onde vai a noção do ser humano? Tá cada dia pior”, opinou outro. “Foi exatamente assim. Onde fiz as triagens doaram cuecas usadas, conjuntos de lingerie sexy. Sabe aquelas que vem com espartilho? Pois é. Fora as várias roupas rasgadas e manchadas”, compartilhou uma terceira pessoa.
Assista:
Ao UOL, Renata opinou sobre receber itens que deveriam ser jogados fora. “É desanimador e eu diria que até constrangedor. Por outro lado, fico feliz que esses itens tenham caído na minha mão e não na dos desabrigados. Imagina que desumano você perder tudo, ficar preso em um abrigo e ainda te darem uma roupa de presidiário para dormir? Na verdade, achei vexatório. Eu dou risada no vídeo, levo na esportiva, mas confesso que, quando vi a fantasia, me deu um nó na garganta”, confessou ela.
A carioca também disse que morou no Paraná por 18 anos, e decidiu ajudar os gaúchos neste momento. “Tenho um carinho especial pelo Sul e decidi colaborar porque acredito muito que pequenas atitudes fazem grandes ações. E, neste momento, o Rio Grande do Sul precisa de fato. Eu compartilho diariamente minha rotina nas redes sociais. Então quando fui atuar como voluntária na triagem em um condomínio próximo ao meu (um grupo de gaúchas estava organizando doações), decidi filmar as triagens e as bizarrices que estavam ali no meio”, explicou.
Protta acrescentou que esta não foi a primeira vez em que encontrou itens sem utilidade alguma para as vítimas da tragédia. “Infelizmente, essa será a parte 2 do vídeo. Achei coisas ainda mais bizarras. Dentro de uma caixa, encontrei mangueira, canudo, agenda escrita, porta-retrato, apontador, bateria, meia encardida, suporte de madeira e acessórios de crochê, desses de colocar na cozinha. Tudo revirado”, recordou a mulher.
O que doar?
Renata informou que as doações em bom estado foram enviadas diretamente aos abrigos em que os parentes de suas vizinhas estão ajudando. “Continuamos ajudando. Nessas triagens que fizemos lotamos quatro caminhões. Além desse grupo, também estou em outras ações”, declarou. Por fim, a voluntária listou o que é importante doar por agora.
“As pessoas devem ajudar enviando itens emergenciais, que nesse momento são alimento, água, itens de limpeza, itens de higiene pessoal, roupa íntima nova e ração para pets”, avisou. Protta também enfatizou que quem é do Rio de Janeiro pode colaborar com o grupo. Ela e os amigos estão recebendo doações no “Motoclube de Jacarepaguá”, de segunda a sexta-feira, das 10 horas às 18 horas. O local fica na estrada de Jacarepaguá, 6405, Zona Oeste da cidade.