Voluntário encontra o próprio cão ilhado em resgate em Novo Hamburgo, RS, e momento emociona; assista

Cãozinho “Pouca Pata” foi encontrado após sete dias

Neste domingo (12), as enchentes do Rio Grande do Sul foram tema de reportagens no “Fantástico“. O dominical acompanhou de perto o resgate dos animais em Novo Hamburgo, região afetada pelas cheias, e mostrou voluntários auxiliando animais de diversas espécies, entre eles o cavalo Caramelo, história que mobilizou o Brasil. Entretanto, um reencontro entre um dos voluntários e seu próprio cãozinho rendeu momentos emocionantes.

Segundo o grupo que saiu de Belo Horizonte, as mais diversas espécies ficaram ilhadas devido às chuvas no sul. “A gente já pegou coelho, porco, cavalo, cachorro, gato e, agora, galinha”, contou um membro do time de protetores.

Dentre os que se ofereceram para ajudar, estava Gilvânio Abreu da Silva. Após enfrentar horas dentro de um bote, debaixo do sol, ele não imaginava que em meio ao esforço, acabaria resgatando seu próprio pet.

Durante a reportagem, o homem foi surpreendido ao ver Pouca Pata no topo de um telhado. Com a voz embargada, Gilvânio começou a chamar pelo cãozinho. “O meu cachorro está ali. Eu vou pegar ele. É o Pouca Pata. Pouca pata, vem”, disse ele, emocionado.

De longe, ele assistiu enquanto outro voluntário subiu no local para colocar um colete no animal. Visivelmente comovido, Gilvânio abraçou e beijou o cachorro, que estava perdido há sete dias. “Você tá bem?”, quis saber ele, abraçando-o apertado.

Ao dominical, o homem explicou que nomeou o pet “Pouca Pata”, pois ele não tem uma das patinhas. O tutor, por sua vez, também usa uma prótese em uma das pernas. “Ele é que nem o dono, esse é o legítimo, que nem o dono”, declarou. Assista:

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Enchentes

De acordo com a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, até o momento, cerca de 76.470 pessoas já foram resgatadas após as enchentes que atingiram o estado. O órgão afirmou, em comunicado divulgado hoje (13), que cerca de 100 resgates foram realizados somente nas últimas 24 horas.

Ao todo, foram 447 municípios afetados, 147 mortos, 127 desaparecidos e 806 feridos. Já os afetados pelas tragédias ultrapassam os 2 milhões. No caso dos animais, foram cerca de 10.814 resgatados desde o final de abril – o número corresponde ao trabalho da Brigada Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros Militar do estado, sem contar com o trabalho voluntário.

A estimativa de óbitos de animais não foi divulgada, já que em muitos locais, a água ainda não abaixou. “Há rebanhos inteiros que ainda estão debaixo d’água”, lamentou Márcio Madalena, secretário adjunto de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, em conversa com a BBC.

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