Há alguns anos, Fábio Assunção tem lutado contra a dependência química. O ator já enfrentou uma série de problemas em decorrência do vício em álcool e cocaína. Em entrevista à revista Veja, divulgada hoje (17), o artista falou sobre o assunto e revelou seu constante receio de sofrer uma recaída.
“Essa é uma questão que pauta a vida de qualquer pessoa que tem compulsão. O medo me acompanha sempre. Sei que não posso dar brechas e que há situações em que preciso ser firme e dizer não. Por exemplo: posso beber, mas tomei a decisão este ano de não ingerir nenhuma gota de álcool”, contou o ator, que também lamentou a superexposição de seu caso. “É muito ruim não poder tratar minhas questões pessoais na intimidade”, confessou.
O ator recordou o Carnaval de 2019, época em que sua dependência química virou piada e até tema de música. “Sempre acho esse tipo de exposição complicado. Mas houve um movimento bacana de desencorajamento ao uso das máscaras, que fez com que me sentisse respeitado. Quanto à música, a banda fez um acordo comigo e destinou os 50 mil reais que recebeu em direitos autorais a projetos sociais para dependentes químicos. Talvez essas coisas sejam necessárias para que o assunto venha a ter a discussão que merece”, respondeu.
Para Fábio, a dependência química ainda carece de mais respeito e mais debates. “Avançamos nas agendas do feminismo, nas pautas ambiental e indígena, mas ficamos parados na questão da dependência química. Chamar alguém que está saindo do bar caindo pelas paredes de bêbado é o mesmo que usar um termo racista”, avaliou ele.
Primeiro contato com as drogas e tratamento
Em entrevista para as “Páginas Amarelas”, Assunção citou que seu primeiro contato com as drogas ocorreu ainda na juventude: “Minha adolescência foi nos anos 1980, quando o mundo tinha outra relação com as drogas. É claro que as más influências existem, mas sempre tive a última palavra e sou responsável por minhas escolhas”.
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Ele também contou o que o desmotivou na primeira vez em que procurou ajuda. “Fui pela primeira vez aos Alcoólicos Anônimos há cerca de quinze anos. Na saída fui fotografado por um paparazzo e saiu uma nota no jornal. Aquilo me prejudicou muito e demorei anos para voltar”, revelou ele. Desde então, a caminhada foi longa até que ele engatasse de vez no tratamento.
“O meu passou por sessões de análise, acompanhamento com psiquiatra e temporadas em clínicas no Brasil e nos Estados Unidos. Todas as minhas internações foram voluntárias. Há 12 anos passei 40 dias em uma clínica no Arizona. Dois anos depois, fiquei quatro meses em outra em São Paulo. Sigo fazendo terapia até hoje”, lembrou Assunção.
Quarentena e solidão
Nessa nova rotina, Fábio Assunção tem passado boa parte do tempo sozinho – e admite que a vida nem sempre é só alegria. “Não tenho medo da solidão, mas também não fico o tempo todo só. Meus filhos moram em São Paulo, com as mães, e tanto a Ella, de 9 anos, quanto o João, de 17, me fazem companhia de vez em quando. Agora, seria mentira dizer que estou feliz o tempo todo. O isolamento tem me feito olhar mais para dentro de mim mesmo”, explicou ele.
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De qualquer forma, enquanto aguarda a retomada das gravações da série “Fim”, da TV Globo, o ator tem procurado se desenvolver em novas habilidades. “Pela primeira vez estou tendo tempo para me dedicar mais ao conhecimento, em encontros virtuais com meu grupo de teoria crítica de direitos humanos, e também para estudar línguas. Tenho aulas de italiano, inglês e iorubá. Além disso, treino pelo menos cinco vezes por semana”, disse.
Vida fitness
Como já comentamos aqui, Fábio está mais do que dedicado aos hábitos saudáveis, tendo perdido quase 30 quilos para seu próximo papel nas telinhas. O ator reconhece o quanto isso teve um grande impacto em sua vida. “Entendi que precisava emagrecer para me adequar ao meu papel na série ‘Fim’, quando ela puder voltar a ser gravada. O processo acabou me dando mais disciplina na vida. Aprendi a dizer não para a pizza e a bebida alcoólica”, declarou.
Segundo Assunção, seu “porcentual de gordura caiu de 30% para 14%”. Isso, sem dúvida, também refletiu na autoestima do artista, que tem se sentido muito bem. “Sou um cara de 48 anos que nunca fez plástica e está de bem com os fios grisalhos. Considero ser este o melhor momento da minha vida”, admitiu ele, que frisou estar solteiríssimo.
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Ficamos muito felizes que Fábio esteja bem, e só podemos comemorar essa boa fase! Para conferir a entrevista na íntegra, clique aqui.