Hugo Gloss

Dominatrix viraliza na web após levar homem para passear de coleira no supermercado; vem saber a história por trás da foto!

A dominatrix Senhora Lark foi fotografada com um homem submisso. (Foto: Reprodução/Twitter/ @thatgothdom)

Não é todo dia que se encontra uma cena dessas! No último final de semana, a foto de uma dominatrix levando um homem submisso para “passear de coleira” em um supermercado viralizou na web. Depois da repercussão, a mulher da foto – identificada como Senhora Lark – revelou os bastidores da imagem ao “The Daily Dot”, nesta segunda-feira (19).

O clique mostra Lark entrando na loja e segurando a coleira que, em sua outra ponta, envolve um homem adulto de máscara e que anda de quatro patas. Inusitado? Imagine… A cena foi publicada no Twitter e, como era de se esperar, bombou pelas redes sociais – até agora, são mais de 100 mil curtidas e 15 mil retuítes na publicação. “Flagrado hoje na Erewhon”, disse a legenda do tuíte. Olha só:

O caso deu o que falar, recebendo uma série de críticas. “Por que as pessoas pensam que é uma boa ideia praticar seus fetiches em público? Com pessoas que não deram seu consentimento em participar disso”, disse um internauta. “Mais uma vez, as pessoas irresponsavelmente se envolvendo nos seus fetiches na frente de uma multidão de pessoas que não consentiram com isso”, pontuou outro.

Outros, porém, fizeram graça da situação bizarra. “Muito bom ver as pessoas usando máscaras em público”, avaliou outro perfil, desviando o foco da cena. Alguns elogiaram a atitude dos que não ficaram vidrados na situação. “É isso o que as pessoas deveriam aspirar a ser! Ela está tomando conta da sua vida. Uma rainha!”, comentou um internauta sobre a postura de outra mulher da foto. Contudo, houve os que duvidaram da plenitude de tal pessoa… “Te garanto que ela tá mandando pra um amigo uma foto que ela acabou de tirar”, sugeriu uma conta. Olha só:

História por trás da foto

Senhora Lark conversou com o “The Daily Dot” e explicou que a foto foi tirada durante uma pausa para comprar uma bebida. “Eu só queria um suco”, disse ela. “Eu estava com meu submisso e meus amigos, gravando alguns vídeos e apenas fazendo umas compras. Nós paramos no Erewhon. Tinha muitas câmeras e atenção, mas o segurança nos deixou passar e fechar a conta da nossa cesta antes de finalmente nos pedir para sair”, completou.

Quanto à postura do estabelecimento, ela lembrou: “Eles disseram, ‘nós respeitamos o que você está tentando fazer, mas vamos ter que te pedir para sair’. A parte engraçada é que nós tivemos que voltar pela loja toda para tirar nosso carro do estacionamento. […] Os seguranças nos seguiram até lá fora, mas os manobristas ainda assim nos deram nossa água de brinde! Não posso criticar o serviço deles”.

Lark, que tem 21 anos, sofreu uma experiência de abuso sexual aos 17 anos, de um membro de sua família. Após o episódio, ela ficou sem ter onde morar. Foi então que a jovem passou a trabalhar como profissional do sexo. “Eu encontrei um anúncio de uma ‘masmorra de sexo’ no Craigslist, e eles disseram que se você se qualificasse, você poderia morar lá também. Foi aí que a jornada começou”, recordou ela, que também é ilustradora e musicista.

A história de Lark com a dominação começou anos atrás. (Foto: Reprodução/Twitter)

Ela também negou os boatos de que estivesse “chicoteando” seu submisso, ou de que tenha o alimentado no chão. “Eu ainda não tinha uma tigela de cachorro. Nós compramos uma depois. Eu o puni – não mais que duas vezes, no entanto. Ele tentou encostar na minha perna muito acima da minha coxa, e eu não gostei disso”, esclareceu ela, reforçando que: “Não havia nenhuma criança por perto, nem nada disso”.

Críticas

Apesar de tudo, Lark entende o quanto isso é questionado pela sociedade. “Fazer isso em público é obviamente controverso. Eu ouço as preocupações dos meus companheiros trabalhadores sexuais sobre o consentimento, e sinto que a dominação como estilo de vida não deveria ser algo sexualizado necessariamente”, afirmou ela, que prefere clientes que optam pela submissão como uma parceria “verdadeira, a longo prazo e dedicada”, ao invés de sessões únicas.

“Aqueles que desejam ser dominados a longo prazo buscam por uma excitação psicológica que está diretamente ligada a troca de poder. É empoderador tanto para um ‘ativo’ quanto para um ‘passivo’, ‘dominador’ ou ‘submisso'”, opinou ela. “Nós vivemos num mundo em que a troca de poder tanto empodera as pessoas, quanto leva a corrupção e ao orgulho. A dominação feminina traz um lugar seguro para as pessoas manipularem sua relação com o poder sem prejudicar sua carreira ou seus relacionamentos”, declarou a dominatrix.

A série “Amizade Colorida” da Netflix também conta a história de uma dominatrix, com cenas ainda mais inusitadas do que a da senhora Lark. (Foto: Reprodução/Netflix)

O que faz uma dominatrix?

De acordo com a colunista do UOL, Mayumi Sato, uma dominatrix “exerce o papel de dominadora, sente prazer em cuidar, ensinar, guiar, proteger e dominar alguém, sempre respeitando os limites impostos por quem está sendo dominado”. Enquanto isso, um submisso “quer algo diferente do que profissionais do sexo oferecem, principalmente porque a prática da dominação nem sempre envolve sexo”. Ou seja, como vimos na foto de Lark, nem sempre a dominação tem a ver com sexo, mas sim “com a realização de um desejo ou mais desejos de forma saudável e consentida”.

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