A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) anunciou que estuda uma maneira de bloquear novamente o X (antigo Twitter) no Brasil. A plataforma voltou a funcionar para alguns usuários nesta quarta-feira (18), apesar da ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), a rede social fez uso do proxy reverso para conseguir voltar a funcionar no país. O órgão informou que o X foi atualizado durante as primeiras horas do dia para operar com endereços IP vinculados à Cloudflare, empresa especializada em tecnologias para serviços web.
Assim, os serviços da Cloudflare passaram a ser usados como proxy reverso em nuvem, o que significa que os servidores do X agora recebem solicitações intermediadas pelos servidores desta empresa. Desta maneira, a plataforma foi “liberada” porque os bloqueios no Brasil foram aplicados com base nos endereços IP associados ao serviço, e não aos endereços da Cloudflare.
A Abrint enviou uma nota ao Tecnoblog explicando a situação. “A Abrint reforça que os provedores regionais, que representam mais de 53% do mercado de banda larga no Brasil, estão em uma posição delicada e, por isso, orienta que as empresas não tomem medidas individuais até que haja uma orientação oficial da Anatel”, solicitou o órgão.
À coluna de Andreza Matais, do UOL, a Anatel contou que estuda como fazer o bloqueio nesse caso e os efeitos que isso pode ter. As pessoas que baixaram o aplicativo do X conseguem ter acesso à rede social.
O bloqueio
Em 30 de agosto, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, bloqueou o X no Brasil pela plataforma não ter representante no Brasil, como determina a legislação. O empresário Elon Musk, dono da rede social, fechou o escritório da empresa no país alegando que seus empregados estavam sob ameaça de prisão por Moraes.
A situação aconteceu após o X se recusar também a cumprir determinações do STF para retirar perfis golpistas do ar. A última instância do poder judiciário, então, aplicou multa milionária ao X. Diante da recusa da empresa em pagar as multas, Moraes bloqueou as contas da Starlink, do mesmo empresário, até que o valor fosse quitado. Em 13 de setembro, as contas foram “quitadas”, mas a plataforma segue sem um representante legal.