Esta semana, muitos voltaram a ficar preocupados com boatos de que “Momo”, uma criatura horripilante estaria aparecendo em vídeos infantis, estimulando crianças a se auto-mutilarem e suicidarem! Até mesmo algumas matérias foram publicadas sobre o assunto, com relatos de alguns pais. Contudo, nesta segunda-feira (18), o YouTube se posicionou sobre a questão e desmentiu os rumores, assim como já havia feito a emissora norte-americana CNN, no início de março.
No Brasil, a revista Crescer divulgou a história de uma mãe que reportou a presença de Momo nos vídeos do ‘YouTube Kids’, seção da plataforma voltada para crianças. Na entrevista, a professora Juliana Tedeschi Hodar afirmava que o conteúdo infantil teria escondido trechos em que a criatura ensinava um passo-a-passo de como cortar os pulsos. Segundo ela, as aparições ocorriam de modo aleatório, sendo que sua filha já as teria visto por três vezes. A reportagem logo se alastrou através de redes sociais, deixando pais em pânico pelo país.
No entanto, em um comunicado oficial, o YouTube Kids declarou não ter encontrado qualquer indício desse tipo de inserção em seus vídeos, que passam por várias checagens. “Depois de muita análise, não vimos nenhuma evidência recente de vídeos promovendo o Desafio Momo no YouTube. Vídeos incentivando desafios prejudiciais e perigosos são claramente contra nossas políticas, incluindo o desafio Momo”, ressaltou a empresa.
Ainda em nota, foi explicado que a própria imagem da criatura japonesa não é permitida na plataforma de vídeos. Isso porque, de acordo com o site do serviço, são utilizados vários filtros de conteúdo: “Uma mistura de filtros e comentários de utilizadores, além de revisores humanos, para que os vídeos no YouTube Kids sejam adequados a toda a família”.
À revista Crescer, Cauã Taborda, gerente de comunicação do YouTube na América Latina, explicou que os vídeos passam por um verdadeiro pente fino até estarem disponíveis. “Além da análise automática, que existe também no YouTube convencional, no YouTube Kids, contamos com a curadoria humana feita por mais de 10 mil pessoas. Elas, basicamente, pegam o conteúdo que está disponível no YouTube e filtram os conteúdos infantis, certificando-se que, de fato, são adequados para esse público”, relatou ele.
Entenda o caso:
Em fevereiro, surgiram alguns boatos sobre um desafio “Momo Challenge”, e até mesmo Kim Kardashian se assustou com a repercussão. Em suas redes sociais, ela divulgou um alerta aos pais após a corrente de Momo viralizar por lá, nos EUA. Mas há pouco menos de um mês, a rede norte-americana CNN investigou e publicou a reportagem “Pais, por favor parem de surtar pelo desafio da Momo”, mostrando que tudo não passava de um ‘hoax’, farsa construída para enganar um grupo de pessoas, de forma que essas acreditem em algo que não é real.
Aqui no país, circulava a versão de que os vídeos de Momo burlavam o sistema de segurança do YouTube Kids. De alguma forma, eles não eram rastreados pelo algoritmo e análises da aplicação. Assim, muitos diziam que vídeos de slime, em que crianças aprendem e fazem as tais massinhas, continham as mensagens secretas e ameaçadoras. Nenhum link do Youtube, no entanto, chegou a ser apresentado como prova.
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A figura de Momo nada mais é do que uma escultura de 2016, de Keisuke Aisawa, artista plástico que trabalha numa fábrica de efeitos especiais e adereços para filmes de terror. Ainda no ano passado, sua imagem também viralizou entre os brasileiros… daquela vez, principalmente pelo WhatsApp. Preocupado com os rumos que sua criação, intitulada originalmente de “Mother Bird”, havia tomado na Internet, Keisuke revelou ao The Sun, no último mês, ter destruído a figura.
Em meio a esse bafafá todo, o youtuber Felipe Neto publicou hoje (18) um vídeo em que esmiuçou todos os detalhes sobre essa nova “lenda urbana”, abordando como ela acabou gerando pânico em pais e crianças; assista: