Uma semana após o desabafo de Taylor Swift e alguns dias após a Big Machine Records entrar em um acordo para liberar a cantora para apresentar suas canções antigas no “American Music Awards” neste domingo (24), Scooter Braun resolveu se manifestar sobre a polêmica.
Através de um post no Instagram, o empresário de Justin Bieber disse que queria resolver as coisas pessoalmente, mas decidiu se pronunciar após ver a quantidade de ameaças de morte que ele e sua família estariam recebendo. “Eu escrevo agora apenas depois de uma respiração profunda e muita reflexão”, explicou ele sobre a demora da resposta.
“Taylor Swift, desde de seu comunicado público na semana passada, várias ameaças de morte foram direcionadas para a minha família. Nesta manhã, eu falei publicamente pela primeira vez, dizendo que não participaria de uma guerra em redes sociais. Entretanto, eu cheguei em casa esta noite e descobri que a minha esposa recebeu uma ligação ameaçando a segurança dos nossos filhos, assim como outras ameaças vistas acima”, detalhou Braun.
O empresário seguiu, dizendo que passou a última semana pensando em como poderia resolver a situação. “Eu estou perdido. Pensando na minha esposa e nos meus filhos, na minha equipe e suas famílias, eu passei por uma série de emoções sobre como lidar com isso. Eu estou certo que não há qualquer situação que valha arriscar a segurança de qualquer pessoa”, afirmou para a cantora.
“Eu presumo que essa não era sua intenção, mas é importante que você entenda que suas palavras carregam uma quantidade gigante de peso e que sua mensagem pode ser interpretada por alguns de maneiras diferentes”, pontuou. A declaração é uma referência clara ao trecho em que a cantora pedia ajuda dos fãs para “dar algum bom senso para esses homens que estão exercendo um controle tirânico sobre alguém que apenas quer tocar as músicas que escreveu”.
Scooter revelou que enviou uma notificação ao advogado de Taylor sobre as ameaças que estava recebendo há quatro dias e ficou desapontado por ela não ter dado uma resposta publicamente. “Nós estamos vivendo em uma época de violência sem sentido e, como marido e pai, eu estou preocupado. Esse é um mundo preenchido por uma divisão tóxica onde as pessoas expressam suas opiniões nas redes sociais ao invés de ter conversas pessoalmente. Eu não quero fazer parte disso”, declarou ele.
Apesar de ter ficado ao lado de Kanye West na briga que prejudicou a reputação de Taylor em 2016, Braun se declarou chocado ao saber que a loira não havia gostado dele estar envolvido na compra do antigo portfólio de músicas dela na Big Machine Records. “Nas várias vezes que a gente se encontrou eu sempre me lembrei delas serem agradáveis e respeitosas”, pontuou ele. Vale ressaltar que os encontros deles pessoalmente foram antes da polêmica que Taylor mencionou em sua primeira carta sobre o assunto.
“Sabendo o que eu sei agora, tudo que eu sempre quis foi retificar a situação. Eu estou aberto a TODAS as possibilidades. Minhas tentativas e ligações para uma discussão aberta com você nos últimos seis meses foram rejeitadas. Enquanto alguns na sua equipe e muitos de nossos amigos em comum tentaram atrair você até a mesa, ninguém teve sorte. Até parece que você não tem interesse em resolver o conflito”, atacou o empresário sutilmente. “Esse jogo de telefone sem fio não está funcionando”, acrescentou.
Finalmente, Scooter tocou em um dos pontos chave da confusão: a apresentação da cantora no AMA 2019. “Apesar de estar frustrado com as suas acusações e respeitosamente discordar de várias de suas declarações, é importante que eu seja claro: nenhum artista deveria se sentir encurralado ou sofrer bullying. Eu passei toda a minha carreira a serviço da criatividade e de artistas, nunca o contrário”, disse ele.
“Como o mundo agora sabe, você pode e deve performar qualquer música que queira no AMAs. Eu nunca disse e nunca diria o contrário. Você não precisa da permissão de ninguém para fazer isso legalmente, mas eu estou declarando aqui clara e publicamente para que não haja mais debate ou confusão”, afirmou o empresário de Ariana Grande. Sempre bom lembrar que, de acordo com documentos mostrados pela equipe de Taylor, ela poderia apresentar as músicas, claro, mas estaria sujeita a ser processada pela Big Machine Records por descumprir as imposições deles.
Por fim, Braun disse que continuava em busca de uma solução. “Eu me tornarei disponível do jeito que for melhor para você. Muitos me falaram que uma reunião nunca vai acontecer já que isso não se trata da verdade ou da solução, mas apenas uma narrativa para você. Eu espero que esse não seja o caso. Eu estou bem aqui, pronto para falar direta e respeitosamente. Mas se você preferir fazer uma declaração pública grandiosa enquanto recusa a trabalhar em resolver as coisas amigavelmente, eu apenas rezo para que ninguém seja seriamente machucado no processo. Eu continuo a desejá-la o melhor e espero que possamos resolver isso”, concluiu ele.
No post, ele ainda acrescentou o print de uma das ameaças que recebeu. “Oi, por que você não apenas morre com os seus filhos? Eu vou comprar uma arma e depois atirar na sua cabeça”, disse um perfil com uma imagem de porco-espinho de destaque, sem nenhuma relação aparente com Swift. Confira:
Apesar de Taylor Swift conseguir a autorização para se apresentar no American Music Awards, a situação ainda não está resolvida. Como a cantora mencionou em seu desabafo, a Big Machine não autorizou o uso de suas músicas e performances antigas no documentário especial que a Netflix está desenvolvendo sobre ela. Mesmo com várias menções ao AMAs, nenhum executivo da gravadora teve uma resposta quanto a isso. Clique aqui para entender toda a polêmica.