[Alerta gatilho! Abuso sexual] Dakota Johnson abriu o jogo sobre um capítulo doloroso que faz parte da história de sua família. Em entrevista para o The Hollywood Reporter, divulgada na sexta-feira (12), a estrela trouxe à tona que sua avó, a também atriz Tippi Hedren, “foi aterrorizada” e teve sua carreira em Hollywood arruinada pelo diretor Alfred Hitchcock, responsável por assediá-la diversas vezes.
No início dos anos 1960, os dois trabalharam juntos nos filmes “Os Pássaros” e “Marnie, Confissões de Uma Ladra”. Em sua autobiografia publicada em 2016, “Tippi: A Memoir”, Hedren já tinha revelado que foi assediada sexualmente em diferentes situações nos bastidores das produções. Na entrevista, Dakota Johnson deu mais detalhes sobre esses abusos, e revelou se a avó a incentivou para seguir na mesma carreira profissional. “Ela foi encorajadora e sempre foi muito honesta e firme em se posicionar. Isso é o que ela fez”, começou.
“E vocês sabem, Hitchcock arruinou sua carreira porque ela não queria dormir com ele, e ele a aterrorizou. Ele nunca foi responsabilizado. É totalmente inaceitável que pessoas em uma posição de poder exerçam esse poder sobre alguém em uma posição mais fraca, não importa o setor. É difícil falar sobre porque ela é minha avó. Você não quer imaginar alguém se aproveitando da sua avó”, desabafou.
Tippi Hedren contou na biografia que o diretor tentou beijá-la à força e abusar dela em várias investidas. Johnson disse que a avó, atualmente com 91 anos de idade, ainda a aconselha sobre a indústria cinematográfica. “Ela tem sido tão incrível comigo e com minha mãe, [dizendo] tipo, ‘Não, você não deve aguentar essa m*rda de ninguém’. Ela diria isso de uma forma muito mais eloquente“, brincou. “Ela é uma estrela de cinema tão glamorosa, ainda”, acrescentou.
Recentemente, Dakota Johnson se manifestou sobre as polêmicas de seus ex-colegas de trabalho; Johnny Depp e Shia LaBeouf são acusados de abusos, enquanto Armie Hammer enfrenta acusações de violência sexual. Os três negaram terem cometido tais crimes. “Nunca experimentei isso em primeira mão com nenhuma dessas pessoas. Foi incrível trabalhar com eles. Estou triste pela perda desses grandes artistas. Fico triste pelas pessoas que precisam de ajuda e talvez não a tenham recebido a tempo. Fico triste por qualquer um que foi ferido ou magoado. É muito triste”, declarou também ao The Hollywood Reporter.
“O jeito que os estúdios foram comandados até aqui está ultrapassado. É uma forma antiquada de como os filmes devem ser feitos, quem deve estar neles, como as pessoas devem receber e o que é diversidade e igualdade. Às vezes, a velha escola precisa sair para a nova assumir. Mas, sim, a cultura do cancelamento é deprimente. Eu odeio esse termo”, concluiu.