Doja Cat se pronuncia após acusações de racismo por conversa em chat de extrema-direita e música controversa: ‘Esse não é o meu caráter’

Doja Cat teve um fim de semana turbulento. Desde o começo de sábado (23), a cantora se viu em uma polêmica após ser acusada de racismo por ter participado de uma conversa com um suposto grupo de extrema-direita e por conta de uma música dela de 2015 que usava um termo racista. Na noite deste domingo (24), então, a rapper decidiu se pronunciar através de uma carta aberta.

No Instagram, Doja escreveu um longo texto se desculpando com todos que possa ter ofendido e explicando sua participação nos chats de vídeo online. Nas gravações divulgadas das tais conversas, a artista não chegou a aparecer fazendo nenhum comentário polêmico, mas uma pessoa que teria participado do papo afirmou que ela teria dado risada de piadas racistas de outros participantes.

“Eu quero falar sobre o que vem acontecendo no Twitter. Eu tenho usado salas de chat público para socializar desde quando eu era uma criança. Eu não deveria estar em alguns daqueles chats, mas pessoalmente, nunca me envolvi em nenhuma conversa de teor racista. Me desculpe a todos aqueles que eu ofendi”, iniciou.

https://www.instagram.com/p/CAgpJx4BwjZ/?utm_source=ig_embed

Continua depois da Publicidade

Na sequência, a rapper se posicionou sobre sua própria raça e afirmou ter orgulho de suas próprias raízes. “Eu sou uma mulher negra. Metade da minha família é negra da África do Sul e eu tenho muito orgulho de onde eu vim”, garantiu.

Ela, então, se manifestou sobre sua intenção ao compor e divulgar o single “Dindu Nuffin” há cinco anos. A canção foi trazida à tona em meio à polêmica porque o termo escolhido para o título é usado por grupos de extrema-direita para ironizar o modo como pessoas de cor falam a expressão “didn’t do nothing” (‘Não fiz nada’, em português) por causa do sotaque.

“Quanto à música antiga que ressurgiu, não era de maneira alguma ligada a nada além da minha experiência pessoal. Ela foi escrita em resposta às pessoas que frequentemente usavam aquele termo para me machucar. Eu fiz na tentativa de mudar seu significado, mas reconheço que isso foi uma péssima decisão, de usar aquele termo na minha música”, afirmou Doja na carta.

Continua depois da Publicidade

Por fim, ela mandou um recado reconhecendo seus erros e afirmando que não vai deixar isso se repetir. “Eu entendo minha influência e meu impacto e eu estou levando isso tudo muito a sério. Eu amo vocês e me desculpem por entristecer ou machucar qualquer um de vocês. Esse não é o meu caráter, eu estou determinada a mostrar isso para todos e seguir em frente. Obrigada”, concluiu.

https://www.instagram.com/p/CAmGIqnjHZP/

Doja não se pronunciou, entretanto, sobre uma gravação recente postada em sua conta no TikTok no dia 13 deste mês. Nela, a artista começava fazendo uma referência à música “***Flawless”, da Beyoncé, dizendo “I woke up like this” (‘Eu acordei assim’, em português). Na sequência, ela disparava: “What’s your favorite Beyonkey song?”.

Alguns internautas alegaram que Beyonkey seria a união das palavras ‘Beyoncé’ e ‘monkey’, que significa macaco. E, com a associação de macaco a uma pessoa negra, Doja foi novamente acusada de ser racista. Assista:

Continua depois da Publicidade

No entanto, fãs da rapper defenderam que a pronúncia dela de “onkey” não é a mesma de “monkey” e, por isso, ela estaria usando o termo com o significado definido, em 2016, pelo “Urban Dictionary”. “Uma garota que acha que soa como a Beyoncé, mas quando ela canta parece mais o Burro do Shrek (O nome do personagem, em inglês, é ‘Donkey’)”, diz a explicação.

Outra polêmica

Esta não é a primeira vez que Doja Cat precisa se pronunciar sobre uma polêmica na qual se envolveu. Em 2018, a cantora fez um tuíte com uma linguagem homofóbica. No comentário, ela se referia a gays como “faggots”, algo como “bicha” ou “viado”, termos ofensivos para a comunidade LGBTQ+.

O tuíte foi deletado e ela tentou se justificar. “Eu chamava as pessoas de bichas quando estava no colégio em 2015. Isso significa que não mereço apoio? Eu falei bicha algumas centenas de vezes na vida. Isso significa que odeio os gays? Eu odeio gays? Eu não acho que odeio gays. Ser gay é ok”, disse a princípio.

Depois da resposta não ter sido aceita, ela emitiu um novo comunicado. “Eu usei palavras depreciativas e odiosas em direção das pessoas por ignorâncias. Eu apenas quero que vocês saibam que são incrivelmente especiais e eu os mantenho com carinho em meu coração. Peço desculpas a qualquer um que se ofendeu ou se magoou profundamente. Vocês todos merecem apoio e amor”, declarou.