A ex-deputada federal Flordelis, que está presa há mais de um ano por ser acusada de ser mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, está respondendo por uma nova investigação após ter sido encontrada escondendo dinheiro nas partes íntimas. De acordo com o g1, o flagrante ocorreu no dia 4 de outubro, e resultará em um procedimento disciplinar pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP). Também foram encontrados números de telefone anotados no uniforme da pastora.
Segundo a inspetora Fabiana Borges Ribeiro, Flordelis foi descoberta quando voltava de uma visitação semanal na penitenciária Talavera Bruce, no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. As autoridades estranharam um comportamento da parlamentar, que parecia estar mexendo em algo por debaixo da calça na hora de passar pelo escaneamento corporal.
A agente da Seap informou que a pastora foi encaminhada para outro local do cárcere e confessou carregar R$ 72 em espécie nas partes íntimas. Além do montante, uma revista pessoal mais minuciosa terminou encontrando os números dos advogados da acusada anotados em suas peças de roupa.
Desde maio deste ano, a ex-deputada afirma que vem sofrendo extorsão de agentes penitenciárias e outras presas. Em seu depoimento, Flordelis informou que a quantia seria para fugir das ameaças que estaria recebendo no presídio. A pastora explicou que a intimidação começou quando uma pessoa a ofereceu um celular dentro da prisão e ela recusou o aparelho. A atitude teria irritado algumas internas.
“Assim, após resistências da comunicante (Flordelis) contra atos de infrações graves, algumas internas, em conluio com agentes penitenciários, passaram a exigir pagamentos por parte da noticiante a título de taxas de pedágio, estada, dentre outras denominações, todas com a finalidade de extorquir a noticiante com graves ameaças”, alegou a defesa da acusada.
Apesar da declaração, um telefone foi encontrado na cela de Flordelis em maio. De acordo com sua defesa, a ex-parlamentar teria utilizado o celular apenas uma vez e passou a ser chantageada depois disso. Em seguida, ela recebeu uma punição e ficou em isolamento, entretanto, um laudo médico sugeriu que ela voltasse ao convívio social.
Segundo a pastora, o dinheiro encontrado seria para realizar um novo pagamento aos chantagistas. Em uma nota oficial, os advogados de Flordelis afirmaram que ela negou entregar as identidades de quem estaria fazendo ameaças por temer ser ainda mais prejudicada. “Nossa orientação foi de que não deveria aceitar as chantagens, não fazer nenhum pagamento e sim denunciar as/os agentes públicos e as internas envolvidas nas ameaças e assédios. A pastora, com muito medo, se recusou a dar os nomes e permitir uma denúncia formal”, esclareceu a nota.
Os representantes continuaram: “Mas o que a defesa teve conhecimento apenas neste último mês é que essas ameaças acabaram levando a pastora a ceder ao medo e pedir a família que pagasse aos criminosos, no entanto estes, mesmo recebendo, aumentaram as ameaças de forma a impor que a pastora não voltasse da visita com a filha, na última semana, sem dinheiro ou iria ‘apanhar’, o que a levou a tentar entrar irregularmente com R$ 75 para fugir das represálias. Esse novo episódio é usado mais uma vez para a continuidade das chantagens”.
Por fim, o comunicado informou que a defesa tem em posse os nomes dos envolvidos, assim como o CPF de quem recebeu a propina, o número de um Pix e comprovantes de depósitos que a família da ex-parlamentar teria feito para os envolvidos. Um processo foi aberto para investigar o caso.
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