A batalha judicial entre Kesha e Dr. Luke ganhou um novo desdobramento nessa quinta-feira (06) após o tribunal atribuir vitória importante ao produtor musical. Segundo o “Entertainment Tonight”, a cantora foi ordenada a pagar US$ 373.672, cerca de R$1.587.300, como parte do processo que recebeu por difamação.
A juíza da Suprema Corte de Manhattan Jennifer Schecter determinou que Kesha teria difamado o guitarrista – cujo nome verdadeiro é Lukasz Gottwald – quando mandou uma mensagem de texto para Lady Gaga, em 2016, alegando que ele teria estuprado Katy Perry.
Citando uma declaração de 2017, em que Katy categoricamente negou ter sido abusada sexualmente por Dr. Luke, a juíza apontou que Kesha “fez uma declaração falsa para Lady Gaga sobre Gottwald que é difamatória por si só”.
“Não há nenhuma evidência de que [Dr. Luke] tenha estuprado Katy Perry. Além disso, a publicação de uma declaração falsa até para uma pessoa, aqui Lady Gaga, é suficiente para impor responsabilidade”, declarou Schecter.
A juíza ainda descartou várias defesas apresentadas pelo time legal da cantora, incluindo o argumento de que Dr. Luke é uma “figura pública” e, que por isso, haveria um patamar mais alto quando se trata de difamação. Assim, a equipe do produtor teria que provar que Kesha agiu com “malícia” ao enviar a mensagem em questão.
De acordo com os documentos do caso, entretanto, a juíza considerou que Dr. Luke “certamente não é uma figura pública” fora da indústria musical e que ele “nunca foi um nome familiar ou alcançou fama e notoriedade generalizadas na comunidade”. Dessa forma, o “patamar de agir com malícia não foi aplicável”.
Após a determinação, a equipe do produtor musical emitiu um comunicado, dizendo que ele “está seguindo com esse processo para buscar recuperação pelo grave dano que as falsas acusações de Kesha sobre estupro causaram a ele, sua família e seus negócios”.
“A importante decisão de hoje do Tribunal no processo do Dr. Luke o aproxima da justiça que ele procura”, declarou a nota, descrevendo, em seguida, todas as vitórias legais obtidas pelo guitarrista.
“Primeiro, o Tribunal determinou que Kesha fez uma acusação falsa e difamatória sobre o Dr. Luke quando ela alegou, sem qualquer provas, que ele estuprou Katy Perry. Segundo, o Tribunal rejeitou as tentativas de Kesha de invocar detalhes técnicos para evitar a responsabilidade por suas declarações. E, terceiro, o Tribunal também sustentou corretamente que Kesha violou seu contrato com a empresa do Dr. Luke”, disse o comunicado.
Por fim, a equipe do produtor escreveu: “Dr. Luke aguarda com expectativa o julgamento de seu caso, em que ele provará que as outras declarações de Kesha sobre ele eram igualmente falsas e difamatórias”.
Para a Variety, o time legal de Kesha se pronunciou brevemente. “Nós discordamos das determinações do Tribunal. Nós planejamos entrar com recurso imediatamente”, afirmou.
Essa é a última atualização do caso que começou em 2014, quando a diva foi a público com acusações de que o produtor teria abusado dela. No mesmo ano, Dr. Luke fez uma queixa contra Kesha por não ter trabalhado em um terceiro álbum, conforme exigido em seu contrato. A loira, por sua vez, entrou com um contra-processo, pedindo que fosse liberada de seu contrato com Luke com base nas alegações de que havia sofrido abusos sexuais e psicológicos ao longo de vários anos.
E o novo desdobramento também não quer dizer que o processo chegou ao fim! O caso de difamação agora vai a julgamento, em que um júri deverá determinar se as alegações de Kesha, em um primeiro momento, de que foi drogada e estuprada pelo produtor foram feitas “em boa fé”, ou em uma tentativa de obter vantagens de negócios sobre o Dr. Luke, difamando-o.