Um laudo de perícia confirmou que a ossada encontrada dentro de um saco plástico na última sexta-feira (30), em um rio de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, não é humana. As informações são do UOL. A polícia investigava a possível relação entre os restos mortais com o caso do desaparecimento dos meninos Lucas Matheus, 9 anos, Alexandre Silva, 11 anos, e Fernando Henrique, 12 anos, sumidos desde dezembro de 2020.
Foram seis fragmentos de ossos analisados pela perícia, sendo que quatro deles já estavam em estado de putrefação. A conclusão do Laboratório de Antropologia Forense, do IML (Instituto Médico-Legal), foi de que eles não são compatíveis com a espécie humana. Segundo fontes, a ossada poderia se tratar de um animal bovino. “O material coletado é referente a vértebras caudais de animais e não de falanges humanas“, esclarece o documento do Laboratório.
A DHBF (Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense), com ajuda do Corpo de Bombeiros, realizou uma varredura no Rio Botas, com o intuito de procurar por pistas do paradeiro dos garotos. As buscas aconteceram após um homem acusar o próprio irmão de ter participado da ocultação dos corpos dos três desaparecidos. Ele se apresentou ao 39º Batalhão da Polícia Militar e revelou detalhes do que teria acontecido.
Segundo o denunciante, as crianças teriam sido espancadas e mortas. Na sequência, o acusado teria ajudado a “desovar” os corpos. Eles teriam sido levados de carro para a Estrada Manoel de Sá, na localidade conhecida como Ponto do Ferro 38, e deixados próximos de uma ponte que passa sobre um rio.
Entenda o caso
Lucas Matheus da Silva, Alexandre da Silva, e Fernando Henrique Ribeiro Soares, foram vistos pela última vez em 27 de dezembro de 2020, próximos à comunidade em que viviam, na cidade de Belford Roxo. Desde o início do caso, as famílias dos garotos reclamam do descaso da polícia, visto que só puderam registrar o desaparecimento após 24 horas, por mais que o Estatuto da Criança e do Adolescente preveja buscas imediatas.
Enquanto isso, passados sete meses, ainda não se sabe o paradeiro do trio. As investigações também não tiveram muitos avanços significativos. O delegado Uriel Alcântara Machado, responsável pelo caso, já assumiu a dificuldade que é investigar o sumiço dos garotos, pelo fato de que eles moravam em uma região controlada pelo tráfico – o que complica as entradas na comunidade. Para a polícia, a principal teoria é de que o desaparecimento estaria ligado com o tráfico local.
Já no dia 28 de julho, um homem acusou o próprio irmão de ter participado da ocultação dos corpos dos três meninos. O motivo para os assassinatos teria sido o roubo de uma gaiola de passarinhos – hipótese que já é investigada pela polícia. Ainda segundo o denunciante, o mandante do crime teria sido José Carlos dos Prazeres Silva, um traficante conhecido como “Piranha”. Além de ser suspeito no caso, ele também já foi denunciado e é procurado pela polícia por ordenar uma sessão de tortura contra um homem inocente, apontado erroneamente como autor do crime contra os três meninos. Outras nove pessoas também foram denunciadas pelo caso da tortura.
A Polícia Militar compareceu no endereço indicado pelo denunciante e encontrou o suspeito de participar da ocultação dos corpos, que foi levado para a DHBF. O homem foi ouvido pela Polícia Civil e negou todas as acusações. Para ele, o relato e a denúncia teriam sido motivados por conta de uma rixa com seu irmão. Segundo o G1, ambos possuem passagem na polícia por tráfico de drogas.
Na sexta-feira (30), a Polícia Civil encontrou uma ossada no local. Com a denúncia, a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) deu início às buscas na região do Ponto do Ferro 38, próxima de uma ponte pela qual passa um rio que corta o município da Baixada Fluminense. Lá, os agentes encontraram um saco preto com ossos, que se assemelhavam a costelas, de acordo com o G1. Além da ossada, fios de cabelo também foram descobertos.