Na manhã desta quinta-feira (28), a Polícia Civil de São Paulo executou dois mandados de busca e apreensão em imóveis de Nego do Borel. Segundo a delegada Sandra Ornellas, foram apreendidos cerca de R$ 473 mil em espécie, encontrados em um cofre, o passaporte, telefones e um computador do cantor.
Com apoio de agentes do Rio de Janeiro, a equipe cumpriu mandados na propriedade do artista em um condomínio do Recreio dos Bandeirantes, onde ele mora, e outro em uma casa no nome do carioca em São Paulo. O “Bom Dia Rio”, programa da TV Globo, responsável pela cobertura da operação policial, revelou que as buscas têm relação com as denúncias feitas por Duda Reis, ex-noiva de Nego.
No começo do mês, a polícia já havia realizado uma operação na casa do cantor, em que foi apreendida uma réplica de um fuzil “airsoft”, usado normalmente na prática de paintball.
Ex-namoradas vão depor contra cantor
Na próxima semana, Swellen Sauer, ex-namorada de Nego, dará seu depoimento na investigação sobre as denúncias feitas por Duda contra ele. Um outra ex-parceira do cantor, que não quer tratar do caso publicamente, será intimada a falar com a polícia. Testemunhas que presenciaram as supostas agressões sofridas pela influencer já foram ouvidas pelas autoridades.
O caso segue na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), em São Paulo e, segundo a delegada Gisele Espírito Santo, responsável pela investigação, Nego poderá dar seu depoimento no final, antes que o boletim seja encaminhado ao Ministério Público.
Denúncias de Duda Reis
No dia 14 de janeiro, Duda compareceu a 1ª DDM, em São Paulo, para registrar um boletim de ocorrência contra Nego do Borel. Segundo o UOL, a atriz acusou seu ex-noivo de “estupro de vulnerável, ameaça, injúria, lesão corporal, violência doméstica e transmissão de HPV (infecção sexualmente transmissível)”. Ela também pediu uma medida protetiva, que foi concedida à influencer.
Duda alegou que as agressões se iniciaram em 2018, durante o Carnaval. “A vítima nesta ocasião teve seus braços apertados pelo autor, resultando em marcas de agressões. Que nesta mesma ocasião, o autor a ameaçou com uma faca pois a vítima havia chegado mais tarde no dia anterior”, diz o documento obtido pela publicação. De acordo com o BO, Nego “a humilhava e a xingava e continuava agredindo-a fisicamente, tornando contínua as rotinas de agressões, inclusive em frente às testemunhas”.
Ela também disse que, ainda em 2018, permaneceu dopada em uma viagem a Portugal, pelo uso de medicamentos contra ansiedade, ingeridos por pressão de seu ex. Segundo a acusação, Borel mantinha relações sexuais não consentidas com Duda (que se encontrava dopada) quando ele retornava de shows e de saídas noturnas.
Duda apontou que ocorreram violências contra ela em outubro de 2019, na casa do cantor: “Em uma crise de ciúme, o autor a agrediu com pontapés na perna e arrebentou a ‘cabeçadas’ a porta do local. Eram corriqueiros os danos a objetos da residência durante as crises de ciúme, e o mesmo dizia que quebraria os objetos para não ter que ‘quebrar a vítima'”.
A atriz acusou Nego do Borel de “passar” para ela uma infecção sexualmente transmissível durante o relacionamento dos dois: “A vítima foi traída diversas vezes pelo autor sem que soubesse, e que contraiu HPV do autor. Duda só teve um parceiro sexual antes do agressor. Ele manteve relação sexual com outras mulheres”.
Caso de Swellen
Já no dia 15 de janeiro, a Polícia Civil do Rio de Janeiro abriu um inquérito para investigar as acusações de agressão feitas por Swellen Sauer contra Nego, ex-namorado dela. Na semana anterior, a moça havia usado seu Facebook para compartilhar relatos de abusos, inclusive físicos, que teria sofrido do ator.
A delegada Sandra Maria Pinheiro Ornellas, diretora do Departamento Geral de Polícia de Atendimento à Mulher do Rio, abriu o inquérito por injúria, lesão corporal e tentativa de feminicídio. Segundo Swellen, Nego teria lhe dado um soco na costela e tentado enforcá-la com um carregador de celular quando os dois ainda estavam juntos, em 2013.
O desabafo da jovem veio após as acusações de Reis. “Abrimos esse inquérito com base nas declarações feitas na internet e estamos em contato com a Swellen e com a advogada da Maria Eduarda para que as duas deponham oficialmente no Rio de Janeiro“, afirmou a delegada.