Desde 2019, o empresário Scooter Braun tem protagonizado um grande desentendimento público com Taylor Swift, envolvendo o catálogo musical da artista. Nesta quarta-feira (23), em entrevista inédita à revista Variety, o manager de Justin Bieber e Ariana Grande deu sua versão da história da briga, após comprar os direitos das canções da loirinha.
Apesar de dizer que “lamenta” tudo isso por conta da reação de Taylor, ele insistiu em desacreditar os extensos desabafos dela. “Eu lamento e fico triste que Taylor tenha tido essa reação ao acordo… Tudo o que aconteceu tem sido muito confuso e não foi baseado em nada factual. Eu não sei qual história contaram a ela. Eu a convidei para que se sentasse comigo diversas vezes, mas ela recusou”, alegou ele.
Ainda assim, Braun disse ter feito uma oferta sobre a compra do catálogo – mas com um termo de confidencialidade. “Eu ofereci para vender o catálogo de volta pra ela sob um acordo de confidencialidade, mas sua equipe se negou. Tudo isso parece muito lamentável”, afirmou. A versão vai contra o que Taylor já havia dito, que ele “nunca nem mesmo citou um preço” para a equipe dela. Quanto ao acordo de sigilo, a cantora se manifestou no ano passado dizendo que, na verdade, isso a “silenciaria para sempre” sobre tudo referente ao empresário.
Segundo Scooter, o que mais o incomodou nessa história foi ser caracterizado como “bully”, ou seja, aquele valentão, intimidador, que persegue e ataca outras pessoas. “O que mais me atingiu foi a palavra ‘bully’. Eu sou firmemente contra qualquer um ser alvo de bullying. Eu sempre tento liderar com valorização e compreensão”, defendeu-se o empresário.
“A coisa que mais me deu orgulho naquele momento foi que os meus artistas e a minha equipe ficaram ao meu lado. Eles sabem meu caráter e a minha verdade. Aquilo significou muito para mim. No final das contas, fico feliz que o trabalho da minha vida seja o legado que eu deixo para trás”, contou. O manager afirmou que a treta ainda teria criado concepções erradas sobre quem ele é. “Sempre haverá concepções erradas porque as pessoas querem ver as coisas da maneira que elas querem vê-las. Mas seria muito legal se nós todos nos déssemos um pouquinho de graça um ao outro”, completou.
De qualquer modo, o executivo foi só elogios a Taylor. “Ela e eu só nos encontramos brevemente três ou quatro vezes no passado, e todas as nossas interações foram realmente amigáveis e bondosas. Eu acho que ela é uma artista incrivelmente talentosa e desejo a ela tudo de melhor”, afirmou.
Entenda o caso
A compra da gravadora Big Machine por Scooter Braun, em junho de 2019, trouxe à tona a rixa do empresário com Taylor Swift. Desde então, diversas vezes ela já desabafou publicamente sobre o quanto a transação não a favoreceu, visto que perdeu a posse da grande maioria de suas canções. A cantora também revelou que estava sendo proibida de cantar suas músicas antigas no Billboard Music Awards, e até falou da estratégia do executivo em fazê-la se sentir mal.
“Tudo o que eu conseguia pensar [quando soube da compra] era o bullying incessante e manipulador que eu recebi das mãos dele ao longo dos anos. Como na vez em que Kim Kardashian orquestrou e gravou ilegalmente o trecho de uma ligação de telefone para ser vazada, e depois Scott juntou seus dois clientes juntos para fazer bullying comigo online (vejam a foto)”, desabafou em um texto publicado em seu tumblr, referindo-se à uma chamada de vídeo do executivo com Justin Bieber.
Em julho do ano passado, o advogado da estrela, Donald Passman, também negou a afirmação de que a cantora teria tido a oportunidade de comprar todo seu trabalho desde o início da carreira. “Scott nunca deu à Taylor Swift a oportunidade de comprar seus discos, ou o selo, com um cheque do jeito que aparentemente está fazendo para os outros artistas”, escreveu.
É justamente por essa razão que Taylor começou a regravar as canções de seus primeiros cinco álbuns lançados pela Big Machine. Dessa forma, ela pode incentivar que os fãs deem streams nesses “novos” trabalhos, como também poderá facilitar a monetização dos direitos autorais para o uso das músicas em campanhas publicitárias, programas de TV, filmes, etc – tudo isso com a devida propriedade de seu catálogo. Até o momento, ela já lançou o “Fearless (Taylor’s Version)” e o próximo a ser lançado será a nova versão do álbum “Red”.
No final do ano passado, após toda essa novela, Scooter Braun tomou uma decisão surpreendente e vendeu os direitos das gravações originais de todos seis primeiros álbuns de Taylor. Segundo a Variety, um fundo de investimento desconhecido adquiriu o catálogo pelo valor de US$ 300 milhões — cerca de R$ 1,4 bilhão, levando em consideração a cotação atual do dólar.