Desde que anunciou a entrega do filho adotivo autista para outra família, a youtuber Myka Stauffer não só tem enfrentado uma onda de críticas, como também perdeu patrocínio e parcerias futuras com pelo menos seis empresas. Marcas como Fabletics, da atriz Kate Hudson, e Mattel, que faz a Barbie, expressaram publicamente que não iriam mais trabalhar com a mulher, que tem outros quatro filhos biológicos.
Na semana passada, Myka e o marido, James, gravaram um vídeo para o Youtube explicando, sem dar muitos detalhes, o motivo pelo qual eles escolheram se separar do pequeno Huxley, de quatro anos, que eles adotaram da China, em 2017. “Vocês fizeram parte deste processo até antes da adoção e, com adoções internacionais, às vezes há informações desconhecidas e coisas que não ficam claras nas documentações”, afirmou James. “Quando o Huxley chegou em casa havia demandas especiais que não tínhamos consciência e das quais não fomos informados”, explicou ele.
Mesmo com o vídeo, a atitude gerou revolta entre os seguidores do casal que, além mostrar seu descontentamento, exigiram um posicionamento das empresas com quem a família Stauffer já havia trabalhado no passado. Uma das primeiras a se posicionar foi a marca de roupas esportivas que tem Kate Hudson como co-fundadora. “Nós podemos confirmar que a Fabletics não está mais trabalhando com a Myka”, disseram em resposta a uma internauta no Instagram da atriz.
A Mattel, fabricante das bonecas Barbie, também se manifestou. “Obrigado por entrar em contato e expressar sua preocupação. Nós atualmente não estamos trabalhando com a família Stauffer e não temos qualquer plano para parcerias com eles no futuro”, afirmou a empresa, nos comentários do Insta.
“O último post da Myka para a Playtex Baby foi em fevereiro. Nós não vamos mais fazer parcerias com ela daqui para frente”, declarou uma marca de artigos de bebê. “Obrigado por expressar sua preocupação. Nós não fizemos nenhuma parceria com a Myka desde o outono de 2019 e não temos qualquer plano para parcerias futuras“, afirmou um restaurante do Texas.
“Olá. Eu gostaria de saber se vocês ainda estão trabalhando com Myka Stauffer ou têm planos para o futuro. Se sim, infelizmente eu não poderei mais comprar da sua empresa, já que não quero apoiar abandono e negligência infantil”, disparou um seguidor da companhia de beleza “Suave”. “Nós não estamos mais trabalhando com esta pessoa”, respondeu a marca.
Uma empresa de varejo também teve que lidar com comentários furiosos de seus clientes. “Eu não sei se vocês têm qualquer contrato presente ou futuro com Myka Stauffer, mas por favor cancele. Ela e o marido acreditam que crianças com necessidades especiais são descartáveis e são como ‘cachorrinhos’ que eles podem mandar para outra casa. É nojento. Por favor, façam isso para as crianças com necessidades especiais que foram abandonadas como o Huxley”, pediu uma seguidora.
“Obrigado por expressar sua preocupação sobre isso conosco. Nós tivemos apenas uma parceria com a Myka no meio de 2019. Atualmente nós não temos qualquer patrocínio com Myka e não trabalharemos com ela no futuro. Obrigado”, rebateu a loja.
Na semana passada, após a repercussão inicial do caso, a youtuber Myka Stauffer voltou a se pronunciar. Em um comentário no Youtube, ela defendeu seu posicionamento, explicando a decisão. “Nós jamais desistiríamos de uma criança com necessidades especiais, esse é um assunto pessoal para o Hux, não teve nada a ver com ele ter autismo”, escreveu. “Múltiplas coisas assustadoras aconteceram dentro da nossa casa em relação às nossas outras crianças”, continuou a mãe.
“Se esses eventos tivessem acontecido com um dos meus filhos biológicos, depois de toda a ajuda e de todos os comportamentos que presenciamos, infelizmente nós não teríamos outra escolha que não fosse procurar por ajuda e satisfazer suas necessidades”, argumentou.
Durante sua defesa, Myka alegou que “Huxley queria isso”. “Cem por cento disso nós vimos no tempo em família em que estávamos com outras pessoas, ele constantemente escolhia elas e demonstrava um monte de emoções pra nos mostrar e nos deixar cientes que ele queria aquilo”, disse. A youtuber viu isso como uma opinião do garotinho chinês sobre sua adoção. “O Huxley nunca teve uma palavra na sua adoção, ele precisava de mais ajuda e ele queria isso, nós cem por cento sabíamos disso”, finalizou.