A cada quatro minutos, uma mulher é agredida no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde. O país ainda tem a maior taxa de feminicídios do mundo. Felizmente, os movimentos feministas que incentivam a denúncia e a busca pela justiça nesses casos vêm ganhando espaço por aqui. Entre 2009 e 2016, quadruplicou o número de notificações de violência física contra mulheres provocadas por seus cônjuges ou namorados.
Ana Hikari, de “Malhação: Viva a Diferença” e da nova série da Globoplay “As Five”, faz parte dessas estatísticas. Em 2016, após sofrer agressões verbais ao longo de nove meses de relacionamento, a atriz foi vítima de violência física nas mãos de seu ex-namorado. Ela entrou na Justiça no mesmo ano e, em 2019, ganhou o processo, conseguindo uma medida protetiva contra o agressor.
A fim de ajudar outras mulheres que vivem uma situação parecida, Ana decidiu contar a sua própria história em entrevista ao hugogloss.com. “Acho que a parte que mais me doeu foi chegar na delegacia pra ver como estava o meu processo e ver a sala com pilhas e pilhas de papéis e aquelas mulheres trabalhando em vários outros casos e eu pensar: ‘Meu Deus, é muita mulher que passa por isso’. Isso tem que mudar, sabe?”, recordou ela.
Confira a entrevista completa com Ana Hikari:
Hugogloss.com: Primeiro, Ana, muito obrigada por decidir se abrir sobre isso, acho que qualquer mulher sabe ou imagina que não é fácil. Você decidiu contar sua história para ajudar outras mulheres que passam por situações parecidas. Você chegou a receber respostas de pessoas que resolveram denunciar, ou se abrir com alguém, ou pôr fim no relacionamento após ver o que você passou?
Ana Hikari: Sim, eu recebi muita mensagem pelo Instagram e algumas pelo Twitter também. Mas, principalmente, na época que aconteceu, eu tive que abrir essa situação pra algumas pessoas porque, como ele estudava na mesma faculdade que eu, eu precisei contar lá. E, mesmo dentro da minha faculdade, teve muito mais mulher do que eu esperava me contando, relatando coisas parecidas. Eu acho que é uma realidade que, às vezes, não nos damos conta, mas acontece com muito mais gente do que imaginamos.
HG: Você viveu nove meses de namoro, mas a agressão aconteceu depois que vocês tinham terminado e estavam se encontrando novamente, né? Quando vocês terminaram pela primeira vez você já sentia que aquela era uma relação abusiva?
AH: Isso. Olha que curioso, eu não achava que era uma relação abusiva, só que, quando a gente terminou, um dia ele descobriu que eu estava em um teatro assistindo a uma peça e foi até esse teatro escondido. Ele me perseguiu. Nesse dia, eu achei um absurdo ele estar fazendo aquilo, ainda mais porque era um momento que ele tinha que estar no trabalho. Mas o que eu fiz quando eu o vi foi falar com ele e acalmá-lo. Ele meio que saiu correndo, mas eu fui até lá, desejei o melhor pra ele, falei que estava preocupada dele fazer aquilo e ele foi embora. Aí quase três anos depois, quando eu fui na Defensoria Pública, as mulheres me entregaram um panfleto sobre violência doméstica. Eu achava que já tava sabendo tudo sobre o meu caso, que já sabia todas as violências pelas quais tinha passado e aí nesse papel eu lembro de ver que a “violência pode se apresentar de diversas maneiras para as mulheres” e aí era uma lista e uma delas era a perseguição. Só nesse momento, três anos depois, que eu entendi que o que eu tinha passado no primeiro término já era um indício de violência.
HG: Agora que já sabe, quais atitudes dele passaram despercebidas por você na época?
AH: Ele sempre fez uma certa pressão psicológica sobre mim na nossa relação e isso já configura um tipo de violência, mas como não era nada explícito eu passava muito pano, sabe? Eu entendo as mulheres que continuam nesse tipo de relação. Em outro momento, eu tive um relacionamento muito abusivo, quando eu era mais nova, ele não chegou a me agredir fisicamente, mas tinha muita pressão e chantagem psicológica e eu permaneci nessa relação cegamente. Então eu entendo, porque é muito difícil sair desse tipo de relacionamento. As chantagens são muito grandes. Inclusive, nesse meu primeiro relacionamento rolou chantagem de suicídio, então eu fiquei muito presa dentro dessa relação. A gente se culpa por tudo que vai acontecer ou que já aconteceu, acho que esse é o principal mecanismo. Tanto é que, quando eu fui agredida, eu me senti muito, muito culpada.
HG: Se você se sentir confortável, pode descrever o dia da agressão? Vocês tiveram alguma briga?
AH: Então, a gente tinha terminado, mas estávamos nos envolvendo de novo. Aí ele foi pra minha casa e, durante a noite quando a gente estava dormindo, ele mexeu no meu celular. Só que como a gente não estava mais junto, eu já tinha ficado com outras pessoas e ele viu alguma troca de mensagens com essas pessoas e ficou com ciúmes. Eu acordei de madrugada e vi que ele tava de pé, vestindo uma roupa pra sair e muito, muito bravo. Eu sentei na cama e fiquei perguntando o que tinha acontecido. Aí ele começou a me xingar. Me xingou de vagabunda, de vadia, e veio pra cima de mim apontando o dedo na minha cara. Então ele pegou a mão dele e fez como se minha cabeça fosse uma bola de handebol e apertou minha cabeça e me jogou contra a cama, pressionando minha cabeça e meu olho. Eu me lembro da unha do dedão dele fazer força no meu olho.
Daí ele saiu correndo e foi embora da minha casa. Eu me lembro de levantar e não conseguir abrir o olho direito, completamente atordoada. Na hora que eu consegui voltar ao normal, eu calcei o primeiro sapato que eu vi ali e saí correndo. Quando eu cheguei na portaria e saí, ele me empurrou contra a porta do prédio e, nisso, eu machuquei o braço, ficou até hematomas. E ele continuou discutindo comigo. Falou que eu não era ninguém, falou que eu nunca ia ser uma boa atriz, me xingou de novo. Nisso, ele apertou meu braço e me empurrou mais umas duas vezes e saiu correndo pela rua. Eu tentei pedir ajuda, mas ninguém parou. Era de madrugada, também, então tinha pouca gente. Aí eu fui atrás dele e quase no final da rua, ele me deu um tapão na cara. Foi quando eu falei ‘chega, não dá mais’. Acho que esse foi o limite. Aí eu não fui mais atrás dele e ele foi embora.
HG: Assim que tudo aconteceu qual foi seu primeiro instinto?
AH: Na hora eu fiquei pensando por que ninguém tinha me ajudado e fiquei me sentindo muito humilhada. Eu fiquei me questionando por que eu não fiz nada. Sendo que eu fiz alguma coisa, né, só de eu ter descido era porque eu queria que ele não saísse impune. Eu fui atrás dele porque eu queria que ele entendesse que o que ele fez já lá em cima no meu quarto era errado. Só que eu fiquei me culpando por ‘não ter feito nada’. E eu nem sei o que seria fazer alguma coisa naquele contexto. Em momento algum eu pensei em agredir ele, porque eu nem teria força pra agredir ele. Eu lembro de pensar: ‘Eu só não posso deixar que a mão dele chegue no meu rosto’. Eu lembro de eu pensar isso porque se ele me desse um soco eu ia desmaiar. E eu pensava que eu não podia bater ou fazer nada físico contra ele porque ele ia devolver e eu ia desmaiar no meio da rua.
HG: Você falou que sentiu vergonha e culpa, que, infelizmente, ainda são os sentimentos de muitas mulheres quando passam por isso. O que fez você decidir procurar ajuda mesmo assim?
AH: Na época, eu já tinha relação com um coletivo feminista dentro da minha faculdade, a Escola de Comunicações e Artes, da USP. A gente tinha acabado de fundar o coletivo, então foi um momento muito rico porque a gente tava tendo as primeiras leituras sobre feminismo, estava buscando informações sobre o feminismo e eu acho que isso me deu muita força. Poder ler sobre aquilo e pensar: ‘Eu não posso estar na fundação de um coletivo feminista, estar na linha de frente desse movimento, e passar por isso sem fazer nada. Vai contra todas as coisas que eu acredito. Agora é o momento de eu mostrar que o conhecimento sobre o feminismo e a força da mulher realmente fazem a diferença’. Aí eu liguei pras minhas amigas e elas me deram uma força fora do normal, elas foram minha base naquele momento e aí eu resolvi denunciar.
HG: Você passou três anos na justiça. Quais foram os momentos difíceis desse processo?
AH: Eu acho que eu tentei tomar muito cuidado com esse processo, no sentido de que eu ia sempre na delegacia pra verificar qual era a situação do meu caso, e voltar na delegacia era difícil. Eu revelei as fotos dos hematomas. Rever aquilo não foi fácil. Entregar essas provas na delegacia, estar lá, não foi fácil. Fazer exame de corpo de delito no IML não foi fácil. E ver que o processo estava andando, mas a passos lentos, também não foi fácil. Mas acho que a coisa que mais me doeu foi chegar na delegacia pra ver como estava o meu processo e ver a sala com pilhas e pilhas de papéis e aquelas mulheres trabalhando em vários outros casos e eu pensar: ‘Meu Deus, é muita mulher que passa por isso’. Isso tem que mudar, sabe? Já passou da hora das pessoas entenderem que não dá pra agredir mulher. É errado. Violência doméstica tá errado. E eu não tô falando só das mulheres, não, eu tô falando dos homens também. Os homens têm que entender que tá errado e que, se eles fizerem, eles vão sofrer consequências na justiça.
HG: Como você aguentou firme durante esses momentos?
AH: Acho que em todo o processo, meu ponto de força e de foco eram outras mulheres. Era eu pensar que outras mulheres passando por isso poderiam usar a minha história como exemplo e pensar: ‘Se ela conseguiu vencer esse processo, eu também posso’. E é por isso que hoje eu tô expondo essa história. Eu quero que as pessoas olhem pra mim e pensem: ‘Se é possível chegar a um laudo conclusivo e que eu saia bem nessa história, então outras mulheres podem’. Acho que isso me deu força e, em todo momento que eu estava aflita meus amigos estavam lá. Meus amigos foram muito meu ponto de força também.
HG: Chegar ao fim do processo te ajudou a dar um tipo de encerramento para o que você viveu?
AH: É engraçado, porque eu estava no meio das gravações de ‘As Five’ e um oficial de justiça me ligou pra poder comunicar o resultado. Eu senti um alívio tão grande e uma sensação de justiça mesmo depois de anos. Que bom que em algum momento a justiça pode ser boa, sabe. Porque, infelizmente, a gente ainda vive uma justiça que é muito racista, muito elitista, que majoritariamente acaba prendendo pessoas negras e pobres, e, apesar de tudo, eu consegui ver ali um mínimo de justiça dentro desse sistema. Eu fiquei muito aliviada e me sentindo segura. Porque, mesmo depois do julgamento, a medida protetiva prossegue e eu consegui pedir auxílio da minha própria empresa de trabalho em relação a isso. Se você trabalha numa empresa, a empresa precisa saber dessa medida protetiva, seu contratante precisa saber dessa medida protetiva, as pessoas que estão em volta de você têm que saber, porque se essa pessoa se aproximar, quem está em volta de você também pode te proteger e te alertar.
HG: Você tem um conselho para quem está passando pela situação de denunciar um agressor?
AH: É muito importante para a pessoa que tá com o caso, principalmente quando já saiu da delegacia e foi pra Justiça, pegar o contato da Defensoria Pública. Pra quem é de São Paulo fica lá na Barra Funda. E é muito legal. É um espaço que tem várias mulheres que cuidam da gente e vão te informar tudo sobre quais são seus direitos em relação a seu caso, se você tem que fazer alguma coisa ou não, se você tem que buscar mais algum documento pra colocar no seu caso, se você tá precisando de ajuda em relação a alguma medida protetiva, você pode pedir lá.
HG: Voltando um pouco, você falou que viveu um outro relacionamento abusivo antes desse e que era cheio de chantagens. Pode descrever um pouco mais sobre ele?
AH: Por incrível que pareça eu tinha 16 anos, então eu não tinha tanta noção. Eu nunca tinha lido sobre feminismo na época. É louco porque em alguns momentos eu pensava que tava errado, mas eu não conseguia sair. Eu lembro de chorar sozinha no banheiro da minha escola porque ele me controlava à distância. Ele estudava em outra escola, mas se eu descesse pro recreio e conversasse com algum outro garoto, os amigos dele que estudavam na minha escola contavam pra ele que eu desci pro recreio, que eu conversei com tal, tal e tal cara e aí, na hora da saída, ele ia pra porta e ameaçava esses garotos que eram meus amigos. E eu ficava com medo porque ele era um cara gigantesco, lutador de Muay Thay, o estereótipo do cara brigão do bairro. E ele saía completamente impune, porque ninguém fazia nada com esse garoto, que era um moleque. Ninguém falava nada pra ele, ninguém fazia nada com ele, ninguém falava pra ele que ele tava errado e ele tava lá sempre ameaçando meus amigos e eu. Ele fez eu parar de falar com todos os meus amigos, ele falava que eu tinha que me proteger mais, que eu não podia deixar os caras ficarem me olhando. Ele falava que era pra eu ir mais coberta pra escola – eu não podia ir de shorts, eu não podia ir de saia, eu tinha que amarrar um casaco na bunda senão os caras iam ficar olhando.
HG: Como conseguiu colocar um fim nas coisas?
AH: Chegou um momento em que eu não saía com mais ninguém, eu não via nenhum amigo meu, nem amiga, porque as minhas amigas saíam com meninos então, se eu saísse com elas, eu ia estar saindo com meninos junto. Havia dias que eu não saía nem com os meus pais, porque ele falava que se eu saísse com os meus pais iam ter garotos, sei lá, no cinema, me olhando. Eu sabia que tava errado, mas não conseguia sair. Eu consegui sair quando eu realmente estava, assim, completamente exausta, desgastada, não aguentava mais. Eu estava me sentindo completamente sufocada e acho que eu ia entrar em uma depressão muito profunda se eu não saísse daquela relação. Mas demorou acho que mais de 2 anos entre essas idas e vindas. Dos 16 até eu entrar na faculdade.
HG: Você está namorando atualmente, né? Teve algum medo ou trauma para começar outro relacionamento? Você já se abriu sobre isso com algum namorado?
AH: Eu faço terapia hoje em dia porque tenho sequelas disso que ainda estão muito dentro de mim. Pra quem passa por uma violência, não é fácil. Estar em uma situação de violência pode provocar gatilho depois. São cicatrizes que duram por muito tempo. Eu tô lidando com as minhas, faço terapia – por muitos outros motivos também – porque acho que todo mundo deveria fazer terapia. Essa agressão ainda ecoa nas minhas relações, mas eu acho que a gente não tem que se privar de nada. Inclusive esses relacionamentos que eu passei foram muito importantes pra eu conseguir definir limites pra mim mesma do que eu quero dentro de uma relação, sabe? Essas situações que eu passei foram responsáveis, inclusive, pela manutenção do relacionamento que eu tenho até hoje e que eu consegui definir limites com o meu atual namorado. Eu consigo dizer que ‘daqui a gente não vai passar se isso continuar dessa maneira’. Então foi muito importante pra eu conseguir ter maturidade e força pra ter uma relação saudável também depois disso.
HG: Você namora há quanto tempo? Quando você decidiu se abrir com ele sobre isso e como ele te apoiou?
AH: Tem três anos e meio, acho. (risos) Ele é formado em Direito então me ajudou muito a entender questões do processo, sabe? Acho que na primeira semana que a gente se conheceu, quando a gente ainda tava ficando, eu contei. Eu tenho gatilhos em relacionamento, em relação a essa agressão, então eu vou ser o mais honesta possível com todas as pessoas que eu for me relacionar. Porque eu não quero, de repente, estar me relacionando com uma pessoa, ter um gatilho e a pessoa se sentir mal. Porque não é culpa da pessoa. Então eu defini pra mim mesma que ia ser muito sincera. Na primeira semana que a gente tava ficando, eu tinha acabado de voltar da delegacia numa dessas idas e vindas e tava com a minha pasta do processo que eu guardava a cópia do boletim de ocorrência e todos os outros documentos. E mostrei pra ele. Ele leu e entendeu e me ajudou muito nesse processo. Acho que a gente ser sincera com as outras pessoas sobre o que a gente tá passando é bem importante.
HG: Além de lutar pela causa das mulheres, você se posiciona contra o racismo amarelo, né?
AH: Eu entendi que, como uma pessoa amarela, ou seja, como uma pessoa não branca, nós somos fortes aliados na luta contra o racismo porque no final das contas, tanto as pessoas negras quanto as pessoas amarelas estão lutando também contra um mesmo inimigo que é a hegemonia branca. Então eu acho que a gente tem sempre que se posicionar. Eu tento utilizar sempre minhas redes sociais, minha plataforma e esse meu alcance de comunicação pra falar sobre isso porque eu sinto que é uma coisa que não é muito conhecida, mesmo pra mim. De uns tempos pra cá eu estou aprendendo muito sobre isso, e acho que é importante a gente começar a dialogar sobre esse assunto.
HG: Recentemente, você disse em uma entrevista que não quer se encaixar em papéis pré-estabelecidos como asiáticos. Você já enfrentou algum preconceito na atuação por isso? Vê algum avanço nesse sentido?
AH: É muito louco porque desde que eu entrei na minha carreira como atriz eu vejo os meus colegas, as minhas colegas e até mulheres da minha idade que são minhas colegas de trabalho fazendo ‘N’ testes pra ‘N’ personagens diferentes que eu poderia fazer também, mas que nunca sou chamada. Só sou chamada quando o briefing é “mulher asiática e a minha idade”. Essa restrição a gente já viu acontecer muito com pessoas negras. Mas acho que agora estão começando a abrir papéis de advogada, dona de padaria, médica pra pessoas que não sejam brancas. Pra mim, enquanto atriz amarela, eu quero que eles me enxerguem nesse lugar de poder fazer essa personagem e ponto. E não pensem em mim como ‘ah, mas ela é asiática’. Eu quero que eles reconheçam o meu talento como atriz além do meu fenótipo.
HG: Você brilhou em ‘Malhação: Viva a Diferença’, e agora está prestes a retornar como a Tina no spin-off ‘As Five’. Como é a experiência? E o reencontro com as meninas?
AH: Ai, a gente ama muito esse projeto, o texto do Cao (Hamburger, criador e roteirista) é muito bom. Ele tem uma sensibilidade muito grande pra dialogar com pessoas jovens de uma maneira muito educativa. Ele consegue falar sobre vários assuntos diferentes sem ser maçante. E a gente ama muito estar entre nós cinco… entre o elenco todo, na verdade, mas é que esse reencontro de nós cinco é muito mágico mesmo. O que a gente faz ali no trabalho é muito incrível, a gente se conecta muito, então é sempre muito bom estar nessa parceria de novo.
HG: Vocês voltaram para as personagens um ano e meio após a novela acabar de ser gravada, mas a trama se passa seis anos depois, né? Como foi dar conta desse intervalo de tempo? Foi mais fácil por estar perto da idade real de vocês ou exigiu um trabalho a mais pensar em como a personagem iria amadurecer?
AH: Eu acho que foi um processo, a gente teve uma preparação muito legal porque foi uma preparação de revisitar essas personagens, mas tentar deslocá-las no tempo. O que a gente fez na preparação foi tentar preencher essa lacuna de seis anos e entender quais foram as coisas que ela passou, o que ela aprendeu, como ela se modificou, como ela tá hoje. É louco porque a Tina é muito diferente da Ana e a Tina de agora tá muito diferente do que era a Tina de seis anos atrás, então foi construir mais ou menos uma personagem nova, mas sem perder a essência dela de antes. E eu vou contar um segredo pra você, eu assisti a algumas coisas quando a gente teve que dublar algumas cenas e tá muito bom! Dá pra você ver que elas tão em outro lugar e são adultas agora, é muito mágico. Eu já surtei, imagina os fãs.
HG: Vi que você acabou de se formar em Artes Cênicas. Quais seus próximos passos?
AH: Eu pretendo continuar estudando. Nesse momento, tá tudo muito em suspensão, né. Tem projetos meus de TV e cinema que estão em suspensão [por conta do coronavírus] então eu não tenho muito como compartilhar. O meu próximo projeto era que eu iria nestas férias pros Estados Unidos pra fazer um curso de interpretação em Nova York, mas enfim tá todo mundo tenso.
ATENÇÃO: Lembre-se que, caso você ou alguma mulher que você conhece esteja passando por qualquer situação de violência no relacionamento, é possível denunciar por meio de uma ligação gratuita e confidencial no número 180. Oferecido pela Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos do Ministério dos Direitos Humanos (MDH), esse canal de denúncia funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana e, além de registrar denúncias de violações contra mulheres, encaminhá-las aos órgãos competentes e realizar seu monitoramento, o Ligue 180 também dissemina informações sobre direitos da mulher, amparo legal e a rede de atendimento e acolhimento.