The queen is back! Ou melhor dizendo, la reina! 20 anos depois do lançamento do álbum “Mi Reflejo”, produzido todo em espanhol, Christina Aguilera retomou suas raízes latinas com o EP “La Fuerza”, divulgado na última semana. Em bate-papo exclusivo com Hugo Gloss, a estrela deu detalhes sobre o novo projeto, o sentimento de voltar a cantar na língua de seus antepassados, e ainda entregou se tem planos para voltar ao Brasil! O povo clama por isso, mulher!
“La Fuerza” também marca o retorno de X-Tina para o mercado musical com material inédito, desde a divulgação do álbum “Liberation”, de 2018. Para o jornalista, ela contou que o trabalho já era um desejo antigo seu, mas que só se tornou realidade quando viu que era realmente o momento perfeito. “Era importante para mim que eu voltasse no momento certo, pessoalmente. E, sabe, eu queria voltar quando eu tivesse algo para dizer, quando eu tivesse crescido, evoluído. E agora, voltar como uma mulher crescida, tendo se passado mais de 20 anos desde ‘Mi Reflejo’, dentro desta indústria, tendo tido a carreira que eu tive, e agora voltar como uma mãe, é tão importante para mim”, explicou.
Raízes latinas resgatadas
Para a diva pop, cantar em espanhol novamente é como fazer uma conexão com lembranças especiais de seu passado. “Também é poder compartilhar esta experiência com os meus filhos, as crianças, ser uma parte deles… Quando eu canto em espanhol, é como retornar para casa. Sabe, minha infância… Eu cresci numa casa onde se falava espanhol, mas depois tive, assim como muitas pessoas no mesmo lugar que eu, quando os pais se divorciam, você para de ouvir a língua. Mas cantar em espanhol, é simplesmente, sabe… O sentimento ultrapassa a compreensão”, refletiu.
O projeto foi todo produzido em Miami, e segundo Aguilera, feito com paixão e uma das experiências mais bonitas. “Trabalhei com esses incríveis compositores, músicos e artistas. E não tem nada como a música latina e ser engolido e rodeado por ela. Sabe, tem uma energia tão boa. E todo mundo fica animado! Todo mundo está animado por estar fazendo música e fazendo o que ama. Não teve egos grandes ou nada assim, o que às vezes acontece com as minhas gravações em inglês. Foi simplesmente autêntico, somente paixão e amor para todas as músicas”, comemorou a cantora.
Hugo Gloss também lembrou que lá no início dos anos 2000, bem antes da música latina se tornar a febre global que é atualmente, Christina Aguilera não apenas acreditou nos ritmos e a língua espanhola, como também ajudou a popularizá-la junto de seu público. “Para mim, isso é parte da minha jornada pessoal… A última coisa que eu me importo é uma onda de popularidade, ou hits, ou isso e aquilo… Isso é muito pautado na indústria. E eu apenas não vivo a minha vida para esses padrões. Eu faço coisas agora na minha vida por respeito a mim mesma e à minha própria jornada pessoal. Eu faço isso para meus fãs também, que queriam um outro álbum latino, então ‘La Fuerza’ definitivamente está dando isso a eles“, argumentou.
Inclusive, a artista explicou que, por vezes, tentaram desvinculá-la de suas raízes latinas. “Muitas vezes, até mesmo quando eu estava entrando nesta indústria, eu fui questionada por certos agentes e certas gravadoras se eu me sentiria confortável em mudar o meu nome ‘Aguilera’ para algo que fosse mais fácil de ser pronunciado pelas pessoas em geral. E eu ficava tipo: ‘Não! Isso é quem eu sou! Isso é parte de mim’. Eu cresci ouvindo músicas em espanhol na minha casa, e eu não vou cancelar uma coisa que é parte de mim e quem eu sou para ninguém”, afirmou.
E, se depender da mamãe Aguilera, os filhos Max Liron, de 14 anos, e Summer Rain, de 7 anos, vão ficar cada vez mais familiarizados com o espanhol. “Eu gostaria que os meus filhos fossem expostos a mais espanhol! Mas, sabe, até eu, eu não sou nenhuma expert. Sempre que eu vou fazer essas gravações eu aprendo coisas novas, eu sou muito aberta e eu absorvo tudo como uma esponja. Mas realmente soa muito natural sempre que eu estou mais envolta pela língua e essas coisas. Mas essa também é uma outra razão e um outro ponto do porquê foi importante para mim fazer isso agora, como mãe, para que meus filhos sejam engolidos pela música e pela língua”, disse.
“Eu levei a minha filha comigo para Miami, onde ela esteve por dentro do processo musical, então ela pôde ouvir mais a língua sendo falada. Mas eles não têm a experiência completa que eu tive durante a infância”, ponderou a artista na sequência. Christina Aguilera deu o “start” na nova era com o lançamento do hit dançante “Pa Mis Muchachas”, feat gravado com Becky G, Nathy Peluso e Nicki Nicole. Na sequência, ela já mostrou uma faceta completamente diferente com “Somos Nada”, e depois em “Santo”, sua parceria com Ozuna.
Diferentes lados de “La Fuerza”
Questionada por Hugo Gloss sobre as diferentes versões artísticas que ela incorporou no projeto, Christina respondeu: “‘La Fuerza’ representa ‘força’ para mim, é claro, mas eu acho que há vários níveis e diferentes variedades do que ‘força’ significa. Para todo mundo. Mas para mim, pessoalmente, sabe, eu não sou apenas uma coisa. E eu nunca afirmei ser isso em nenhum dos meus álbuns. Tem um poderoso e gostoso ritmo animado que eu incluí, um certo tipo de energia para eu performar no palco e ser quem eu sou sexualmente, como uma mulher, amando a si mesma e seu corpo”, começou.
“E depois, tem a forma da ‘força’, que vem através da vulnerabilidade, e realmente se observar e refletir sobre quais são as suas fraquezas, o que não faz você se sentir bem, o que faz você sentir desconfortável consigo mesmo. Mas eu acho que estes são os pontos que você realmente precisa se colocar para enfrentar, para que possa conquistar um maior entendimento da sua força e do seu poder. Então, há tantos lados diferentes em mim como uma mulher, e todos eles representam níveis diferentes de poder pessoal”, filosofou Christina Aguilera.
Os três videoclipes produzidos para as músicas citadas se completam numa narrativa só, desde o início de relacionamento tóxico até a assombração dos “fantasmas do passado”. X-Tina explicou que teve uma inspiração especial para o trabalho. “Eu quis meio que mostrar nestes vídeos um certo personagem e enredo para dar um certo ponto de vista cinematográfico. Porque eu sou muito influenciada por filmes também. Sabe, grande parte da inspiração para as músicas em espanhol em geral foi o meu amor pelo filme ‘Frida’, com Salma Hayek, e a forma que ela interpreta aquela personagem”, entregou.
Os fãs da cantora podem comemorar, visto que este novo capítulo da carreira de Aguilera foi dividido em três EPs – os outros dois ainda serão lançados neste ano. “Desta vez, ao invés de dar a eles tudo de uma vez, eu pensei que seria legal surpreendê-los continuamente ao longo do ano, para que eles não precisem sentir como se eles estivessem esperado tanto [por novas músicas]. Mas também, você sabe, música vai e vem tão rápido, e eu realmente quis reservar a ela este momento e este tempo que é tão importante para mim, e realmente compartilhá-la ao longo do tempo com os meus fãs, para que eles possam realmente só aproveitar e tomar o tempo deles digerindo a música”.
Desejo de retornar ao Brasil
E para a felicidade geral da nação brazuca, Christina Aguilera tem planos de voltar ao Brasil, sim! “Eu mal posso esperar para ir! Sim! Quero dizer, que lugar divertido! E agora eu posso ir como uma mulher, e aproveitar coisas que eu não podia quando eu tinha o quê? 19 anos. Então será maravilhoso voltar!”, empolgou-se. Fenômeno mundial desde muito jovem, a estrela encarou diversos momentos da indústria musical. Sobre os tempos atuais, com o auge das redes sociais, ela avaliou os prós e contras que isso tem em sua vida pessoal e profissional.
“Por um lado, é incrível ver que você pode falar diretamente com os seus fãs, você pode falar diretamente com artistas, outros artistas que você admira ou gosta. É uma comunidade muito melhor para as pessoas se conectarem de uma maneira positiva. Enquanto que anteriormente, quando eu estava adentrando na indústria, você meio que só tinha que ir para os meios de comunicação e seguir os pontos de vista deles, o que eles escreviam para representar você. E isso não era muito claro, algumas vezes. Ou justo”, recordou.
“E onde se torna uma desvantagem é sempre quando as pessoas se tornam obcecadas com isso, quando as usam como uma ferramenta para serem negativas ou atacar outras pessoas. E isso me deixa triste, principalmente pela geração em que os meus filhos estão vindo, porque eu nunca, nunca quero que eles julguem a si mesmos baseados numa curtida estúpida ou não, esta parte pode ser tão negativa e tão ruim para a saúde mental da juventude e para qualquer um que se torna um pouco obcecado com isso. Não é importante para mim neste nível [as redes sociais], e é por isso que eu fiquei longe por tanto tempo, mas eu definitivamente as uso”, explicou Christina Aguilera.
Assista à entrevista na íntegra: