Caio Paulista prestou depoimento na terça-feira (24), após ser acusado de agressão e sequestro por Ana Clara Monteiro, sua ex-companheira e mãe de sua filha caçula, Maria Clara. Segundo o UOL, que teve acesso aos documentos, ele apresentou diversos áudios e prints de conversas para provar sua inocência. A defesa da denunciante informou que irá se posicionar após acessar as declarações do jogador.
O lateral-esquerdo do Palmeiras divulgou fotos de uma suposta mordida que teria levado de Ana Clara, em um dos episódios de que é suspeito de violência contra a ex. Caio negou as acusações e alegou que, na realidade, ele é quem teria sido vítima de agressão. O atleta também apresentou comprovantes dos pagamentos de pensão alimentícia, dos gastos residenciais e de transferências diretas para a mãe de sua filha.
O site explicou que os recibos foram apresentados como evidências, pois a mulher teria relatado em entrevistas recentes que Caio não tem cumprido com as responsabilidades financeiras em relação à Maria Clara.
Áudio após supostos episódios de agressão
Ana Clara afirmou ter sido agredida com socos e chutes na madrugada do dia 30 de setembro de 2022, após dizer que iria sair de casa por uma suposta traição do jogador. No período da manhã, ele teria deixado a residência para treinar no CT do Fluminense, equipe que defendia à época, e supostamente mantido a mulher trancada até seu retorno.
Em um documento lavrado em cartório, Cintia Cristina Affonso de Oliveira, mãe do acusado, exibiu uma conversa com áudios que seriam da tatuadora, na manhã da data apontada. Em uma das gravações, enviada às 9h02, Clara diz estar em sua própria casa. Naquele período, ela morava na Rocinha, zona sul do Rio de Janeiro.
“Ele saiu era oito, oito horas. Ele não, né, a gente, porque eu estou em casa. Vim para casa, aí ele saiu oito horas, para poder ir para o CT, eu acho”, teria dito a mulher no áudio. À polícia, ela também entregou imagens com as costas e um dos pés machucados, que seriam consequências da agressão. Caio, por sua vez, enfatiza não ter conhecimento dos ferimentos.
Olho roxo
Na madrugada de 22 de outubro do ano passado, Ana Clara contou ter sofrido mais um episódio de agressão em São Paulo. Ela se mudou com o jogador para a capital após o então companheiro ser contratado pelo São Paulo. Neste dia, a mulher teria ido a uma boate na zona leste “para espairecer”, após desconfiar novamente de uma traição de Paulista. A filha teria ficado com uma babá.
“Ele lhe enviou mensagem mandando que ela saísse do local, dizendo que se ele entrasse, seria pior. A declarante não tem mais as mensagens devido a um problema no seu celular. Quando ela saiu, por volta de 2:40 da manhã da madrugada do dia 22, ele a empurrou pelo cabelo [coque], mandando que ela entrasse no carro. A cunhada e o noivo estavam no veículo. Ela segurou na lateral do carro para não entrar, e ele a forçou, a empurrou e lhe desferiu um soco (um gancho) no rosto. A declarante acredita que tenha desmaiado”, descreve um trecho do boletim de ocorrência.
Já em uma carta aberta, o atleta rebateu a ex e disse que não houve nada de anormal na ocasião. A lesão na face só teria sido notada por ele no dia seguinte. “Naquela noite, dormimos na mesma cama, junto da nossa filha (a babá é testemunha disso). A primeira vez que percebi que seu olho estava avermelhado, e não roxo, foi pela manhã, assim que ela saiu do banheiro. Questionei o que tinha acontecido e ela se recusou a falar do assunto. Tenho conversas com ela nesse sentido e reafirmo categoricamente que não fui eu que machuquei o olho dela”, defendeu Caio.
Mordida no braço
Em fevereiro deste ano, Ana Clara citou uma terceira ocorrência em seu boletim, poucos meses antes de o casal se separar oficialmente. Ela explicou que estava com Caio Paulista em uma casa noturna na zona leste, quando uma mulher desconhecida entrou no camarote onde eles estavam e pegou uma bebida. Em meio a uma suposta discussão, o lateral teria lhe desferido um “murro na boca e jogado seu celular longe”.
Paulista, por sua vez, negou o episódio e acrescentou que ele é quem foi agredido. O jogador divulgou fotos com a marca de uma mordida no braço esquerdo, datada de 17 de fevereiro, e da cicatriz que permanece atualmente. “Tenho testemunhas que viram ela me agredindo com chutes e socos, e me mordendo”, garantiu em depoimento.
Prints de conversas
Ainda sobre o respectivo episódio, a defesa de Caio Paulista apresentou prints de uma conversa entre o ex-casal, que consta no processo movido por Monteiro na Vara da Família e corre em segredo de justiça. Nas imagens, datadas de 18 de fevereiro, de acordo com a defesa, Clara teria manipulado o diálogo e acrescentado uma foto com a boca machucada.
Em um dos prints, aparece apenas os dois discutindo sobre supostamente terem machucado um ao outro. Já a outra captura de tela, exibe a aba de “Mensagens Favoritas” do WhatsApp, com a conversa incompleta e o registro em questão.
Pensão alimentícia
Por fim, os advogados abordaram a pensão alimentícia de Maria Clara, filha caçula de Paulista. O UOL apontou que Montem relatou em entrevistas estar passando necessidades com a menina, porque “o pai não tem cumprido” com o acordo. A defesa, então, rebateu os argumentos, encaminhando 29 documentos para mostrar que Caio tem honrado seus pagamentos.
Entre eles, também foram exibidos boletos e transferências bancárias. De acordo com o site, uma tabela mostra que, entre despesas da casa, Pix e o bloqueio judicial, o lateral do Palmeiras teria despendido R$ 127.305,00.