Nesta segunda-feira (31), foi revelado que a Justiça da Catalunha, na Espanha, encerrou a investigação sobre a denúncia de estupro contra o jogador Daniel Alves. De acordo com informações do GE, as autoridades concluíram que há indícios de que ele cometeu agressão sexual contra a mulher de 23 anos, numa festa em 30 de dezembro, em Barcelona.
Segundo o veículo, o lateral foi intimado a comparecer perante a juíza Concepción Cantón na próxima quarta-feira (2), quando terá uma última chance de se pronunciar perante a magistrada. Ele também será comunicado dos trâmites legais do julgamento pelo crime de agressão sexual, que acontecerá na Espanha.
Caso seja condenado, a Justiça espanhola determinou que Alves deve pagar € 150 mil (R$ 783 mil) à vítima, por danos morais e psicológicos. Daniel, que teve três pedidos de liberdade negados – o último deles em junho – pelas autoridades do país, deve esperar pela audiência na prisão nos arredores de Barcelona, onde está desde janeiro, revelou o GE.
Ainda hoje, a imprensa espanhola detalhou o que está previsto no futuro do atleta. Nos próximos dias, a promotoria deverá sugerir, em tribunal, a pena que Daniel Alves deverá cumprir, no caso de sua condenação. Veículos locais afirmaram que acusação deve pedir dez anos de prisão.
Já a defesa do futebolista deve pedir a absolvição total do lateral. As ações são parte do protocolo espanhol e precisam ser oficializadas na Justiça. O julgamento, por sua vez, ainda não tem data marcada, mas está previsto para ocorrer entre o fim de 2023 e o início de 2024.
Leia o comunicado da Justiça na íntegra:
“O investigado é intimado no dia 2 de agosto para notificá-lo da acusação e fazer a declaração (possibilidade, se quiser, de voltar a depor perante a juíza de instrução, uma vez que já foi informado do crime pelo qual está sendo processado). O valor imposto (€ 150 mil) é a título de responsabilidade civil, de forma a cobrir eventuais danos. Em nenhum caso é fiança que envolve, ao pagá-la, sair imediatamente da cadeia. Ainda não há data para o julgamento, pois o processo está em fase final no tribunal de instrução. Em seguida, deve ser encaminhado ao Tribunal Provincial, que é onde será realizado o julgamento do tipo de crime em questão, e aí devem ser feitos os procedimentos de habilitação (onde as partes apresentam seus escritos e pedem as penas ou absolvição). A investigação do caso já terminou e por isso já foi expedido o despacho onde é formalmente informado do crime pelo qual foi indiciado”.
Relembre o caso
Daniel Alves foi detido no dia 20 de janeiro deste ano, na Espanha, após ser acusado de assédio sexual. Segundo a denúncia, que está na Justiça da Catalunha, uma mulher de 23 anos alegou que foi assediada sexualmente pelo jogador durante uma festa em Barcelona, no dia 30 de dezembro de 2022.
O site El Taquigrafo informou que as câmeras de segurança do local registraram a vítima indo ao banheiro às 4h22 e sendo seguida por Daniel segundos depois. Neste ambiente já não havia câmeras de segurança. Em depoimento, a vítima detalhou o incidente: no dia 30 de dezembro de 2022, ela estava na boate Sutton, em Barcelona, quando o grupo do qual fazia parte recebeu um convite para entrar numa área VIP.
No local, ela e os acompanhantes foram levados até a mesa onde estava Daniel Alves, a quem a vítima inicialmente não reconheceu. Um grupo de amigos do jogador os apresentaram. A denunciante relatou à Justiça espanhola que ela e Daniel Alves dançaram juntos até que o jogador “levou várias vezes a mão dela até seu pênis, que ela retirou assustada”.
Por volta das 4h30 da madrugada, ele teria pedido que ela o seguisse até uma porta. A entrada seria de um banheiro, onde o jogador teria cometido o crime. A vítima alegou que teria tentado sair do banheiro, mas foi impedida. Alves então a teria penetrado de maneira violenta até ejacular, antes de sair do banheiro. A mulher, por sua vez, saiu na sequência e depois contou o que aconteceu a uma amiga.
Quando a segurança do estabelecimento foi informada, o lateral já havia deixado a boate. A vítima foi levada a um hospital imediatamente para fazer exames, que constataram que o DNA de Alves estava no corpo dela. Dois dias depois, ela denunciou Alves à polícia. Entretanto, desde o início do caso, a juíza afirma que “há provas suficientes” para a condenação do jogador.
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