Olimpíadas 2024: Após nadadora reclamar de tratamento em expulsão e expor denúncia de assédio, COB rebate

O comitê abriu uma investigação interna após a declaração de Ana Carolina Vieira

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) emitiu uma nota nesta terça-feira (30) para se posicionar diante das falas da nadadora Ana Carolina Vieira. Após ser expulsa da delegação durante as Olimpíadas de Paris 2024, por atos de indisciplina, a atleta publicou um vídeo no qual revelou que fez uma denúncia de assédio à entidade, mas nunca obteve resposta.

De acordo com a coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, a denúncia feita por Ana Carolina contra um dirigente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) foi registrada em 2021. Entretanto, o caso foi arquivado por falta de provas. No sistema do COB, as denúncias de assédio são encaminhadas ao compliance. Em seguida, são levadas ao Conselho de Ética para julgamento, caso tenham fundamento depois da apuração.

“Eventuais fatos que tenham sido objeto de denúncia por parte da atleta por meio dos canais de atendimento e apoio do COB não têm qualquer relação com o ocorrido nos Jogos Olímpicos de Paris. Portanto, não serão objeto de comentários por parte do Comitê Olímpico do Brasil, principalmente porque tais denúncias são sigilosas e dependem de averiguação da área de Compliance, que age com total autonomia em relação ao executivo do COB”, declarou a entidade.

Apesar disso, o COB garante no comunicado que não existem denúncias pendentes. “É possível informar, contudo, que não existem denúncias pendentes referentes a atletas ou membros do corpo técnico da natação vinculados à CBDA”, pontuou.

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O comitê ainda comentou as declarações da atleta sobre o processo de desligamento da delegação. Segundo Ana Carolina, tudo aconteceu de maneira repentina. Ela afirmou que não teve tempo de arrumar as malas e chegou a mostrar que teve de trocar de roupa no aeroporto, porque ainda estava de bermuda. Ana também reclamou da disponibilidade de água. Clique aqui para assistir.

O COB, por sua vez, apresentou outra versão do ocorrido. “Durante o desligamento da nadadora Ana Carolina Vieira da delegação, a atuação do Comitê Olímpico do Brasil (COB) foi pautada, como de costume, pelo respeito, atenção e cuidado à atleta em razão do momento delicado pelo que ela passava”, declarou.

“Ao longo de todo o processo, Ana Carolina Vieira esteve acompanhada da Oficial de Salvaguarda e líder do Esporte Seguro da Missão brasileira em Paris, que lhe prestou apoio. A atleta falou com a mãe, com o psicólogo da delegação, arrumou suas malas e teve acesso irrestrito a alimentação e hidratação antes de se dirigir ao aeroporto”, afirmou o comitê.

Relembre o caso

Ana Carolina Vieira e o namorado, Gabriel Santos, foram punidos pelo COB por indisciplina. Eles deixaram a Vila Olímpica sem autorização na noite da última sexta-feira (26) para visitar a Torre Eiffel. A infração foi descoberta pelo staff do comitê por conta de postagens feitas pelos dois atletas. Enquanto ele foi punido com uma advertência, a nadadora foi desligada do Time Brasil por contestar uma decisão da equipe.

Indisciplina foi descoberta por staff. (Foto: Reprodução/ Instagram)

Ana Carolina teria se envolvido em uma discussão com a comissão técnica por causa da decisão de retirarem a nadadora Mafê Costa da equipe que disputaria os 4 x 100 metros livre, em que há revezamento dos atletas. A comissão determinou que Mafê se dedicasse a suas provas individuais, nas quais as chances de medalhas seriam maiores. Ana Carolina voltou para o Brasil dois dias depois do ocorrido. Leia a íntegra aqui.

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