Nesta terça-feira (13), dois dias após a conclusão das Olimpíadas de Paris, a corredora britânica Rose Harvey fez uma revelação chocante em suas redes sociais. Junto a um clique de sua viagem de volta ao Reino Unido, a atleta contou que descobriu, somente após disputar uma maratona nos Jogos, que competiu com a perna quebrada.
No longo desabafo, Harvey – que terminou em 78º após os 42km da maratona feminina – explicou que o incômodo começou semanas antes da corrida de 11 de agosto, quando ela sentiu um “aperto no quadril”.
“Isso está longe de ser as Olimpíadas com que sonhei, mas ainda assim foi uma experiência para toda a vida. Fiquei muito animada para subir naquele palco, mostrar que tinha tudo para fazer parte do Time Reino Unido e, o mais importante, deixar orgulhosos todos os que me ajudaram a chegar até aqui. E apenas algumas semanas atrás, parecia tão bom. O treinamento foi excelente. Então desenvolvi um pouco de rigidez no quadril…”, narrou a atleta.
Rose explicou que recebeu o auxílio de um time de profissionais e que apostou na “sorte e adrenalina” para concluir a prova: “Minha equipe incrível e eu trabalhamos muito para deixar a linha de largada em forma e saudável e estávamos todos otimistas de que, com um pouco de adrenalina no dia da corrida, eu seria capaz de correr a corrida que sabia que tinha dentro de mim”.
Entretanto, no meio da prova, Harvey levou um “choque de realidade”. “Alguns quilômetros depois, percebi rapidamente que isso não iria acontecer. Os próximos 38 km foram uma batalha dolorosa. Acontece que fraturei meu fêmur por estresse”, explicou.
“Em qualquer outra corrida eu teria parado, e houve tantos momentos em que pensei que não conseguiria dar mais um passo. As descidas foram um inferno. Mas, apesar de a maioria dos meus objetivos de corrida terem desaparecido, ainda havia uma pequena parte do meu sonho olímpico que eu poderia manter – e isso era terminar a maratona olímpica”, recordou.
Harvey explicou que foi preciso muito trabalho mental e força de vontade para se manter na disputa. “Eu não podia desistir. Continuei dizendo a mim mesma para sorrir, absorver a energia das multidões incríveis e simplesmente colocar um pé na frente do outro. Foi de partir o coração. Mas fazer parte das Olimpíadas é algo que nunca esquecerei e poder compartilhar a corrida com tantos amigos e familiares incríveis significou muito para mim”, afirmou ela.
A atleta, que retornou para a Inglaterra com muletas, concluiu a publicação agradecendo a sua equipe, amigos e familiares e ao parceiro, Charlie Thuillier. “Não posso agradecer o suficiente à minha equipe por me levar até este ponto – me tornar um atleta olímpica. Meus treinadores por transformar meus sonhos de corrida em realidade. (…) Aos meus amigos e familiares por estarem presentes, não importa o que aconteça. E acima de tudo, Charlie, que está comigo em cada passo do caminho. Tem sido uma jornada louca e sou grato por tudo isso. Este é apenas mais um capítulo da história”, concluiu.
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Harvey iniciou sua trajetória na corrida durante a pandemia de Covid-19, após ser demitida de seu cargo como advogada corporativa na indústria musical. Em 2020, ela foi avistada correndo no Battersea Park, em Londres, pelo treinador Phil Kissi, e passou a se dedicar ao esporte com intensidade, o que resultou em uma melhora significativa no seu desempenho.
Junto com seu parceiro, Charlie, ela participou de várias competições até ser selecionada para integrar a equipe da Grã-Bretanha nas Olimpíadas de Paris, depois de completar a Maratona de Chicago em 2023 com o tempo de 2:23:21, ficando a apenas 26 segundos do recorde olímpico de Sifan Hassan, em Paris.
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