O advogado da família de Michael Schumacher finalmente revelou por que novos relatórios sobre a saúde do piloto nunca foram divulgados. Nesta terça-feira (31), Felix Damm esclareceu ao jornal alemão LTO o motivo do mistério acerca da saúde do ídolo de Fórmula 1 e contou como a família pretende agir daqui pra frente.
Schumacher sofreu um acidente de esqui em dezembro de 2013, que o levou a ser colocado em coma induzido. Vários meses depois, ele foi transferido para a casa de sua família, onde seus cuidados continuaram. Desde então, as informações sobre sua condição têm sido escassas. Sua esposa, Corinna, fez questão de proteger a privacidade do marido, a ponto que apenas parentes imediatos e amigos muito próximos conhecem os detalhes. O último boletim foi em 2014, que revelou que ele saiu do coma, mas não conseguia se comunicar e nem andar.
Contudo, Damm explicou que a decisão da família foi diretamente relacionada aos meios de notícia que cobriam o caso. “Sempre foi uma questão de proteger assuntos privados”, disse ele. “É claro que discutimos muito sobre como isso seria possível. Então também consideramos se um relatório final sobre a saúde de Michael poderia ser o caminho certo, mas isso não seria o suficiente e teria que haver ‘relatórios sobre cada detalhe’ constantemente atualizados”, acrescentou.
“Porque, como pessoas afetadas [com o acidente], não cabe a vocês acabar com a mídia. Eles [os meios de comunicação] poderiam retomar esse relatório repetidas vezes e perguntar: ‘E como está agora?’, um, dois, três meses ou anos após a mensagem. E se quiséssemos então tomar medidas contra isso, teríamos que lidar com o argumento da auto-revelação voluntária”, elaborou. A auto-revelação voluntária é o precedente de que uma pessoa não pode reivindicar o direito à privacidade se a informação que está sendo comunicada tiver sido partilhada publicamente por ela própria ou em seu nome por um representante.
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Este mês de dezembro marcará uma década desde a queda de Schumacher. O acidente aconteceu apenas um ano depois de ele ter se aposentado da F1, após uma passagem de três anos pela Mercedes, na qual ajudou a equipe a se estabelecer. Dada a admiração dos fãs e a escassez de informações sobre sua saúde desde o acidente, permanece grande interesse em sua condição. Damm, entretanto, entende por que isso acontece, mas alertou que é improvável que haja uma mudança na abordagem da família.
“Naturalmente”, respondeu ele quando questionado se reconhece por que há tanta curiosidade. E apontou: “Mas também acredito que a grande maioria dos torcedores pode lidar bem com isso e também respeitar o fato de que o acidente desencadeou um processo em que o abrigo privado é necessário e agora continuará a ser observado”.
A declaração de Damm vem pouco depois que o jornalista Roger Benoit disse ao jornal suíço Blick que Schumacher era “um caso sem esperança”. A lenda da Fórmula 1 e amigo de Schumacher, Johnny Herbert, chamou o comentário de “horrível”, mas admitiu que, muitas vezes, ficou sem notícias sobre sua saúde.
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Em um documentário de 2021 da Netflix, a esposa de Schumacher apontou que o marido segue vivo e sendo cuidado. “Todo mundo sente falta de Michael, mas Michael está aqui. Diferente, mas ele está aqui e isso nos dá força, eu acho. Tentamos manter uma família como Michael gostava e ainda gosta. E estamos seguindo com nossas vidas. ‘Privado é privado’, como ele sempre dizia. É muito importante para mim que ele possa continuar a desfrutar da sua vida privada tanto quanto possível”, concluiu a mulher.
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