O cantor Alexandre Pires foi alvo nesta segunda-feira (4) de um mandado de busca e apreensão decorrente da operação deflagrada pela Polícia Federal (PF), chamada “Operação Disco de Ouro”. A investigação tem como objetivo desarticular o financiamento e logística ao garimpo ilegal em território Ianomâmi, em Roraima. Após a repercussão do caso, o artista se manifestou por meio de sua equipe jurídica, dizendo-se surpreso com as acusações e negando qualquer envolvimento com o caso.
De acordo com o inquérito, o artista teria recebido pelo menos R$ 1 milhão de uma mineradora investigada. O caso passou a ser analisado depois que a PF apreendeu quase 30 toneladas de cassiterita extraída ilegalmente na sede de uma das empresas suspeitas, em janeiro de 2022. Segundo o UOL, o esquema movimentou cerca de R$ 250 milhões.
Alexandre se apresentava em um cruzeiro quando a diligência foi cumprida. Em nota ao “Fofocalizando”, nesta terça-feira (5), o advogado de Pires, reforçou a inocência do cliente. “Na qualidade de advogado do cantor e compositor Alexandre Pires, viemos a público, diante das notícias veiculadas pela mídia em geral, esclarecer que ele não tem e nunca teve qualquer envolvimento com garimpo ou extração de minério, muito menos em área indígena”, declarou a defesa.
Segundo o advogado, que não teve sua identidade revelada, o cantor foi surpreendido pela ação policial, já que a acusação seria “indevida”. “Destacamos que o referido cantor é uma das mais importantes referências da música brasileira, sendo possuidor de uma longa e impecável carreira artística. Alexandre foi tomado de surpresa diante da recente operação da Polícia Federal que indevidamente envolveu seu nome”, afirmou o texto. “Por fim, salientamos que Alexandre Pires, o que será devidamente demonstrado no decorrer das investigações, reiterando sua confiança na Justiça Brasileira”, concluiu.
Alexandre Pires é investigado por suposto esquema de garimpo ilegal#FofocalizandoNoSBT pic.twitter.com/aQrCrrC0lk
— Fofocalizando (@pfofocalizando) December 5, 2023
A operação
Além de Pires, garimpeiros e empresários também foram alvos da “Operação Disco de Ouro”. A informação foi divulgada pelo portal Metrópoles. No total, foram cumpridos dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão em sete cidades: em Boa Vista (RR), Mucajaí (RR), São Paulo (SP), Santos (SP), Santarém (PA), Uberlândia (MG) e Itapema (SC).
“Foram identificadas transações financeiras que relacionariam toda a cadeia produtiva do esquema, com a presença de pilotos de aeronaves, postos de combustíveis, lojas de máquinas e equipamentos para mineração e laranjas para encobrir movimentações fraudulentas”, informou a PF, em nota.
De acordo com o inquérito policial, os suspeitos tinham um esquema de “lavagem” de cassiterita extraído ilegalmente das terras Ianomâmi. O minério seria declarado como originário de um garimpo regular no Rio Tapajós, em Itaituba/PA. O material, então, seria supostamente transportado para Roraima para tratamento.
As investigações até momento apontaram que a dinâmica aconteceria apenas no papel, já que o minério seria originário do próprio estado de Roraima. O inquérito também indicou que o esquema contaria a participação de um empresário do ramo musical, de expressão nacional, que seria um dos responsáveis pelo núcleo financeiro dos crimes. A Justiça Federal também autorizou o bloqueio de até R$ 130 milhões em bens dos investigados.
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