No ar em “Rensga Hits“, como Deivid Cafajeste, o ator Alejandro Claveaux pediu discrição ao revelar seu namorado. Em entrevista para a colunista Patrícia Kogut divulgada nesta quinta-feira (18), ele detalhou os bastidores do projeto da Globoplay e comentou sobre a repercussão do beijo que deu no ator Samuel de Assis, durante a festa de lançamento da série. Samuel é par romântico de Alejandro na série. Na vida real, no entanto, o namorado do ator não é do meio artístico.
“Adorei a repercussão. A gente tem que normalizar o afeto. Não faz sentido as pessoas não normalizarem. Aquilo foi um beijo, sim, e não tem nada de mais nisso. É demonstração de afeto, de carinho. Mas não há nada além. No último episódio da série, meu personagem fala: ‘Vai ter beijo no palco e vocês vão ver’. Foi para naturalizar o afeto. Ele [namorado] não é da classe artística. Aí não tem nada a ver expor”, explicou.
Na série, Cafajeste é um cantor sertanejo gay que esconde sua sexualidade e lucra com a fama de “hétero top”. Ao longo da trama, o artista se apaixona pelo segurança Kevin e vive um romance às escondidas com o funcionário. Ao contrário do personagem, o intérprete optou por declarar a sexualidade publicamente.
“Todos que vivem essa questão são vítimas dessa sociedade homofóbica. É muito ruim não poder viver sua verdade, sua liberdade, andar na rua e não ter o direito respeitado, não poder agir naturalmente porque pode morrer. Acho que o fato de as pessoas se sentirem mais acolhidas pelas redes sociais ajuda no processo, mas ainda falta muita coisa. Na série, a gente vê que é triste o lugar da vítima que não pode beijar o namorado em público porque pode perder o lugar de prestígio na cena musical. Hoje em dia, não”, disse.
“A gente vê que alguns artistas, por terem sucesso, têm mais facilidade de mostrar quem são. Mas, se alguém está começando uma carreira, pode ser mais difícil. Se a carreira é consolidada, fica mais fácil as pessoas respeitarem e o artista não perder seu lugar no meio. E no audiovisual é interessante essa abordagem da sensualidade e do tesão. Aquilo existe. Deve ser como se aborda numa cena entre personagens heterossexuais. Na série a gente também fala de amor. Por isso, os beijos são naturais. As pessoas têm comemorado pelo fato de não estar estereotipado. Nós, atores, temos que batalhar por isso também. Para fazermos cenas que sejam tão reais quanto as dos personagens héteros”, continuou.
Para o personagem, Alejandro Claveaux usou a própria história como inspiração. Assim como Cafajeste, o ator também é goiano. “Sempre que volto para lá, meu sotaque vem mais forte. Vi muita gente falando dos sotaques na série, dizendo que o meu era forçado. Quando a gente se ouve falando, não percebe que está carregado. Mas esse é o de verdade, é o original”, afirmou.
No bate-papo, ele contou que, antes de ser escalado, achou que a origem o ajudaria no papel: “Em Goiás, sempre ouvi muito sertanejo, moda de viola, ia aos shows do gênero. Lá fiz várias peças de teatro, mas desejava vir para o Rio. Isso era apostar na Hollywood brasileira, lugar onde as coisas aconteciam. Para ‘Rensga’, quando soube que tinha sido aprovado para o elenco, ouvi da equipe que ia precisar falar como goiano, já que eu não era de lá. Eu disse: ‘Gente, mas eu sou de lá. Até achei que isso tinha ajudado na escalação!'”, observou.
Rensga Hits
A produção é do Globoplay e conta a história de Raíssa Medeiros (Alice Wegmann), uma jovem aspirante a cantora, recém-chegada a Goiânia após descobrir, no altar, que foi traída pelo futuro marido. Durante oito episódios, o público acompanha a busca de Raíssa pelo sucesso na música sertaneja, enquanto enfrenta intrigas, desafios, novas amizades e até mesmo um novo amor.
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