Em 2014, a África do Sul ficou em luto com o assassinato cruel e precoce do capitão e titular da seleção de futebol do país, Senzo Meyiwa. O goleiro foi morto a tiros, aos 27 anos de idade. Nesta semana, época em que o crime completou seis anos, as investigações tiveram uma grande reviravolta. A cantora Kelly Khumalo, ex-namorada do atleta, foi apontada pelas autoridades como uma das mandantes da morte.
Uma das folhas do processo foi vazada acidentalmente para a imprensa, reunindo todas as informações que as autoridades levantaram a respeito de Kelly como suspeita do crime. A morte de Senzo aconteceu na casa da mãe da artista, e na época foi tratada como assalto à mão armada. Porém, de acordo com as investigações, o mais certo é que o goleiro tenha sido assassinado a mando de sua namorada. Khumalo teve conversas com o matador de aluguel que cometeu o crime. Além disso, ela também teria recebido um empréstimo para “pagar um assassino”.
“Os registros do telefone celular da Sra. Kelly Khumalo, indicando sua comunicação com o acusado, devem ser obtidos, conforme indicado anteriormente. Foi mencionado anteriormente que havia um credor que adiantou dinheiro a Kelly Khumalo, aparentemente para pagar assassinos, e que esse credor a estava importunando para o reembolso do empréstimo. A declaração do credor deve ser obtida”, orienta um trecho do documento.
Os promotores do caso assumiram para a imprensa sul-africana que o documento realmente foi vazado por acidente, mas não negaram ou confirmaram que ele seja verdadeiro. Em seu reality show, “Life With Kelly Khumalo”, a cantora falou sobre o ex-namorado durante um episódio do mês de agosto. “O que eu gostaria de dizer a você [Senzo] é que eu teria ficado melhor com você vivo do que morto. Minha vida deu uma guinada para pior. Nunca pensei isso em minha existência, que seria odiada tão intensamente. Ele foi uma das pessoas que nunca desistiu de mim. Eu o deixei louco, ele me deixou louco, mas nunca houve um ponto em que aquele homem desistisse de mim”, disse.
“No início, eu costumava pensar que se eles encontrassem os assassinos, eu me sentiria melhor e talvez minha vida mudasse. Mas percebi que mesmo isso não o trará de volta”, alegou. Na época do episódio, Kelly já era envolvida em especulações da mídia e do público com o crime. “A sociedade pegou minha perda e a usou contra mim. Dói que vocês pensem assim de mim. Vocês nunca me conheceram, não conhecem minha história, não conhecem minha jornada”, criticou.
Na segunda-feira (26), data exata em que o crime completou seis anos, cinco suspeitos foram presos e acusados de homicídio, tentativa de homicídio — a irmã de Khumalo também foi baleada, mas sobreviveu —, roubo com circunstâncias agravantes, porte de armas de fogo e munições ilegais. Para a surpresa de todos, quatro deles negaram todas as acusações, recusaram a assistência jurídica e afirmaram que são inocentes. Um deles, identificado como Bongani Sandiso Ntanzi, de 30 anos, está sendo representado pelo advogado Hans Havenga, e adiou os procedimentos legais no tribunal para o dia 27 de novembro.