Bruna Linzmeyer é uma grande representante da comunidade LGBTQIA+ na TV, mas o momento em que sua orientação sexual foi exposta ao mundo se deu de maneira turbulenta… A atriz relembrou o episódio no podcast PodPah, nesta terça-feira (5), e revelou que chegou a ser aconselhada a negar o fato, coisa que ela nunca cogitou.
Na época, a artista ficou assustada com sua sexualidade sendo revelada em um jornal. “Foi em 2015, eu já estava há cinco anos na TV. E já namorava a Kitty (Féo, cineasta), que foi minha primeira namorada, há uns bons meses. Aí, saiu no jornal. As pessoas que trabalhavam comigo cogitaram negar“, contou.
“Eu disse ‘não, isso não é uma possibilidade. Eu não estou cogitando negar. A partir de agora, a gente vai ter que lidar com o que vai acontecer. Se eu negar isso, vou me corroer por dentro’“, pontuou. Logo depois, a atriz chegou a perder alguns trabalhos: “Aí foi muito esquisito no começo. A gente tinha umas publicidades marcadas para aquela semana e para a semana seguinte, e as coisas foram cancelando. [Diziam]: ‘Não vai mais acontecer e tal’“.
Apesar da preocupação inicial, Bruna disse que as coisas logo foram “se construindo de outro jeito“. “Hoje em dia as pessoas me chamam porque eu sou sapatão também. Querem estar comigo porque eu tenho e tive essa coragem. E hoje em dia é mais tranquilo falar disso do que era naquela época. Então tem muitos trabalhos, tanto no cinema ou na publicidade, de pessoas que chegam perto de mim porque gostam de quem eu sou“, afirmou.
“É quase um filtro: se você não quer trabalhar comigo por eu ser sapatão, talvez seja bom [pra mim]”, refletiu. A pressão no mercado de trabalho, entretanto, continua grande. “Existe uma pressão velada. Conheço atrizes mais velhas que, depois de se assumirem, não foram mais chamadas pras coisas, os trabalhos foram diminuindo. E atrizes que, até pouco tempo atrás, tinham em seus contratos que não podiam falar sobre suas orientações sexuais“, observou.
Atualmente, a atriz é muito feliz em seu relacionamento com a DJ e artista visual Marta Supernova. “Eu sinto que eu pude falar na época que o mundo estava fazendo uma curva. Acho que eu fui uma das primeiras mulheres da minha geração a falar disso. Acho que hoje temos muito mais pessoas LGBTs em publicidade, na mídia, filmes, séries. Acho que pude contribuir, foi importante pra mim e de uma forma coletiva, eu ter conseguido sustentar isso. Minha vida é mais potente desde que eu me assumi“, analisou.
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