Crescer diante das telinhas do Brasil não foi fácil! Em uma roda de conversa da revista Glamour nesta segunda (09), Bruna Marquezine abriu o jogo sobre os bastidores da fama. A estrela revelou que, em um dos momentos ruins, pensou em desistir da carreira de atriz, por conta da objetificação de seu corpo.
Essa situação se deu em um de seus grandes sucessos na TV, como a personagem Lurdinha em “Salve Jorge”, sua primeira personagem mais explorada como “adulta”.“A primeira vez que me dei conta de que era mulher foi quando eu tava vivendo a Lurdinha em ‘Salve Jorge’ e vi meu corpo sendo objetificado. Eu não tinha maturidade pra lidar com aquilo e não entendia aquilo”, recordou a atriz.
Segundo ela, entender a situação foi muito difícil e, por pouco, ela não deixou a atuação de lado. “Tinha acabado de completar 18 anos, a cada semana diziam que eu tinha saído com um cara novo. Não sabia lidar com aquilo, sofria muito. Naquela época, cheguei a pensar em parar de atuar. Ainda bem que tive uma rede de apoio que me ajudou a entender e não desistir”, revelou ela.
Apesar de ter passado por esse momento complicado, Bruna encontrou apoio nos próprios estúdios da emissora, com outras mulheres incríveis, como Cássia Kiss e Vanessa Gerbelli. “Os maiores incentivos foram dentro dos sets e no camarim em trocas com as atrizes. Foram essas mulheres que sempre me ajudaram. A lista é enorme de atrizes que se tornaram amigas e tiveram a sensibilidade de me ver frágil e me estender a mão porque eu comecei muito jovem. Ter esse olhar de algumas atrizes mais experientes me fortaleceu”, contou.
A musa também relembrou o período difícil em que sofreu duras críticas sobre seu corpo. “Eu tinha acabado de chegar em Veneza, estava com tempo livre, comecei a ver comentários dizendo que eu estava magra demais. Eu já tinha ouvido outros dizendo que eu estava gorda demais. Eu tinha acabado de me curar de um processo tão doloroso de depressão, alimentação e distúrbio de imagem”, lembrou.
Na época, ao final do ano passado, a artista optou por dividir sua história. Assim, ela achou sua maneira de ajudar outros com seu relato: “Quando eu desabafei sobre isso, eu falei que tomava um tipo de laxante todos os dias. Aquilo destruiu meu organismo e minha imunidade. Várias meninas tomavam também. Achei melhor dizer o que fazia para ajudá-las”.
Para ela, expor suas vivências e esse lado frágil é uma das principais formas de servir como influência para seus fãs e seguidores. “A gente se depara com pessoas que nos inspiram todos os dias. A melhor maneira que temos de influenciar é dividindo a nossa vulnerabilidade com as pessoas”, relatou ela. Uma fadinha consciente, né?!
Bruna abordou também alguns ataques de haters. A atriz disse que ainda tem de lidar com isso, mas está aprendendo a contornar essa realidade chata. “Tem comentários que te pegam em uma hora errada e dia errado e você sente uma necessidade de se justificar de alguma forma. Sempre tem aquele comentário que te pega de jeito, mas já to tratando disso com a minha psicóloga”, mencionou.
De qualquer forma, Marquezine crê que, em certas circunstâncias, a melhor atitude é não fazer nada mesmo. “Quem são essas pessoas tão rápidas que pegam todo o comentário, curtida que a gente faz? Às vezes eu penso que tem umas pessoas que têm um perfil só pra seguir a gente e ficar atualizando. Por isso nem adianta apagar!”, opinou.
Ainda “crescendo” como uma feminista, Bruna crê que “o único caminho” para corrigir o machismo – do qual já foi vítima – é o diálogo. “Eles sempre contaram as nossas histórias e chegou a hora deles ouvirem da nossa boca. Se você foi protagonista a vida inteira, deve ser difícil assumir o papel de coadjuvante uma vez, mas é necessário”, comentou ela.
“Tenho orgulho de estar num meio onde mais amigos homens estão se transformando. Acho muito bonito quando vejo um homem usando a voz dele para dar visibilidade”, completou a atriz. Só torcemos para que as situações chatas sejam cada vez menos frequentes… Afinal, ninguém merece, né?