Carol Ribeiro revela como está sua saúde após diagnóstico de esclerose: ‘Palavra tem estigma’

A modelo detalhou jornada até o diagnóstico

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Carol Ribeiro abriu o coração sobre seu diagnóstico de esclerose múltipla e os desafios enfrentados com a doença. Em entrevista à repórter Luiza Stevanatto, do UOL Splash, a apresentadora revelou que os primeiros sintomas surgiram em 2023 e detalhou sua jornada até o diagnóstico, o tratamento e como está sua saúde atualmente.

A modelo contou que começou a perceber sinais como fadiga extrema, visão turva, desequilíbrio, dores de cabeça, ondas de calor, tontura e dificuldade para falar. Inicialmente, atribuiu os sintomas à menopausa e a crises de pânico.

Esses sintomas se manifestavam, principalmente, em momentos mais ativos de Ribeiro. “Toda vez que eu ia sair pra um trabalho, me arrumar, eu começava a passar mal de tontura, como se fosse um pânico. Começava a suar, passar muito mal, e aí ligava o ar-condicionado, dava uma acalmada, melhorava”, relatou.

Carol Ribeiro é modelo e atualmente comanda as transmissões ao vivo de grandes premiações, como o Oscar e o Grammy. (Foto: Getty)

Em um dos episódios mais marcantes, Carol levou três horas para arrumar uma mala – uma tarefa que, normalmente, fazia em apenas 15 minutos.“Essas três horas passaram e eu não via as horas passarem. Eu sentava, descansava, me sentia mentalmente cansada de estar ali, mas me perdia. Eu não conseguia organizar os pensamentos. Estava completamente desnorteada, estava sentindo que eu estava enlouquecendo. É como se eu estivesse sem saber por onde começar”, desabafou.

Com os sintomas se tornando cada vez mais frequentes, Carol buscou ajuda médica, mas enfrentou dificuldades para obter um diagnóstico preciso. Após uma série de exames ginecológicos, descartou a menopausa. Em seguida, procurou endocrinologistas, nutrólogos e nutricionistas, passando a tomar vitaminas para recuperar a energia. No entanto, os sintomas persistiram.

Determinada a entender o que estava acontecendo, a modelo começou a registrar suas sensações em um diário. Foi então que Ana Claudia Michels, amiga de longa data das passarelas e agora médica especializada em geriatria, desempenhou um papel crucial em sua descoberta.

Ao analisar os exames de Carol, Ana Claudia sugeriu que ela interrompesse o uso de certos medicamentos e buscasse um neurologista de confiança para uma nova avaliação. Graças a essa orientação, Carol foi encaminhada a um especialista que finalmente chegou ao diagnóstico de esclerose múltipla.

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“A Ana é nosso orgulho. Eu mandei uma mensagem para ela agradecendo, e ela disse: ‘Eu não fiz nada’. Eu falei: ‘Você fez tudo’. Ela fez eu parar para voltar ao médico, depois indicou um médico que ela mesma pesquisou. Esse médico realmente me mostrou uma luz, mostrou que tem toda uma vida com o diagnóstico. Para mim, ela fez tudo. Eu tive muita sorte de ter essas pessoas do lado”, ressaltou a modelo.

Carol com a amiga Ana Claudia Michels. (Foto: Reprodução/Instagram)

O diagnóstico oficial veio em abril de 2024 e pegou Carol de surpresa: “É um susto, porque a expressão ‘esclerose múltipla’ carrega muitos estigmas, muitos medos, muitas inseguranças. […] Eu saí do consultório tentando entender o que estava acontecendo, não acreditei no que estava ouvindo”.

Apesar do choque inicial, o acompanhamento médico trouxe tranquilidade. “Ele disse: ‘Calma, esclerose múltipla não é esse monstro’. É uma doença neurodegenerativa que não tem cura entre aspas, porque tudo está em processo de mudança nessa área”, explicou.

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Atualmente, Carol segue um tratamento com imunomoduladores e terapia hormonal. O imunomodulador regula a atividade do sistema imunológico para impedir que ele ataque as próprias células. Já o tratamento hormonal foi indicado porque os sintomas se intensificavam próximo à menstruação. Segundo a modelo, os efeitos da doença foram praticamente controlados, mas reforça que cada paciente precisa encontrar o protocolo adequado para seu caso.

“Eu tenho feito exames desde que fiz a primeira ressonância, sempre faço os exames pedidos para acompanhar a progressão da doença, e a doença não progrediu. Ela está lá, paradinha, e assim ela vai ficar. Eu digo que um dia a gente vai pegar uma ressonância e ela não vai estar mais lá”, afirmou.

Carol também destacou a importância do autoconhecimento e do cuidado com a saúde: “É importante sentir, escutar o seu corpo e se permitir ser vulnerável. […] Eu me cobrava muito, e hoje eu me permito estar vulnerável. Hoje, eu estou mais carinhosa comigo. Estou querendo viver e viver bem, ao lado dos meus. […] Eu estou melhor de saúde do que eu estava há três anos”.

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Emocionada, a apresentadora agradeceu o apoio das amigas e do marido, Paulo Lorenço, com quem está casada há 28 anos. “Se eu já amava [o Paulo], hoje eu amo mais ainda, o que eu achava impossível. Foi a pessoa que, realmente, esteve do meu lado em cada segundo”, declarou.

Conhecida por apresentar transmissões ao vivo de grandes premiações como o Oscar e o Grammy, Carol revelou que tem aprendido a respeitar seus limites: “Eu sempre topava tudo. Agora vou topar um pouco menos. A gente trabalha na ralação, e eu sou dessas, visto a camiseta e me jogo, mas talvez eu precise ser menos assim [risos]”.

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