Céline Dion abriu o coração e falou abertamente sobre a Síndrome da Pessoa Rígida (SPR), doença rara diagnosticada em 2022 e que a fez se afastar dos palcos. Depois de realizar uma aparição surpresa no Grammy deste ano, em fevereiro, a estrela posou para duas capas da edição de maio da Vogue France e refletiu sobre o seu amor pela música e a vida.
Na entrevista publicada hoje (22), a cantora, de 56 anos, foi questionada sobre a sua saúde e esclareceu: “Essa resposta pode ser muito simples. Está tudo bem, mas dá muito trabalho. É um dia de cada vez“. Céline disse esperar por milagre com as pesquisas científicas. “Ela ainda está em mim e para sempre. Encontraremos um milagre, uma maneira de cura com pesquisas científicas, mas tenho que aprender a conviver com isso. Então, essa sou eu, com a síndrome da pessoa rígida“, refletiu.
A Síndrome da Pessoa Rígida é uma doença neurológica sem cura caracterizada por tencionar e causar rigidez nos músculos. Céline compartilhou detalhes sobre seu tratamento. “Cinco dias por semana, faço terapia atlética, física e vocal. Trabalho tanto na ponta dos pés quanto nos joelhos, panturrilhas, dedos, canto, voz… Essa é a condição com a qual devo aprender a conviver agora, parando de me questionar. No começo, eu dizia para mim mesma: ‘Por que eu? O que aconteceu? O que eu fiz? Eu sou a responsável?’ A vida não lhe dá respostas. Você simplesmente tem que vivê-la!“, disse ela.
“Eu tenho essa doença por um motivo desconhecido. Eu tenho duas escolhas. Ou treino como um atleta e trabalho muito ou me desconecto e acabou, fico em casa, ouço minhas músicas, fico na frente do espelho e canto para mim mesma. Eu optei por trabalhar com todo o corpo e com toda a alma, da cabeça aos pés com uma equipe médica. Eu quero ser o meu melhor. Meu objetivo é ver a Torre Eiffel novamente!“, declarou.
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Céline revelou que o apoio e o amor da família, dos filhos, dos fãs e da equipe ao seu redor são essenciais para que ela continue nessa jornada com a doença. “As pessoas que sofrem de SPR podem não ter a oportunidade ou os meios para ter bons médicos ou bons tratamentos. Eu tenho esses meios, tenho esse dom. Além disso, tenho essa força em mim. Eu sei que nada vai me impedir“, afirmou a cantora.
Ao anunciar o diagnóstico, em dezembro de 2022, a estrela contou que estava adiando os shows de sua turnê e cancelando outras apresentações que faria no verão do Hemisfério Norte. À revista, ela comentou sobre seu esperado retorno aos palcos. “Eu não posso te responder. Porque durante quatro anos, eu disse a mim mesma que não voltaria, que estou pronta, que não estou pronta… Hoje não posso te dizer: ‘Sim, daqui a quatro meses’. Não sei… Meu corpo vai me dizer. Por outro lado, não quero apenas esperar. É moralmente difícil viver o dia a dia. Estou trabalhando muito e amanhã será ainda mais difícil. Amanhã é outro dia. Mas há uma coisa que não vai faltar jamais: é esse querer, é essa paixão. É o sonho. É a determinação“, pontuou.
“As pessoas sempre vinham me ver cantar. E isso, para mim, foi a prova de que eu era, e sou, verdadeiramente uma cantora. Uma coisa é certa: vou amar isso até morrer“, declarou Céline ao refletir sobre sua trajetória na música. A cantora também falou o que a fama lhe trouxe de mais importante em sua carreira.
“A fama me fez querer nunca desistir. Nasci para me comunicar no palco, com minha voz, com meus fãs. É o compartilhar. Eu nasci para isso. Quando me vi no palco pela primeira vez, em Quebec, ‘peguei o vírus’, como dizem por lá: peguei o vírus. O que a fama tirou de mim? Nada. Porque eu vivo todos os dias. E eu sigo em frente“, acrescentou.
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Por fim, a estrela compartilhou os seus sentimentos sobre se identificar como uma pessoa de Quebec, cidade do Canadá onde foi criada, como uma norte-americana ou uma francesa. “Eu me sinto como uma mulher. Eu me sinto como uma mãe. Sou uma cantora, uma sonhadora antes de ser quebequense, americana ou francesa. Falo com meus filhos em francês e inglês. Meus filhos acham que falo todas as línguas. Nasci em Quebec, meus filhos nasceram nos Estados Unidos. Tenho sangue francês, tenho sangue de Quebec, tenho sangue americano. E onde quer que eu vá, canto em outro idioma, aprendo alguma coisa, aprendo um pouquinho dessa cultura que me impressiona“, explicou.
“Meu sonho é viver no presente. Um dia de cada vez. Eu realmente tenho muita sorte. E tenho a honra de fazer um ensaio fotográfico para a Vogue France. Porque quando eu estava no meu melhor físico e beleza, aos 30 anos, ninguém nunca me convidou. Tenho muito orgulho de que, aos 55 anos, me peçam para revelar minha beleza. Mas o que é beleza? A beleza é você, sou eu, é o interior, são os nossos sonhos, é o hoje. A beleza é o que nos rodeia, está aí. Tem gente que vê isso. Há quem assista. Hoje sou uma mulher que se sente muito forte para seguir em frente. Um dia de cada vez“, finalizou.
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