Day McCarthy recebe a maior pena por um crime de racismo, contra filha de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso; casal se pronuncia

A condenada está fora do Brasil e o juiz ainda não emitiu mandado de prisão

Day McCarthy foi condenada por injúria racial e racismo após ter proferido ofensas contra Titi, filha de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso. Ela recebeu pena de 8 anos e 9 meses de prisão em regime fechado, a maior já dada pela Justiça brasileira para este tipo de crime.

A decisão foi proferida na quarta-feira (21), sete anos depois do caso, pela Primeira Vara Criminal da Justiça Federal do Rio de Janeiro. Além do racismo, McCarthy acusou o casal de lavar dinheiro e burlar impostos, afirmando que a a atriz é associada ao tráfico de drogas.

Em fevereiro deste ano, ela já havia sido condenada a pagar uma indenização de R$ 180 mil em danos morais para a família dos artistas. O caso aconteceu em 2017, quando ela usou suas redes sociais para chamar a menina de “macaca”, além de dizer que ela tinha “cabelo horrível, de bico de palha” e “nariz de preto”. Na época, os atores entraram com uma ação contra Day.

McCarthy, cujo nome completo é Dayane Alcântara Couto de Andrade, está fora do Brasil e o juiz não emitiu mandado de prisão. Ainda cabe recurso e, se a pena continuar a mesma, a Justiça deverá pedir imediata execução e extradição. Antes de McCarthy, que se autointitula “socialite latina radicada no Canadá”, houve um caso no país de uma pessoa condenada a 10 anos em Caruaru, no estado de Pernambuco, devido ao crime ter sido contra várias pessoas de uma mesma família, segundo a Veja.

No caso de McCarthy, a pena é contra uma pessoa. Com isso, Titi também se torna a primeira criança a “condenar” alguém pelo crime no Brasil. Nas redes sociais, Giovanna e Bruno comemoraram a vitória na batalha jurídica. “Hoje a gente vem celebrar uma vitória contra o racismo. E sabemos que, infelizmente, esta vitória acontece por termos visibilidade e sermos brancos e, portanto, mais ouvidos que a população negra que, desde que foi sequestrada para este país, não para de gritar e sangrar. Nunca é tarde, mas ainda é tarde“, declararam.

Giovanna Ewbank Bruno Gagliasso Filhos
Giovanna, Bruno e seus três filhos: Títi, Zyan e Bless. (Foto: Reprodução/Instagram)

O casal também relembrou o caso de racismo contra Titi, que aconteceu em 2017. “Títi, como vocês conhecem, nem sabia que poderia ser vítima assim como ocorre com toda criança preta. O crime veio de uma mulher eugenista, que encontrou na internet o ambiente perfeito para proferir violências hediondas – aqui, às vezes o mundo parece retroceder com ataques às minorias crescendo de modo desmensurado. Demos voz aos idiotas?“, disparou.

Os atores, ainda, desabafaram sobre o “longo” caminho contra o crime, desde a denúncia, em 2021, até a sentença. “Essa á primeira vez que, em reposta ao racismo, o Brasil condena uma pessoa a prisão em regime fechado. Sim, estamos em 2024 e essa ainda é a primeira vez. Apesar de tardio, é histórico. O direito criminal diz que pouco pode ser feito pela reversão da pena, no máximo sua redução. E assim esperamos e seguiremos confiantes na justiça, pois há anos estamos lutando por entendermos que esta vitória não é nossa, mas da nossa filha, coletiva e de toda uma comunidade“, afirmaram.

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Por fim, Giovanna e Bruno revelaram que estavam “emocionados” como pais. “E agradecemos: a comoção pública foi fundamental para este avanço. Não temos mais nada a declarar, mas seguiremos vigilantes porque o racismo está longe de acabar“, completaram. Veja o post na íntegra:

Advogada se pronunciou

A advogada do casal, Juliana Souza, também se manifestou sobre a decisão simbólica no caso. “Existe aquela conhecida frase, de que o racismo no Brasil compensa. Hoje, com essa sentença, podemos dizer que não, não compensa. Como advogada e como alguém que já foi essa menina negra, fico muito feliz. Agradeço à família pela confiança, aos meus colegas Diogo José e Silvia Souza, que estiveram comigo neste processo“, celebrou.

Hoje vou dormir um pouco mais tranquila, mas amanhã acordo de novo imbuída da missão de fazer justiça, para que nenhuma criança passe pelo que a Titi passou, pelo que eu passei. Que essa não seja mais uma história banalizada no Brasil, mas um exemplo e referência para outras decisões envolvendo pessoas negras e crimes odiosos como racismo e injúria racial“, finalizou.

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