Deolane Bezerra: Polícia investiga possível envolvimento de advogada na compra de bolsas de luxo roubadas pelo PCC, diz revista

Autoridades encontraram uma conversa entre Pretinha, a cunha de Marcola, admitindo ter oferecido um dos itens para Deolane

Deolane Bezerra também estaria sendo investigada por uma suposta ligação com integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo uma publicação da Piauí. Neste sábado (7), a revista informou que há indícios de que a advogada teria tentado comprar bolsas roubadas pela facção para ostentá-las em suas redes sociais e compor seu closet.

De acordo com o texto, a influenciadora, que está presa desde quarta-feira (4), ainda foi citada em uma conversa entre Francisca Alves da Silva, conhecida como Pretinha, e sua filha, Bárbara Alves Mota. A cunhada de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, teria oferecido uma bolsa de luxo para a advogada, mas a marca não foi especificada.

No bate-papo, Pretinha também disse que Bezerra julgou o preço da venda, de R$ 26 mil, alto demais. Em seguida, ela afirmou que vendeu o item por R$ 15 mil por meio de Irene Mendes da Silva, uma pessoa próxima dela. “Nossa, Bárbara, eu estava falando dessa bolsa agora. (…) Eu joguei 15 [mil reais]. Aí a Irene já chamou ela e tal: ‘Ah, vê se ela paga 15,5’. Pronto, fechei nos 15.500 [reais], informam elas.

“Aí a Deolane achou cara, [por] 26 [mil reais]. Mas só de mal também, não vou passar pra ela, não. Eu fiquei pra mim, vou ficar pra mim a bolsa. Por enquanto, né? Quando nós vendermos pra ganhar uns 15 mil em cima, a gente vende”, concluíram a conversa. O registro, inclusive, será enviado pela Polícia Federal para a Polícia Civil de São Paulo anexar ao inquérito contra Bárbara e Irene.

Na mesma investigação da PF cearense, constam transações bancárias de baixo valor entre Deolane e Pretinha, totalizando 11,7 mil reais. Apesar de ser considerado pouco, foi visto como suspeito pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Pretinha está presa desde abril deste ano e é ré em ação penal na Justiça do Ceará. Ela é acusada de organização criminosa. A influenciadora, por sua vez, não é investigada nesse caso.

Parte das bolsas de luxo que integram o closet de Deolane (Foto: Reprodução/Record)

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Máfia das bolsas de luxo

Ao apurar os negócios da família de Marcola em São Paulo e no Ceará, a PF e a PC paulista descobriram que Bárbara e Irene mantinham uma rede de revenda de bolsas de grife roubadas e furtadas por quadrilhas especializadas nos bairros paulistanos mais nobres. No celular de Irene foram encontradas mensagens em que ela oferecia os itens para clientes. Questionada sobre o preço das peças, ela teria dito que “tem um esquema”.

Ainda de acordo com a Piauí, as bolsas furtadas da casa da influenciadora Mirella Santos e do humorista Wellington Muniz, o Ceará, teriam sido postadas nas redes sociais de Bárbara. Dentre elas, tinham das marcas Chanel, Miu Miu, Saint Laurent e Louis Vuitton. A polícia conseguiu recuperá-las posteriormente. O inquérito segue em andamento, e Deolane também não é investigada nesta ação.

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Bruno Ferullo, advogado de Alves, declarou em nota que “não se chegou a autoria de nenhum crime perpetrado por ela, conforme relatório final apresentado pela autoridade policial que concluiu que não fora evidenciado nenhuma materialidade delitiva”. Já o advogado de Deloane e de Irene, Rogério Nunes, e a defesa de Pretinha não quiseram se pronunciar.

Deolane e o PCC

Em 2022, Deolane Bezerra teve seu nome associado ao PCC e chegou a ser questionada sobre sua relação com a facção criminosa no “Cidade Alerta”, da Record. “Essa história vem circulando desde que eu ganhei notoriedade na mídia. Eu não discuto mais isso porque é algo que me cansa”, afirmou ela.

Deolane foi presa no Recife, e teve seu habeas corpus negado (Foto: Genival/AgNews)

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“Eu sou advogada criminalista e não cível, trabalhista, da família. A maioria dos meus clientes são culpados. As pessoas se esquecem dos que não são. Qualquer pessoa no mundo pode precisar de um advogado. Eu não defendo bandido, mas a lei e o Código Penal”, argumentou a advogada.

No mesmo ano, em uma entrevista à revista Marie Claire, a ex-Fazenda confirmou que advoga para integrantes de facções criminosas, mas não para o PCC como um todo. “Advogo, sim, para membros de facções, mas para determinados casos. Não sou advogada de um todo, que é ilegal. Se você hoje for advogado criminalista e não advogar para quem é de facção criminosa, você não advoga para ninguém. São eles que têm dinheiro”, salientou.

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