Diego Ramiro ficou nacionalmente conhecido ao interpretar Caju no clássico infantil “Disney CRUJ”, do SBT. Em entrevista ao “Splash Encontra”, do UOL, publicada nesta terça-feira (16), o artista revelou que a fama lhe trouxe o apelido de “Tiazinha”, o “namorico” com Paloma Bernardi e as proibições impostas pela Disney, incluindo palavrões e bebidas alcoólicas.
Ele contou que entrou para o mundo da publicidade ainda criança após ser abordado, junto ao irmão, por um caça-talentos no shopping. Ao estrear como ator na novela “Colégio Brasil”, em 1996, Diego desbancou mais de mil garotos para interpretar o seu icônico personagem do “Disney CRUJ”.
“Foram testados para descobrir quem seria os personagens do Caju e do Macaco. Não existia o personagem do Chiclé. Ficou eu e o Léo (Sierra) na final de quem seria o Caju. Só que os dois estavam indo tão bem nos testes que eles criaram o outro personagem, o do Chiclé, para o Léo poder fazer“, detalhou.
Na atração infantil, Diego costumava usar uma máscara que cobria parte de seu rosto. Por conta disso, ele chegou a ser chamado de “Tiazinha”, personagem de Suzana Alves, que também era conhecida por usar máscara na década de 1990.
“Ficava p*to da vida com isso. Às vezes, eu ia em alguns lugares fazer reportagens e sempre tem aquele adolescente um pouco mais velho que quer sacanear. Eu passava e gritavam: ‘Aê, tiazinha’, e eu ficava me mordendo. Falei: ‘Me chama de zorro. Não de tiazinha’. A máscara marcou muito mesmo e tinha essa brincadeira da Tiazinha“, relembrou.
Proibições da Disney
Diego também abriu o jogo sobre as proibições impostas pela Disney, incluindo bebidas alcoólicas e o uso de algumas palavras, como calcinha e cueca. “No nosso contrato, tinha que eu não poderia fumar e tomar bebida alcoólica em público. E aí o segredo qual era? Estava no meio do carnaval, queria tomar uma cerveja e os meus amigos colocavam numa latinha de Coca-Cola. Adolescente tem que fazer c*gada, né?! Foi esse processo de adolescência comigo“, expôs.
“Tinham coisas da Disney que eu não poderia falar no programa, sei lá, calcinha, cueca. Tinha que falar roupas íntimas. Tinha um exagero deles com relação ao posicionamento da marca. Eles começaram a rever algumas questões de compliance pra falar: ‘A gente precisa mudar um pouco. O mundo tá mudando’. Eles começaram a rever o que a gente não poderia falar com relação a essa imagem do personagem, do programa e da sociedade“, acrescentou.
Namoros e cachês
O artista ainda refletiu sobre os “namoricos” da época, mesmo se achando “feião”. “Eu tinha cara de nerdzão, de CDF. Vendo um vídeo, falei: ‘Eu parecia um hamster falando’, uma voz de adolescente toda desafinada. […] Quando tinha um momentinho ali que eu poderia curtir a adolescência, rolou algumas coisas de bastidores de beijar e tal. Tive um namorico muito de criança que nem entendia o que era com a Renata Del Bianco (Chiquititas), a gente teve lá um momento… Antes do ‘Cruj’, tive um namorico com a Paloma Bernardi, mas de criança, é um carinho muito grande. Não era esse lado da pegação“, explicou.
Sobre o que faturava frente às telas, Diego contou que recebia um salário “muito bom pra um adolescente”. “Se fizer um controle de inflação, hoje seria um salário, com certeza, acima de R$ 60, R$ 70 mil por mês. Imagina um adolescente ganhando isso. Acho, tá? Tô fazendo uma conta meio rápida. Comecei ganhando baixo, o programa foi aumentando, criando cada vez mais fama e teve um aumento“, disse ele.
“Teve um momento que o programa meio que ia ser encerrado. Eles encerraram o contrato com a gente em dezembro e em janeiro contrataram de novo. Só que nesse período de 30 dias, eu tive uma proposta da Record e eles tiveram que cobrir. Foi um momento que dei um salto de salário e ajudou a mudar a estrutura da minha vida com a minha família“, continuou.
Depois do “Disney CRUJ”, o ator, hoje com 41 anos, fez alguns trabalhos na TV Globo, no entanto, decidiu focar na carreira de empresário. “Foi uma decisão minha. Nunca tive uma pressão dos meus pais… Falei: ‘Vou começar a empreender’. Vendi meu carro e comprei o direito de um musical da Broadway e montei a minha empresa, a minha produtora, e comecei sendo produtor executivo. De lá pra cá, comecei a empreender e virei empresário, parei de trabalhar para os outros“, pontuou.
“Estou num momento de transição, não de carreira, mas de reformatação mesmo. Então, a Wellpass é hub de ideias onde eu vou ter alguns braços. Vou continuar fazendo entretenimento, mas quero fazer entretenimento e conteúdos ou culturais, ou sociais relacionados ao bem-estar, à evolução humana, essa busca“, finalizou.
Veja a entrevista completa:
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