Nesta semana, Ivy Snitzer contou como quase morreu depois de passar por uma cirurgia para perda de peso. A atriz foi a dublê plus-size de Gwyneth Paltrow no filme “O Amor é Cego”, de 2001. Para o portal TinyLetter.com, Ivy relatou a experiência traumatizante após a complicação no procedimento médico.
Na trama, Hal Larson (Jack Black) é um homem superficial que se apaixona por uma mulher de 90 quilos, depois de ser hipnotizado para ver apenas a “beleza interior” de alguém. Embora o filme seja considerado “gordofóbico” por muitos, Snitzer o chamou de “progressista” para aquele tempo. “Naquela altura, se víssemos alguém obeso num filme, era sempre um vilão. Enquanto a Rosemary (personagem dela e de Paltrow) era legal, popular e cheia de amigos”, disse.
Com 20 anos na época, a atriz também lembrou de forma positiva sua recepção no set de filmagens com os astros do filme. “Foi emocionante. Foi divertido fazer parte de um filme – há poucas pessoas que conseguem fazer isso no mundo”, celebrou. “Me trataram como se eu fosse realmente importante, como se não pudessem fazer o filme sem mim. Black é uma pessoa encantadora e Gwyneth é muito simpática”, acrescentou.
Após o lançamento do filme, porém, Ivy foi acusada de “promover a obesidade”. No relato, ela lembrou quando recebeu remédios para emagrecer em sua própria casa, através de um envio anônimo. “Fiquei muito assustada e fiquei muito acuada. Pensei: ‘Talvez tenha acabado o conceito de fama, talvez não queira ser atriz. Talvez tenha que fazer outra coisa'”, recordou.
Com a piora no quadro de saúde, em 2003, ela foi submetida a uma cirurgia e colocou uma banda gástrica ajustável para reduzir o tamanho do estômago. Segundo os médicos, ela não chegaria aos 40 anos sem o procedimento. Pouco depois, no entanto, a banda deslizou e provocou uma torção no órgão. Snitzer relatou que durante os três meses seguintes não conseguiu ingerir nada além de água sem vomitar.
“Eu estava tão magra que viam os meus dentes através do rosto e a minha pele estava toda cinzenta. Eu estava sempre mal-humorada. Me afastei muito dos meus amigos. A minha mãe também estava quase morrendo nessa altura. Era muito triste. Os seres humanos não deveriam ter que experimentar o quão sombria foi essa época específica da minha vida”, desabafou.
A situação ficou ainda mais crítica quando os médicos não conseguiram realizar a cirurgia para remover a banda, já que a atriz estava muito “desnutrida”. Por quatro meses, ela precisou de uma sonda intravenosa para repor os nutrientes. Eventualmente, os médicos conseguiram remover a parte danificada do estômago. Ainda hoje, porém, ela contou que consegue comer apenas “pequenas porções” e não pode comer e beber ao mesmo tempo.
Na entrevista, Ivy admitiu que notou o tratamento diferente das pessoas. Segundo o relato, todos eram mais gentis quando ela estava magra do que quando era obesa. Apesar das críticas, a empresária afirmou que não se arrepende da participação no filme. “Eu amo que é uma coisa legal que eu fiz uma vez. Isso não faz eu me sentir mal comigo mesma”, concluiu.
Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques