Em entrevista bombástica, Ana Hickmann expõe mentiras que descobriu do marido, e revela investigação de desvio e falsidade ideológica; assista

A apresentadora ainda contou detalhes tensos da briga que culminou em agressão

Ana Hickmann

Ana Hickmann se manifestou pela primeira vez sobre a denúncia de agressão contra Alexandre Correa. Para o “Domingo Espetacular”, da Record TV, a apresentadora chorou ao relembrar a briga com o ex-marido. Ana falou sobre o relacionamento conturbado e a reação do filho com o divórcio. Ela surpreendeu ao relatar o que teria motivado a discussão com Alexandre e descreveu tudo com detalhes tensos. A apresentadora também confirmou os problemas financeiros enfrentados por sua empresa e uma grande investigação por “fraude, desvios e falsidade ideológica”.

A briga

“Já chorei muito, gastei todo meu estoque de lágrimas. Nunca pensei que teria uma montanha russa de emoções. Parece que isso não vai acabar tão cedo. Naquele dia, estava conversando com meu filho na cozinha, sobre algumas mudanças que provavelmente aconteceria na nossa vida. Sempre fui muito aberta com ele. Por conta disso, e de outras coisas que aconteceram antes, começamos uma briga verbal e infelizmente acabou terminando do jeito que o Brasil descobriu“, lembrou. Em 11 de novembro, Ana denunciou o marido por agressão.

Ela confirmou que foi agredida e que o motivo foi uma conversa sobre finanças com o filho do casal, Alezinho, de 10 anos. “Houve agressão sim. A hora que ele fechou a porta no meu braço o meu filho não viu, mas antes disso sim. Ele começou a reclamar que eu não tinha direito de falar assim com nosso filho, que a gente não ia perder nada, não ia mudar de casa, que era tudo uma grande mentira, que eu era louca e estava traumatizando o nosso filho”, contou.

“Eu olhei pra ele e falei: ‘Para de mentir! A gente precisa preparar o Alezinho, porque muita coisa vai mudar. Eu não posso continuar mentindo pra ele como você faz comigo há tanto tempo. Ele é muito apegado a algumas coisas, não quero que ele sofra’. Ele não gostou de admitir o problema, a briga começou a ficar acalorada. Nessa, o Alezinho começou a gritar pra gente parar e correu para a piscina. Não foi a primeira briga verbal que nós tivemos. Minha funcionária foi atrás do meu filho pra acalmar e o Alexandre seguiu me massacrando, me chamando de louca“, continuou.

A apresentadora relatou que ficou com medo quando percebeu que o ex estava mais alterado do que de costume: “Do jeito que ele veio pra cima com o corpo eu perguntei: ‘Você vai me bater? Você não vai ter coragem de me bater depois de tudo. Você não admitir as mentiras eu entendo, mas você vai me bater?’. Quando eu falei isso, a feição dele mudou na hora. Ele veio sim para me dar uma cabeçada, ele jogou o corpo e veio pra cima. Não acertou porque eu me esquivei. Ele tinha o hábito, de quando estava perdendo na conversa, me agarrar pra eu não sair. Ele começou a perder o controle e eu comecei a gritar, pedir socorro, porque ele não me soltava. Eu gritei muito e consegui me desvencilhar”.

“Eu fiquei com medo dele, muito medo. Quando eu fui tentar fechar a porta da cozinha, que é de correr, ele bateu a porta com força no meu cotovelo. Na hora eu não senti dor, mas meus cachorros estavam latindo muito por conta da briga, e eu gritei: ‘Pega’. O Joaquim pegou. Quando eu sentei, já não sentia mais meu braço, não tinha movimento. Ele ia pular a janela, só parou quando eu liguei pro 190. Foram três toques e a polícia atendeu. Ainda bem que existe 190. Se ele tivesse pulado, não sei o que teria acontecido, ele ficou muito alterado”, prosseguiu.

Relação tóxica

Ana confessou que tentou sair da “relação tóxica” mais de uma vez, mas foi convencida por terceiros a tentar de novo. “Minha relação já era tóxica e eu tentei me desvencilhar várias vezes. Mas as pessoas que estão ao seu redor são convencidas a dizer que você está errada, que você está desequilibrada, cansada, trabalhando demais. Ele sempre foi explosivo, com temperamento difícil. Nunca tinha sido físico comigo, só agressividade na forma de falar. Ele é preconceituoso pra caramba, acabei me acostumando a ouvir algumas coisas, mas no final do ano passado começou a ficar pior”, afirmou.

Problemas financeiros

A comandante do “Hoje em Dia” também admitiu que a família está passando por problemas financeiros: “Fui tentar entender o que estava rolando, só que ele não deixava transparecer o que era. No escritório eu comecei a escutar que ele estava preocupado com as dívidas. Foi quando eu comecei a me deparar com grandes mentiras, mas ele dizia que tava tudo bem”.

“As dívidas existem. Mas não sei o valor porque ainda não cheguei no fundo. O motivo de eu não saber é porque a gente sempre dividiu isso muito bem e, dentro da nossa empresa, ele era a parte administrativa e financeira. Eu nunca tive problema com isso porque a gente saiu do zero, construímos do zero, eu morria de orgulho de falar isso. Em um determinado momento eu comecei a perceber que não tinha mais amor, era só um grande negócio”, disparou.

A apresentadora lembrou o momento em que a imprensa soube das dívidas. “Muita gente tentou me desestimular. Quando saiu a primeira nota sobre as dívidas, isso não tem quatro meses, ele tentou esconder de qualquer jeito e fez a imprensa esconder. Foi a nota de um banco, na sequência vieram outros. Na semana que eu fui buscar mais informação no escritório, eu resolvi abrir as gavetas e tive a certeza que meu problema não era só dívidas de banco, porque aquilo estava fácil de administrar. Era muito mais! Tinha problemas de outra natureza e isso sim me faz ter bastante medo”, desabafou.

Violência doméstica

Ana chorou ao lembrar os casos de violência doméstica que presenciou na infância, dentro da própria casa. “Meu pai nunca apareceu do meu lado, ele era um agressor, bateu muito na minha mãe. Carreguei minha mãe algumas vezes para o hospital, jurei que nenhum homem me tocaria para fazer isso. Mas eu permiti ser ferida e abusada de outra forma”, lamentou.

“Eu prometi pra minha mãe durante muito tempo que não tocaria nesse assunto, porque sei que isso a machuca demais, e eu fui questionada por diversas vezes, mas era respeito por ela, porque ela se sentiu envergonhada. Ela só parou de aceitar esses abusos quando eu ameacei ir embora de casa com meus irmãos”, continuou.

A família sempre foi considerada como alicerce pela apresentadora: “Minha mãe sempre me apoio muito, é exemplo de coragem. No dia da briga ela estava comigo, porque até então ele era o genro perfeito, que protegia todo mundo, ajudava todo mundo. Eu sentei com ela e falei: ‘Eu não posso repetir o que a senhora fez'”.

Hickmann contou, ainda, que o ex criticava sua aparência constantemente. “Ele dizia: ‘Ninguém vai te querer velha, o tempo tá passando. Ninguém quer uma Ana Hickmann velha, gorda, tá vendo seu peso? Presta atenção’. Ele controlava a minha agenda para qualquer coisa: academia, médico. Inclusive, ele estava me perseguindo para fazer cirurgias plásticas, que depois que eu tive meu filho eu tinha que fazer”, lembrou.

A reportagem mostrou vídeos publicados nas redes sociais, que mostram as brigas constantes do ex-casal. Ana também lamentou pelas mulheres que sofrem o mesmo que ela. “Ele fazia chacota com questões físicas, com beleza. Isso era normal, mas já machucava. Isso não é brincadeira, não é elogio. Ele falava isso com outras mulheres também, e eu discutia por isso. Tudo foi me consumindo, mas todo mundo me fazia acreditar que eu era a errada. Família pra mim sempre foi a coisa mais importante, mas quando eu percebi que a gente corria perigo, não hesitei em pedir ajuda”, afirmou.

“Hoje eu entendo porque muitas chegam a ir à delegacia, prestam queixa e depois voltam atrás. Não é só por medo do agressor, as pessoas te fazem fazer isso. Eu não menti em momento algum, não falei que caí da escada. Não quebrei nada, mas fiquei bem machucada. A delegada insistiu pra que eu pedisse a medida protetiva, mas não pedi naquele dia, e eu fui uma tola. Eu senti muita vergonha, não sabia como ia voltar pra casa para encontrar meu menino”, disse, emocionada.

Divórcio

Ela entrou com o pedido de divórcio na última quarta-feira (22): “Muita gente achou que eu estava quieta porque ia voltar atrás. Dei entrada pela Lei Maria da Penha. Eu cansei de dar notícia sobre isso, a lei está aí para nos proteger. Com a lei o divórcio sai muito mais rápido”.

O filho, segundo ela, ainda está abalado com tudo. “Ele chora muito. Mas não vou falar nada pra ele, porque quero que ele tire suas próprias conclusões e não tenha as mesmas feridas que eu carrego. Ele sabe que o pai e a mãe não podem mais ficar juntos. Não era assim que eu tinha imaginado a minha família”, lamentou.

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“Ninguém merece ser torturada, de nenhuma forma. E não estou falando isso para desmerecer a família ou a figura do homem. Eu estou falando da figura de um agressor, de um covarde, de um canalha que acha que tem poder e domínio sobre os outros. E eu dei poder para esse canalha, pra esse agressor. Lá atrás existia amor e eu quis apoiá-lo, construímos a história e chegamos onde chegamos. Eu queria muito que esse pesadelo acabasse logo, mas eu sei que não vai”, declarou.

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Alexandre é investigado

Ana Hickamann relatou que existe agora uma grande investigação por fraude, desvio e falsidade ideológica. “Dias antes eu achei coisas que ele não esperava. Tomei atitudes quando aquilo começou a sair dos escritórios de advocacia dos bancos. Quando aquilo começou eu me senti muito envergonhada. Nunca devi nada pra ninguém e agora estou devendo pra banco? Não é vergonha alguma vender as coisas pra pagar, mas resolve, não fica nisso. Comecei a achar mais coisas e foi aí que ele não gostou, mexi onde não devia”, confessou.

“Eu ainda não posso entrar em detalhes, porque a investigação está sob sigilo. Mas posso dizer que na quinta-feira que antecedeu a agressão eu encontrei documentos, cheques, muita coisas que eu não consegui identificar se era lícitas ou ilícitas, assinaturas que eu tenho certeza que não são minhas, valores que eu não sei onde estão. Isso foi só o começo. Eu não sabia que aquilo seria o pontapé inicial para muita coisa ruim aparecer. Mas existe uma grande investigação de fraude, desvio e falsidade ideológica”, concluiu.

Assista à entrevista completa: 

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