A situação do cantor R. Kelly está ficando ainda pior. Em fevereiro, o músico foi acusado formalmente por 10 casos de abuso sexual envolvendo menores de idade. E nesta quinta-feira (30), essa ficha aumentou. Segundo o TMZ, o artista foi acusado pela promotoria do Condado de Cook, no estado de Illinois, de outros 11 novos crimes sexuais, cometidos contra uma das supostas vítimas que já haviam sido listadas no início do ano.
De acordo com documentos obtidos do processo, a vítima, denominada como “J.P.”, teria menos de 18 anos na época, em meados de 2010. Kelly teria cometido um ato de penetração sexual com J.P. com o uso da força, ou de intimidação, assim como os casos indiciados em fevereiro. Além disso, a vítima alega que ele também forçou que eles fizessem sexo oral.
No total, com as novas queixas, foram somadas cinco acusações de abuso sexual agravado, quatro acusações de agressão sexual agravada e mais duas de agressão sexual. Na semana que vem, ele terá de comparecer à Corte novamente, para ser oficialmente indiciado pelos crimes. Conforme sua equipe respondeu ao TMZ, ele continua alegando ser inocente, e nega todas as acusações imputadas hoje.
Relembre o caso
Depois do bombástico documentário com as várias acusações contra o cantor, ele foi acusado formalmente por dez casos de abusos sexuais em fevereiro. De acordo com o TMZ, nove das dez acusações recebidas envolvem vítimas menores de idade, e os casos teriam acontecido entre 1998 e 2010. A justiça norte-americana recebeu também um vídeo que mostra o cantor fazendo sexo com uma adolescente de 14 anos.
Segundo os documentos obtidos pelo site, as denúncias incluem relatos de sexo oral, anal e vaginal com as supostas vítimas, muitas vezes mediante o uso de força ou intimidação. O TMZ afirma que um vídeo usado como prova para as acusações formais mostra R. Kelly tendo relações sexuais com uma adolescente de 14 anos, que chega até a mencionar sua idade na gravação. Michael Avenatti, advogado de defesa de uma das supostas vítimas, liberou uma captura de tela do vídeo — clique aqui para ver.
Pouco depois, R. Kelly se entregou à polícia de Chicago horas após ser acusado formalmente por dez casos de abusos sexuais. Na ocasião, o cantor foi filmado entrando na delegacia cercado por guarda-costas e pela imprensa sem falar absolutamente nada.
De acordo com a Associated Press, os advogados de R. Kelly afirmaram à agência de notícias que ele estava “extraordinariamente decepcionado e depressivo” com as acusações. Segundo eles, o cantor teria se oferecido para conversar com os promotores antes das acusações serem registradas para mostrar “porque elas não têm fundamento”, mas eles teriam se recusado.
Veja o vídeo do cantor se entregando para a polícia:
R&B singer R. Kelly just surrendered himself to Chicago police as he faces charges of aggravated sexual abuse of four victims. He was handcuffed and led away. pic.twitter.com/mOh0SHHug9
— Nader Issa (@NaderDIssa) February 23, 2019
O cantor já havia enfrentado um processo por motivos do mesmo tipo em 2008, mas foi declarado inocente. Para Avenatti, o processo anterior teria sido manipulado com várias formas de obstrução da justiça e intimidação de testemunhas.
Como já contamos aqui, em 2002, R. Kelly foi indiciado após ser descoberto um vídeo pornô de um homem com uma menina. Segundo testemunhas, ela tinha 14 anos na época da gravação. O cantor e a mulher negaram que o vídeo pertencesse a eles, e o músico nunca foi acusado de estupro. Em 2009, R. Kelly foi inocentado em 21 instâncias em casos relacionados à pornografia infantil.
Já em 2017, de acordo com uma reportagem investigativa do Buzzfeed News, R. Kelly mantinha pelo menos seis mulheres em suas propriedades em Chicago e Georgia. Em regime de “escravidão sexual”, elas precisavam atender aos desejos dele e eram punidas se quebrassem as regras — ficando sem comida, água ou sendo proibidas de irem ao banheiro.
Desde o início de janeiro, o cantor de “I Believe I Can Fly” está no centro das atenções após a série documental “Surviving R. Kelly”, exibida nos Estados Unidos, ter explorado as décadas de abusos sexuais supostamente cometidos pelo cantor, até então um nome muito respeitado por artistas e pela indústria. Artistas como Celine Dion e Lady Gaga, que trabalharam com o cantor no passado, retiraram suas colaborações da internet.