Ed Sheeran reviveu memórias delicadas recentemente, numa rara e sensível entrevista para o “Hay House Chasing the Present Summit”. No vídeo, o astro mencionou como um dos momentos mais movimentados de sua carreira, em 2015, foi também um dos períodos mais difíceis de sua vida. O cantor falou sobre como enfrentou a ansiedade, depressão, e até mesmo crises de pânico.
“Eu tinha uma alimentação ruim, bebia e não via a luz do Sol de jeito nenhum… e não estava me exercitando”, disse o astro. “Eu estava em turnê, ficava acordado e bebendo a noite toda… os ônibus estacionavam embaixo das arenas e eu dormia lá o dia todo, e então, eu acordava, saía para fazer o show, bebia e voltava para o ônibus. Eu não vi a luz do dia por, tipo, uns quatro meses”, confessou Sheeran.
Segundo Ed, esse estilo de vida se tornou triste em determinado momento. “É tudo diversão no começo, é só rock’n’roll e é divertido, até que vai começando a ser triste”, pontuou. “Então, eu acho que esse é o ponto mais baixo em que eu estive, eu meio que inchei meu peso e só não era saudável”, acrescentou ele. Tudo isso o fez se questionar: “Qual era o ponto disso? Por que estou aqui? Qual é o ponto?”.
Foi nesse período em que surgiram as crises de pânico, enquanto Ed estava em lugares como “o metrô, aviões, supermercados, qualquer lugar em que tivesse muitas pessoas”. Sobre isso, o artista ainda explicou a sensação: “É uma paranoia estranha em mim, que é assumir que todos serão horríveis, quando normalmente as pessoas são legais”. Entretanto, para o artista, o estilo de vida nocivo também veio como resultado da “personalidade com muitas, muitas tendências a vícios”.
Problemas com compulsão
Sheeran citou um livro de Elton John, no qual viu refletidas as suas dificuldades em ter moderação, no geral. “Ele [Elton] disse tipo, ‘Eu apenas ia numa sorveteria e comia quatro sobremesas até que eu vomitasse’, e eu pensava, ‘Eu já fiz isso antes’. Ou as bebedeiras dele, nas quais ele via o quanto conseguia beber. E eu fico tipo, ‘Eu já fiz isso antes também'”, refletiu o músico, que também avaliou o saldo final desses hábitos: “Ele termina se tornando triste e deprimido pra c*ralho”.
Hoje em dia, ele percebe o quanto era difícil lidar com essas dependências. “Eu acho que com o vício é muito difícil de moderar, mas a moderação é a chave, eu acho. Acredito que coisas como açúcar, doces, junk food, cocaína, álcool, são coisas que parecem boas quanto mais você consome, mas são as piores coisas pra você”, disse.
“Estou coberto em tatuagens e meio que não consigo fazer as coisas pela metade. Então, se eu vou beber, não vejo sentido em beber uma taça de vinho, prefiro beber duas garrafas. Eu acho que tomar uma taça de vinho é ter algo com moderação e, provavelmente, não vai te afetar no dia seguinte. Mas duas garrafas de vinho provavelmente vão te deixar triste no próximo dia”, completou o artista.
Outra das compulsões de Sheeran surgiu com o uso excessivo das redes sociais. “Eu ficava no meu celular por volta de 19 horas por dia em 2015 e antes disso. Apenas ficava constantemente zapeando, postando, zapeando, postando. E foi só no fim da tour em 2015 em que eu pensei: ‘Vou tentar viver sem o meu celular por um pouquinho’… Foi como se um peso enorme tivesse sido tirado… Estar off tem sido realmente bom”, recordou ele.
Nova fase, novos hábitos
A relação de Ed com seu amor, Cherry Seaborn, foi um dos fatores que contribuiu para melhorar o estilo de vida do astro. “Ela se exercita muito, então eu comecei a correr com ela. Ela come coisas saudáveis, então eu comecei a comer de forma saudável com ela. Ela não bebe muito, então eu não estava bebendo”, contou Sheeran, ressaltando que “tudo isso mudou as coisas”.
Sem contar os benefícios de sua saúde em si, Ed Sheeran também sentiu melhoras em sua saúde mental e em sua autoestima, desde que aderiu aos novos hábitos. “Existem muitos benefícios para a saúde, mas também um monte de benefícios cosméticos, assim como você se sente melhor, você também começa a ter uma aparência melhor… Quando você aparenta estar melhor, você se olha no espelho tipo: ‘Ah, talvez eu não me odeie hoje'”, avaliou.
Assista ao vídeo aqui: