Famosos reagem nas redes após reportagem do Fantástico sobre Felipe Prior

Ex-BBB foi condenado na Justiça pelo crime de estupro

Felipe Prior foi condenado a seis anos de prisão, em regime semiaberto, por estupro, e a denunciante falou pela primeira vez sobre o caso, em entrevista ao ‘Fantástico’ neste domingo (16). Após a exibição da reportagem, personalidades como Felipe Neto e a Deputada Estadual Renata Souza se manifestaram nas redes sociais contra o ex-BBB e criticaram quem ainda segue defendendo Prior. Nomes como Anitta, Carlinhos Maia e Jade Picon deixaram de seguir o arquiteto nas redes.

No Twitter, Felipe Neto se disse enojado com aqueles que ainda apoiam Prior. “Desconfie de qualquer pessoa que, ao ouvir uma história sobre um estupro, imediatamente comece a dizer: ‘Ah, mas…’. Agora, definitivamente corte da sua vida para sempre qualquer pessoa que, mesmo depois do estupro provado, fica do lado do estuprador. Nojo”, escreveu o influenciador. “O estuprador continuar com 6 milhões de seguidores é assustador”, concluiu.

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A Deputada Estadual Renata Souza (PSOL) também repudiou os comentários contra a vítima. “Numa rede com 6 milhões de seguidores, é nojento o tanto de comentário machista e misógino no perfil de Prior desacreditando a vítima. Essa é a cultura que faz com que muitas mulheres tenham medo de denunciar seus agressores. É preciso que Felipe Prior responda por seus crimes”, protestou.

Talíria Petrone, Deputada Federal pelo PSOL, escreveu: “O caso Prior escancara como funciona a cultura do estupro: o homem é condenado pela violência sexual que cometeu, ainda será julgado por outras acusações do mesmo crime, e em suas redes sociais ainda há quem o apoie, como se ele tivesse sido a vítima“.

Antes, Felipe tinha 6 milhões de seguidores. Na manhã desta segunda-feira (17), o número caiu para 5,9. Nomes como Anitta, Carlinhos Maia, e os ex-BBBs Bill Araújo, Paulo André, Mari Gonzalez, Jade Picon, Viih Tube e Rafa Kalimann deram unfollow no arquiteto. Já Jéssica Castro, atual namorada de Prior, reagiu na web, trancando o seu perfil no Instagram após a repercussão da reportagem. Felipe Prior, por sua vez, limitou os comentários em suas publicações.

Vítima deu detalhes de caso

Para o “Fantástico”, a jovem contou sobre a noite em que pegou carona com Felipe Prior e mais uma amiga após a saída de um evento universitário em São Paulo. O ataque teria acontecido depois que Prior deixou a amiga em casa. Ela contou que foi jogada por ele no banco traseiro do veículo e teve a roupa arrancada à força.

À medida que as coisas iam acontecendo, ele se tornava cada vez mais agressivo comigo. Eu falei: ‘Felipe, eu não quero’. Eu comecei a tentar resistir fisicamente e ele começou a puxar meu cabelo. Começava a me segurar pelos braços, me segurar pela cintura. Começou a forçar a penetração. Quantas vezes eu preciso falar ‘não’ pra pessoa entender que está me machucando? E ele é muito mais forte que eu, então não tinha como sair dessa situação. Foi bem doloroso. Eu gritei. Começou a sair muito sangue“, relatou.

De acordo com a vítima, Felipe só parou quando viu o carro ensanguentado. “Senti uma dor que eu nunca senti antes. Foi o susto que ele teve que levar para parar. Porque fez uma poça de sangue no carro dele, nele”, revelou. No relato, ela ainda mencionou que Prior ofereceu para levá-la em um hospital. “Eu falei que não, que eu só queria ir para minha casa”. Já em sua residência, a menina tentou estancar o sangue sozinha, mas sem sucesso. Foi então que a mãe decidiu procurar um médico. “Fiquei no chuveiro tentando estancar o sangue sozinha, mas minha pressão já estava muito baixa. Fui acordar minha mãe e pedi para ela me ajudar”, disse.

A jovem contou que no dia seguinte, Felipe mandou mensagem perguntando como ela estava se sentindo. “Falei que eu estava machucada, que tinha feito uma ferida e pedi para ele não contar para ninguém. Eu estava com medo dele falar para as outras pessoas e eu ficar marcada por essa situação. Eu não queria que as pessoas me vissem, me enxergassem e pensassem nisso“, explicou.

Segundo a moça, ela decidiu expor o caso para ajudar outras mulheres que já sofreram abuso e não tiveram coragem de denunciar. Em 2017, com o início do movimento “Me Too”, que incentiva as vítimas a denunciarem os agressores, ela percebeu que não estava sozinha. “Foi quando caiu a ficha que não era minha culpa e ele tinha me estuprado“, comentou.

Assista ao relato:

Existem mais três denúncias de estupro contra Felipe Prior e em uma delas ele já é réu. Os outros dois casos seguem sendo investigados. Caso Felipe seja condenado, pode pegar 24 anos de prisão. Logo após a notícia de que foi condenado se tornar pública na última segunda-feira (10), Felipe se pronunciou através dos seus advogados. “Através do presente comunicado, com pesar, mas profundo respeito, a defesa de Felipe Antoniazzi Prior recebeu informações pelos meios de comunicação da sentença de procedência da ação penal. A qual, inclusive, sequer foi publicada e se encontra em segredo de Justiça”, começou a nota.

A sentença será objeto de Apelação, face a irresignação de Felipe Antoniazzi Prior e de sua defesa, que nele acredita integralmente, depositando-se crédito irrestrito em sua inocência e de que, em sede recursal, lograr-se-á sua reforma, em prestígio à Justiça, reconhecendo-se sua legítima e verdadeira inocência, que restou patentemente demonstrada durante a instrução processual”, declarou a defesa.

Reafirmando-se a plena inocência de Felipe Antoniazzi Prior, repisa-se ser esse seu status cívico e processual, à luz da presunção de inocência, impondo-se a ele, como aos demais cidadãos em um Estado Democrático de Direito, como o pátrio, respeito, em primazia ao inciso LVII, do artigo 5º, da Constituição Federal brasileira que preconiza que ‘ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatório’, para que não se incorra em injustiças, como muitas já assistidas, infelizmente, em nosso país”, encerrou.

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