O lançamento de “Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez” levantou novamente o debate do caso que chocou o país, há cerca de 30 anos. Guilherme de Pádua e Paula Thomaz, acusados e presos pelo crime, cumpriram pena e foram liberados. No último episódio da série documental, Gloria Perez, mãe de Daniella, contou que acredita na ressocialização de presos, mas apontou uma condição pra isso. Ainda, a autora afirmou que teme pela sua vida, já que mora próxima à Thomaz.
“As pessoas perguntam se sou contra a ressocialização de presos. Se eu acredito que as pessoas mudam. Claro que acredito! O primeiro passo para a mudança é o arrependimento. Isso eu já sei. Mas esses dois… Em psicopatas, eu nunca vi. Nos dois assassinos da minha filha, eu nunca vi. Trinta anos se passaram e eles continuam dando sinais de que são exatamente os mesmos”, disse ela.
Daniella Perez foi morta com 18 perfurações no corpo, em 1992, quando saía de uma gravação da novela “De Corpo e Alma”, da Globo, da qual era protagonista. O autor do crime foi Guilherme de Pádua, que interpretava Bira na mesma trama. Na época, ele alegou que matou a colega por “acreditar que seu papel estava sendo reduzido, enquanto a jovem ganhava destaque“. Paula Thomaz era casada com Pádua e foi apontada como cúmplice.
Na produção da HBO Max, Barba Ferrante, prima de Daniella, afirmou que Paula tinha “obsessão” pela vítima. “Ela saiu do presídio e o que ela foi fazer? Foi estudar Direito na mesma faculdade onde a Dani estudou e o irmão dela, Rodrigo, se formou. Depois, ela muda de faculdade e escolhe quem como professor? O promotor [Maurício Assayag] que a condenou. Ela escolheu a dedo”, explicou. As ‘coincidências’ não pararam por aí.
No mesmo episódio, o último da série, Gloria Perez afirmou que teme pela sua vida, já que, atualmente, mora no mesmo bairro que Paula Thomaz. “Eu só queria nunca mais ter que pensar nessas pessoas. Espero que eles deixem, porque até agora eles não têm deixado. O que ela (Paula) quer? Isso me assusta. Eu não sei. Eu sei do que essa mulher é capaz. Ela matou a minha filha. Quem sabe se o punhal dela não está guardado para mim? Não sei”, disse.
Guilherme de Pádua aguardou o julgamento na prisão, e foi condenado em 1997. Em 1999, no entanto, recebeu a liberdade condicional e abandonou a carreira artística, levando uma vida longe dos holofotes. Hoje, atua como pastor em uma igreja evangélica, em Belo Horizonte. Paula Thomaz também foi solta em 1999, mudou o nome para “Paula Nogueira Peixoto” e vive de forma discreta.